A sepultura como estágio da humilhação de Cristo

Por Ewerton B. Tokashiki

 

O SIGNIFICADO BÍBLICO DA SEPULTURA

O sepultamento é um dos eventos no ministério de Jesus que testifica que ele era o Messias. Os judeus nos dias do Novo Testamento ansiavam um libertador político, e não se preparam para esperar um redentor que seria morto. Por isso, até mesmo os discípulos de Cristo diante de sua execução perderam a esperança. Todavia, Isaías havia profetizado que “designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (Is 53:9). Gerard van Groningen acerca deste texto comenta que

a passagem deixa claro que o Servo morre como morre um criminoso e é enterrado como o rico é enterrado. O Servo, embora tratado como um criminoso, é totalmente inocente. Nem em atos, nem em palavras ele se fez culpado. Manteve a sua inocência em toda a sua vida e na sua detenção, julgamento e morte.[1]

O Messias vitorioso e libertador político tão esperado pelos judeus, culminou num condenado entre criminosos. Entretanto, a sua nobreza foi devidamente reconhecida por alguns de seus discípulos para que fosse sepultado entre os ricos.

A profecia anunciava como parte de seu ministério messiânico que ele seria sepultado. No primeiro século da era cristã o sepultamento era algo negado aos criminosos.[2] Mas, apesar de ser condenado como um meliante, Cristo era justo. Durante o seu ministério, ele predisse a sua morte, e antecedendo recebeu uma especial preparação, em que declara acerca da mulher que derramou “este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento” (Mt 26:12). Após a sua morte, ainda sobre a cruz, ele foi retirado “do madeiro, envolveu-o num lençol de linho, e o depositou num túmulo aberto em rocha, onde ainda ninguém havia sido sepultado” (Lc 23:53). Ele era o Messias indo para a sepultura conforme a profecia das Escrituras (Sl 16:10; At 2:30-31; 13:35-37).

O sepultamento foi predito e testificado pelas Escrituras como fato consumado. Este evento é parte da história da redenção, posterior à cruz e antecedente à ressurreição, sempre é mencionado como um fato pelos escritores do Novo Testamento. Paulo afirma uma tradição estabelecida na Igreja do primeiro século declarando que “vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15:4). Estes estágios da obra de Cristo eram lugar comum na mensagem do Evangelho desde os primeiros dias da Igreja.

O sepultamento era algo indesejável por ser humilhante. Durante a antiga aliança, o morto era considerado como imundo, e a Lei Mosaica estabelecia rituais de purificação a quem tivesse contato com os mortos (Lv 11:39; 12:2; 13:45; 15:19; Nm 19:11ss). A cultura judaica influenciada pelo conceito de imundícia dos mortos colocava o cemitério localizado fora da cidade (Lc 7:12; Jo 11:30). A ideia era de que os mortos não compartilhavam das relações e comunhão dos vivos. Tocar num morto era algo desagradável para qualquer israelita. Além disso, havia a concepção de que por serem imundos, os mortos eram indesejáveis e excluídos da vida social. O sepultado era alguém que estava debaixo da maldição da morte.

 

A SEPULTURA COMO UM ESTÁGIO DE HUMILHAÇÃO

A tradição reformada reconhece o sepultamento de Cristo como parte de sua obra da expiação. O Catecismo Maior de Westminster formula o assunto da seguinte maneira

Pergunta 50. Em que consistiu a humilhação de Cristo depois da sua morte? Resposta: A humilhação de Cristo depois da sua morte consistiu em ser ele sepultado, em continuar no estado dos mortos e sob o poder da morte até ao terceiro dia; o que, aliás, tem sido exprimido nestas palavras: Ele desceu ao inferno [Hades]. (1 Cor. 15:3-4; Mat. 12:40).[3]

Os teólogos da Assembleia de Westminster entenderam que esta humilhação caracterizou-se pela permanência na sepultura sob o poder da morte. A crucificação, morte e sepultamento de Cristo entendidas na declaração do Credo Apostólico “desceu ao inferno” significa que Cristo não foi ao lugar chamado inferno, mas sim, que os tormentos do inferno foram atribuídos ao Redentor.[4] A sepultura nos lembra que ele sofreu as angústias do inferno não somente sobre a cruz, mas também na permanência sob o poder da morte.

