Tentando pensar e viver como um Reformado: Reflexões de um estrangeiro residente – Parte 4

2. Todos os homens e um desejo ‒ A contracultura Cristã (Mt 5.3)

A visão não-cristã da vida faz de nós criaturas minúsculas, porque nos estima e nos julga segundo aquilo que possuímos, não considerando nada sobre nossa alma, espírito e o que nos liga a Deus e às possibilidades da eternidade. Ela nada sabe sobre essas coisas. É um insulto à natureza humana. ‒ D. M. Lloyd-Jones (1899-1981).[1]

Se ser cristão significa obedecer o Sermão do Monte, ninguém pode ter esperanças de chegar a sê-lo. ‒ E.F. Scott (1868-1954).[2]

A mais alta bem-aventurança e alegria da alma humana é a experiência de bem-aventurança que apenas Deus pode nos dar [Justificação pela fé]. – R.C. Sproul (1939-2017).[3]

O ser humano é caracterizado por desejos. Um desejo comum a todos nós, ainda que disfarçado sob outros nomes, é o de autossuficiência, de bastar-se a si mesmo. “Já imaginou” − perguntamos a nós mesmos, num solilóquio disfarçado de diálogo −: “viver sem de nada e de ninguém precisar além de nós mesmos?” As respostas poderão ser variadas mas, creio, serão em geral com uma propensão positiva de admiração e satisfação.

 

Eu quero é ser feliz e mais algumas coisitas

Este desejo está vinculado à busca pela felicidade. Daí a associação natural entre autossuficiência e felicidade. Queremos ser felizes não abstratamente, antes, eu quero ser feliz pessoalmente.[4]

O desejo pela minha felicidade é algo que marca profundamente a minha individualidade. Podemos ter dúvidas quanto ao caminho a seguir, no entanto, estamos convictos do que queremos. O desejo ainda que por vezes momentâneo tende a eternizar-se na brevidade de seu ardor.

Esse desejo revela aspectos essenciais da Criação e da Queda. Fomos criados para a felicidade plena em comunhão com Deus e com o nosso semelhante. A felicidade nunca foi colocada em objetos, lugares ou pessoas mas, em uma relação. No caso, em nossa relação com Deus. Após a queda, em nossa reconciliação com Deus. Mesmo na eternidade, para os salvos, o centro não será a sua duração ou lugar mas, a presença de Jesus Cristo (Ap 21.1-6).[5]

O pecado nos tirou isto. Agora revelamos a nossa carência, o desejo ansioso de termos o para quê fomos criados.[6] Aí está o nosso dilema. A felicidade que se origina essencialmente em Deus não pode ser encontrada fora dele. Deste modo, ser feliz sem Deus é uma contradição de termos.[7]

 

A enfadonha rotina do prazer

Geralmente colocamos a nossa felicidade na concretização de determinados objetivos. Contudo, realizá-los pode revelar os nossos equívocos. Concretizamos nossos propósitos, no entanto, nem por isso nos sentimos felizes.[8] A rotina do prazer, em geral, se torna enfadonha. Isto não é felicidade.[9]  As nossas escolhas envolverão sempre as exclusões. Como dizer sim, sem dizer não? E, como contingentes que somos, precisamos acertar em nossas seleções. Isso nos causa angústia e dor.

Sobre esses conflitos, escreveu Calvino (1509-1564):

Os desejos que agitam o homem carnal são como ondas impetuosas que se chocam umas contra as outras, arremessando o homem de um lado para outro, de modo tal que ele muda e vacila a todo instante. Todos quantos se entregam aos desejos carnais experimentam tal desassossego, porque não existe estabilidade senão no temor de Deus,[10]

 

A efemeridade da felicidade

Queremos ser felizes e a felicidade envolve perpetuidade. Na mensuração temporal, a cronologia da felicidade costuma ser tão rápida que, por vezes, temos a impressão de que nunca o fomos suficientemente. A intensidade parece se submeter ao tempo de sua duração. Contudo fizemos e voltamos a fazer as escolhas certas? Parece-me correto Nicholi Jr. (1927-2017) ao dizer que “nenhum aspecto da vida é mais desejável, mais esquivo e mais espantoso do que a felicidade”.[11]

 

O aspecto socializante da felicidade

Agostinho (354-430) discorreu sobre isso com humor e maestria tratando de nosso desejo pela felicidade e, ao mesmo tempo, das respostas incoerentes e contradizentes:[12]