Louis Berkhof observa que a humilhação também consistiu em:

(a) Voltar o homem ao pó, do qual fora tomado, é descrito na Escritura como parte da punição do pecado, Gn 3.19; (b) Diversas declarações da Escritura implicam que a permanência do Salvador na sepultura foi uma humilhação, Sl 16.10; At 2.27, 31; 13.34, 35. Foi uma descida ao hades, em si mesmo sombrio e lúgubre, lugar de corrupção, se bem que ele foi guardado da corrupção; (c) Ser sepultado é ir para baixo, e, portanto, uma humilhação.[5]

A sepultura é a última parte da humilhação de Cristo. Ela é o estágio final da manifestação da condenação de Deus sobre o seu Filho. Descendo à sepultura ele permanece sob o juízo de seu Pai. Ao ser colocado na sepultura com a finalidade de receber a nossa punição e ali permanecendo durante três dias, ele satisfez passivamente a lei. John Brown questiona “como poderia Cristo dizer sobre a cruz que havia consumado, se ele ainda seria humilhado após a sua morte? O seu significado era de que na sua consciente e sofrida alma estava consumado.”[6] A sua alma após a morte iria ao Paraíso, mas o seu corpo permaneceria sob a sentença do poder da morte, que ainda deveria ser vencida.

A necessidade do sepultamento como estágio da humilhação ocorre para que a redenção de Cristo fosse aplicada a todos os efeitos do pecado sobre o homem. Emanuel V. Gerhart esclarece que

pelo fato do Mediador ser um completo Redentor; então, ele realiza uma obra da redenção, não pelo fiat de sua vontade, nem pela manifestação de um poder mágico, pelo contrário, ele cumpre a obra da redenção num processo real, que é, de acordo com a economia da vida humana, colocando-se sob a natureza do transgressor, entrando na condição moral e relações espirituais do transgressor, bem como assumindo todas as suas obrigações penais; por isso, então, foi necessário que cumprindo a missão de um real Redentor, ele entrou numa natural sepultura, e foi ao obscuro reino da morte no mundo dos espíritos, como do mesmo modo ele entrou nas “regiões inferiores” do mundo, e sofreu “na carne”, e a si mesmo ofereceu como sacrifício sobre a cruz.[7]

O sepultado era visto como alguém que estava sob a maldição da morte (Rm 3:23 e 5:12). Ele sofreu todas as coisas em nosso lugar, para que fossemos participantes de sua justiça.

 

O QUE ACONTECEU COM A PESSOA DE CRISTO DURANTE O SEPULTAMENTO?

Na morte de Cristo houve separação do seu corpo e alma. Mas nesta divisão da sua humanidade nem o corpo, nem a alma foram separadas da natureza divina. Na morte não houve separação das duas naturezas do Redentor.[8] O salmista profetizou que “não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (Sl 16:10). Pedro em sua pregação, no dia de Pentecostes, interpretou o cumprimento da profecia do descendente de Davi que “prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção” (At 2:31). Davi permanece morto, entretanto, Cristo não foi abandonado na sepultura sob a maldição da morte.

Antes de sua morte Cristo sabia que naquela tarde a sua alma estaria no céu com o Pai. Morton H. Smith afirma que “sabemos que a sua alma ou espírito foi estar com o Senhor no momento da sua morte, mas o seu corpo permaneceu sepultado na tumba. Deste modo, ele sofreu a humilhação no estado intermediário de ter separado o corpo da alma.”[9] Diante da confissão do ladrão arrependido, que também estava crucificado, Jesus lhe respondeu “em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43). Fritz Rienecker comentando este texto observa que

Jesus fala ao criminoso acerca do estado para o qual as almas dos crentes passam após a morte. Assim como a bem-aventurada continuidade dos devotos do AT é descansar no colo de Abraão (Lc 16.22), assim os que creem em Jesus entram no paraíso no instante de sua morte, para estar “com Cristo”, como declarou Paulo (Fp 1.23). O criminoso, que partilhava com ele o torturante sofrimento, que testemunhou com humilde contrição sua culpa e a inocência de Jesus, que esperava por ele como o Rei e se dirigiu a ele em oração com fé, também partilharia com ele da bem-aventurança a que Jesus chegaria através de sua morte.[10]