Todos, na verdade, desejam a felicidade, mas a maioria desconhece a maneira de a obter (…). De fato, ser feliz é um bem tão grande que o desejam bons e maus. Não é de admirar que para serem felizes os bons sejam bons, mas é espantoso que por isso os maus sejam maus.[13]

No entanto, Calvino (1509-1564), sem ignorar a importância da busca pela felicidade, com discernimento bíblico, afirma:

Tudo quanto os filósofos têm inquirido sobre o summum bonum revela estupidez e tem sido infrutífero, visto que se limitam ao homem em seu ser intrínseco, quando é necessário que busquemos felicidade fora de nós mesmos. O supremo bem humano, portanto, se acha simplesmente na união com Deus. Nós o alcançamos quando levamos em conta a conformidade com sua semelhança.[14]

 

A virada metafísica das bem-aventuranças

As bem-aventuranças (Mt 5.3-12) fazem parte do chamado Sermão do Monte (Mt 5 a 7), conforme expressão empregada primeiramente por Agostinho (354-430) no seu comentário exegético De Sermone Domini in monte (393-394)[15] e depois inserida na Bíblia de Coverdale (1535).[16]

Nesse sermão, temos uma virada metafísica. Enquanto os homens buscam intensamente a sua felicidade nas coisas materiais,[17] ou se valem do transcendente materializando-o em suas conquistas, Jesus Cristo, por meio de paradoxos[18] relativos à nossa percepção, nesses “oráculos de bênçãos”,[19] demonstra que a verdadeira felicidade está numa relação correta com Deus, consigo mesmo e com os homens. Portanto, tudo isso parte do restabelecimento de nossa comunhão com Deus. O caminho da verdadeira felicidade não tem outro início que não seja a reconciliação com Deus por meio de Cristo. (Rm 5.1; 8.1).

A Escritura trata com seriedade as nossas questões por mais simples ou mais graves que sejam. Ela nos propõe caminhos seguros que nos conduzem pelas sendas da obediência a Deus. Ele nos mostra a trilha da felicidade. Calvino escreve:

O propósito da Escritura não é nos alimentar com coisas vãs e supérfluas, mas nos edificar para o nosso bem-estar, isto é, fazer-nos perceber a bondade de Deus para que sejamos reunidos a ele, e que isso seja a nossa autêntica felicidade.[20]

Agostinho (354-430), não sem razão, afirma que, no Sermão da Montanha, temos “um programa perfeito de vida cristã destinado à direção dos costumes”.[21]

Nesse Sermão Jesus Cristo nos desafia a não simplesmente permanecermos como críticos da cultura que, sem dúvida, reflete e reforça determinada cosmovisão, mas a criar a cultura a partir da obediência à Palavra, apresentando uma nova cosmovisão. Fomos redimidos pelo Senhor para agir de forma renovadora no meio de uma cultura que agoniza.

 

 

          A. Tentação da autossuficiência

 

A autonomia humana pecaminosa, longe de ser o caminho para a autorrealização humana, é, em si mesma, uma distorção daquilo que é humano. ‒ Robert D. Knudsen (1924-2000).[22]

 

No Paraíso, Satanás tentou os nossos primeiros pais por meio do desejo que, de alguma forma, cultivavam de serem iguais a Deus. Eles se esqueceram de todo o histórico de sua relação com o Deus fiel, amoroso, justo e sábio.[23] O seu desejo já em si mesmo, pecaminoso, falou mais alto aos seus corações.

Paulo, interpretando o acontecimento histórico registrado em Gênesis, diz:

Mas receio que, assim como a serpente enganou (e)capata/w = desviou, seduziu, desencaminhou) a Eva com a sua astúcia (panourgi/a[24] = “ardil”, “truque”, “maquinação”, “trapaça”), assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo. (2Co 11.3). A mulher, sendo enganada, (e)capata/w) caiu em transgressão. (1Tm 2.14).

Como temos destacado em diversos lugares, o verbo grego[25] tem o sentido de enganar completamente, conseguindo totalmente o seu objetivo. Deste modo, Eva, segundo o texto nos diz, foi completamente enganada por Satanás.

Ao ceder à tentação, ela está plenamente convencida de que o que fez é certo dentro de seus objetivos duvidosos. Daqui, podemos concluir que a certeza subjetiva não significa necessariamente a correta interpretação dos fatos.