Então, quando Cristo consumou a obra da expiação sobre a cruz, ele exprimiu “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou!” (Lc 23:46). A alma da Pessoa do Redentor não foi deixada na morte, porque foi ao céu, enquanto o seu corpo desceu à sepultura.[11] Todavia, a promessa se cumpre de modo que o seu corpo não sofreu decomposição própria daqueles que estão entregues à morte.[12] Johannes Wollebius ensinou que

os três dias de detenção, ou de permanência no sepulcro é o último degrau de sua humilhação, naquele momento a sua alma foi transferida ao Paraíso, o seu corpo foi detido sob os sofrimentos e amarras da morte, como se ele fosse completamente superado e engolido por ela, os seus inimigos enquanto isso triunfaram sobre ele, como se Cristo tivesse por todo cortado [desta vida].[13]

O corpo sepultado recebeu juízo sobre si, substituindo-nos na sentença da morte. Ele não somente morreu, mas cumpriu-se nele a condenação da maldição da morte, o pó voltou ao pó, ele desceu as regiões inferiores, onde os mortos caem em plena separação e se cumpre a sentença divina.

 

OS BENEFÍCIOS REDENTIVOS DO SEPULTAMENTO

A sepultura não foi apenas um estágio na obra de Cristo, como se fosse algo isolado e meramente necessário entre a morte e a ressurreição. As Escrituras nos revelam que “em Cristo” fomos mortos, sepultados e ressuscitados e, em cada estágio de sua redenção, com ele, algo aconteceu em nosso favor. Paulo escreve que

fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi sepultado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos (Rm 6:4-6).

Referindo-se a este texto Berkhof afirma que “isso tem que ver com o despojamento do homem velho, e não do revestimento do novo.”[14] O batismo aponta simbolicamente para o sepultamento, não apenas como o ato de entregar à morte consumadamente, mas naquilo que o nosso velho homem foi entregue à maldição da morte.[15]Cristo foi sepultado em nosso lugar, e nós estávamos nele, de modo que, a nossa condenação foi enterrada com ele. John Murray comenta que

o batismo significando a nossa união com Cristo (v. 3), tem de expressar igualmente a nossa união com Cristo em sua ressurreição e, portanto, em sua vida ressurreta. Isto explica o propósito de ter sido o nosso sepultamento com Cristo apresentado como algo consumado. Não podemos ser participantes da vida ressurreta de Cristo, a menos que sejamos participantes de sua morte; e a morte é atestada e confirmada pelo sepultamento.[16]

Podemos crer que a maldição de Deus sentenciada sobre Cristo fez com ele satisfizesse vicariamente em sua sepultura. De modo similar, Zacharias Ursinus declara que “o primeiro benefício que recebemos de seu sepultamento é a confirmação da fé. Não temos dúvida, desde que Cristo morreu por nós e foi sepultado, que ele se humilhou em tal medida, que nem a morte, ou o túmulo pode afligir-nos, porque a ira do Pai foi apaziguada.”[17] Cristo torna o Pai propício a nós, porque as exigências da lei foram satisfeitas, a maldição cumprida e a justa ira apaziguada. O apóstolo declara que “tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2:12). Podemos firmemente crer que a nossa morte foi vencida pelo nosso Redentor.

Os que morreram com Cristo são chamados benditos (Ap 14:13). A morte para os eleitos em Cristo deixa de ser uma maldição. João Calvino declara, nas Institutas, que

por meio de sua morte, destruísse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertasse aqueles que, pelo temor da morte, estavam sujeitos à servidão pela vida inteira [Hb 2:15]. Este é o primeiro fruto que sua morte nos propiciou. O segundo, porém, consiste em que, por sua propiciação, a morte de Cristo nos mortifica os membros terrenos, para que, a seguir, não exerçam suas atividades próprias; e mata nosso velho homem para que, depois disso, não cresça e frutifique.[18]

Não somos afligidos pela morte como um elemento da maldição condenatória, mas ela ainda nos afeta separando-nos a alma do corpo. Na consumação do presente tempo seremos ressuscitados e usufruiremos duma perfeita união e relação harmoniosa da alma com um corpo perfeito. Paulo nos revela que toda a criação aguarda a restauração de todas as coisas, bem como nós suportaremos até aquele precioso dia porque “não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardamos a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm 8:23). Somos coparticipantes dos benefícios obtidos por Cristo. Calvino ainda declara que

enquanto o apóstolo ensina que “fomos enxertados na semelhança da morte de Cristo” [Rm 6:5] e “fomos com ele sepultados na morte de pecado” [Gl 2:19, 20; 6:14]; que “morreremos com ele” [Cl 3:3] – não apenas nos exorta a exibirmos um exemplo de sua morte, mas ainda declara ser-lhe inerente esta eficácia que deve patentear-se em todos os cristãos, a não ser que queiram tornar inútil e infrutífera essa própria morte. Portanto, na morte e sepultamento de Cristo propõe-se duplo benefício a ser desfrutado por nós: livramento da morte a que fôramos sujeitos, e mortificação de nossa carne.[19]

Por isso, representativamente fomos sepultados com Cristo para o pecado, para sermos ressuscitados com um corpo semelhante ao de nosso Redentor (1 Co 15:35-49). Os cristãos primitivos “entenderam que o sepultamento de Jesus era o necessário (embora temporário!) prelúdio para a sua ressurreição.”[20] De modo similar Herman Hoeksema declara que

Cristo satisfez completamente a justiça de Deus com respeito ao pecado quando ele morreu, e seu sepultamento era um modo de transição deste estado de humilhação para o estado de exaltação, pois a sua alma estava no paraíso (Lc 23:43, 46). Por causa de sua perfeita satisfação e obediência, a corrupção da sepultura não poderia dominar sobre ele (Is 53:9; Mt 12:40; At 2:27; Sl 16:10).[21]

É verdade que ele não foi o primeiro a levantar-se dentre os mortos, embora a Escritura declare a sua primazia. Paulo declara que “ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia” (Cl 1:18). Cristo, em seu ministério, ressuscitou várias pessoas, entretanto, a sua morte sobressai em importância por ser a sua ressurreição que nos liberta do poder da morte. Ele é o primogênito de entre os mortos. Isto significa que ele

é o princípio no sentido de que ele é o primogênito dentre os mortos, ou seja, o fundador de uma nova humanidade. A era da ressurreição começou e como o primeiro dos que ressuscitaram dentre os mortos (aqui primogênito significa o primeiro de uma série), ele é o “primeiro”, o que garante a futura ressurreição de outros (1 Co 15:20, 23).[22]

Somente Cristo está ressurreto, porque todos os que ele ressuscitou tornaram a morrer, porque ainda não chegou o tempo da consumação de todas as coisas.

A ressurreição de Cristo aponta para a sua vitória sobre o terror da sepultura. Neste sentido Berkhof observa que “o sepultamento de Jesus não serve apenas para provar que ele estava realmente morto, mas também para remover os terrores do sepulcro para os remidos e santifica-lo para eles.”[23]Somos santificados, em Cristo, das consequências do pecado e do poder da morte. Assim, quando morrermos, entraremos num santificador descanso das tormentas que o pecado causa nesta vida.

 

NOTAS:

[1] Gerard van Groningen, Revelação Messiânica no Antigo Testamento (São Paulo, Editora Cultura, 2ª ed., 2003), p. 607.

[2] Robert Stein, A pessoa de Cristo – um panorama da vida e dos ensinos de Jesus (São Paulo, Editora Vida, 2006), p. 259.

[3] Claúdio A. Marra, ed., Catecismo Maior de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2010), perg. 50.

[4] François Turretin seguindo a tradição reformada interpreta o termo do Credo Apostólico “desceu ao inferno” como se referindo aos tormentos infernais e a um estado sobremodo abjeto sob o domínio da morte no sepulcro. Ele declara que esta expressão “não deve referir-se precisamente ao sepultamento, mas ao estado dos mortos e sua detenção no sepulcro sob o domínio da morte.” François Turretin, Compêndio de Teologia Apologética (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2011), vol.2, p. 439.

[5] Louis Berkhof, Teologia Sistemática (Campinas, LPC, 1992), p. 341.

[6] John Brown, An Essay towards an easy, plain, practical, and extensive explication of the Assembly’s Shorter Catechism (New York, The Library Princeton Theological Seminary, 1846), p. 129.

[7] Emanuel V. Gerhart, Institutes of the Christian Religion (London and Toronto, Funk & Wagnalls Company, 1894), vol. 2, pp. 356-357.

[8] Concordes com a ortodoxia do Credo de Calcedônia (451 d.C.) cremos que “Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas nature-zas, inconfundíveis e imutáveis, inseparáveis e indivisíveis;[8] a distinção das naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência [hypóstasis]; não dividido ou separado em duas pessoas.” Henry Bettenson, Documentos da Igreja Cristã (São Paulo, ASTE, 1998), p. 61.

[9] Morton H. Smith, Systematic Theology (Greenville, GPTS Press, 1994), vol. 1, p. 416.

[10] Fritz Rienecker, Evangelho de Lucas – Comentário Esperança (Curitiba, Editora Evangélica Esperança, 2005), p. 299.

[11] A.A. Hodge afirma que “a alma de Cristo permanecendo unida à sua divindade, levou o seu corpo à sepultura, e imediatamente à sua morte ao Paraíso, onde estão reunidos os espíritos de homens bons.” A.A. Hodge & A.J. Hodge, The System of Theology contained in the Westminster Shorter Catechism (New York, A.C. Armstrong& Son, 1888), p. 54.

[12] Thomas C. Oden observa que “os antigos escritores sustentavam esta precisa distinção: o corpo do Senhor experimentou genuína morte e destruição (phthora) no sentido de morte como separação da alma do corpo, mas não na corrupção (diaphthora) no (), vol. 2, p. 339.

[13] Johannes Wollebius, The Abridgement Christian Divinitie (London, Plough in the New Building in Paules Church, trad. Alexander Ross, 1660), p. 142. Este livro de Wollebius foi bastante lido no início do século XVII, inclusive tendo expressiva influência sobre os teólogos da Assembleia de Westminster.

[14] Louis Berkhof, Teologia Sistemática, p. 341.

[15] William Hendriksen comenta que “a perigosa doutrina dos antinomianos estava levando pessoas a se desviarem. Essa sinistra heresia fez com que Paulo enfatizasse a necessidade de se fazer uma completa ruptura com a vida pecaminosa do passado. E assim ele diz: ‘Fomos sepultados em sua morte – ou seja, a de Cristo – , ou seja, pelo poder do Espírito Santo teríamos de mergulhar profundamente no significado dessa morte maravilhosa. Aliás, tão profundamente, com o coração e mente, nos sepultamos nela que começamos a perceber seu glorioso significado para nossa vida.” in: William Hendriksen, Comentário do Novo Testamento – Romanos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2001), p. 259.

[16] John Murray, Comentário Bíblico Fiel – Romanos (São José dos Campos, Editora Fiel, 2003), p. 242.

[17] Citado por Otto Thelemann, An aid to the Heidelberg Catechism (Grand Rapids, Douma Publications, 1959), p. 161.

[18] João Calvino, As Institutas – Edição Clássica (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2006), vol. 2, p.265.

[19] João Calvino, As Institutas – Edição Clássica, vol. 2, p.265.

[20] Joseph L. Trafton, “Burial” in: Walter A. Elwell, ed., Evangelical Dictionary of Biblical Theology (Grand Rapids, Baker Books, 1996), p. 78.

[21] Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics (Grandville, Reformed Free Publishing Association, 2004), vol. 1, pp. 583-584.

[22] G.J. Wenham, J.A. Motyer, D.A. Carson & R.T. France, eds., Nuevo Comentario Bíblico Siglo Veintiuno – Nuevo Testamento (Barcelona, Editorial Mundo Hispano, 2003), p. 826.

[23] Berkhof, Teologia Sistemática, p. 341.

 

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