Não devemos nos esquecer de dois aspectos fundamentais: a) a limitação de nossa compreensão – somos seres finitos, ainda que com aspirações infinitas; e b) a realidade do pecado – enquanto elemento que permeia a nossa existência e, por isso mesmo, nossa perspectiva e, decorrentemente, nossa epistemologia e lógica.

Na realidade, Adão e Eva desejaram a autonomia. Ter um conhecimento independentemente de Deus. Ser iguais a Deus. Autossuficientes. Satanás lhes ofereceu uma cosmovisão concorrente onde o ponto de referência não era mais Deus, mas o desejo pessoal deles.[26]

 

O engano do pecado

O pecado é enganoso. Dá-nos a impressão, num primeiro momento, de plena e completa satisfação. Ele tende a satisfazer os nossos desejos mais imediatos, muitos deles até legítimos – ainda que nem sempre. No entanto, fornece-nos caminhos que conflitam com a Palavra de Deus, que nos conduzem ao fracasso, ou à perda da oportunidade de nosso amadurecimento, da lapidação do nosso caráter e vida espiritual.

O pecado também nos indispõe contra a Palavra de Deus. Torna-nos insensíveis aos ensinamentos dela, avessos às advertências divinas. Faz-nos, com frequência, arrogantes. Julga-nos autossuficientes. Contenta-nos com os prazeres passageiros desta vida. Distancia-nos de Deus e da sua Lei. Daí o escritor de Hebreus orientar a Igreja: “Exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano (a)pa/th = fascinação, sutileza, mistificação) do pecado” (Hb 3.13).

 

O Humanismo secular

O Humanismo renascentista que durou aproximadamente quatro séculos (XIII – XVI) veio na esteira do pensamento grego cujos valores foram herdados pelo iluminismo (Sécs. XVII – XIX) e tem o seu clímax nos humanistas seculares modernos.[27]

O trágico de todos estes movimentos é que o homem longe de Deus tentou de todas as formas encontrar a sua autonomia e, por isso mesmo, não alcançou a compreensão de que toda a vida é relacional.

Deste modo, se a Idade Média foi pretensamente o tempo de Deus, o Renascimento foi o tempo do homem, o Iluminismo o tempo da -razão, o século XX o da ciência e da técnica. hoje, não temos mais referências, o homem já não é o centro de todas as coisas, visto que já não há mais centro.[28]

Talvez o volátil consenso popular possa nos dar uma pista, porém, ele além de manipulável é extremamente fugidio.[29] Estamos “perdidos no espaço”, ainda buscando a nossa satisfação. Sem absolutos, não sabemos ao certo o valor do homem e o seu papel no universo. Sem princípios universais não existem absolutos.  Sem absolutos, é impossível uma ética consistente.[30] Assim, tudo é possível.[31]

Deste modo, sem o conceito de verdade, a felicidade ficou circunscrita ao conceito de prazer de cada um, independentemente, de princípios e valores divinos universais. Como escreve Zacharias, um ex-ateu: “A realidade é que o vazio resultante da perda do transcendente é absoluto e devastador, tanto no sentido filosófico quanto existencial”.[32]

O problema da existência é uma questão basicamente metafísica. Aliás, o homem é um ser metafísico. A negação prática dessa realidade acarreta uma percepção errada e tristemente limitante da natureza humana. Por isso, o homem “pós-moderno” dispõe diante de si de todas as saídas possíveis, porém nenhuma delas conduz ao “fim” necessário. Os seus pressupostos descartam o único caminho real do significado da vida e do ser: o Deus transcendente e pessoal – o Deus que se revela como tal conferindo sentido a todo o real e à nossa existência.

Ao mesmo tempo, o homem, em seu pretenso humanismo autônomo, não consegue encontrar um ponto de integração que confira sentido à realidade.[33] Por isso o sentimento constante de insatisfação e frustração, como descrito por McGrath:

Deixar de relacionar-se com Deus é deixar de ser completamente humano. Ser realizado é ser plenificado por Deus. Nada transitório pode preencher esta necessidade. Nada que não seja o próprio Deus pode esperar tomar o lugar de Deus. Assim mesmo, por causa da decadência da natureza humana, há hoje a tendência natural de se tentar fazer com que outras coisas preencham essa necessidade. O pecado nos afasta de Deus e nos leva a pôr outras coisas em seu lugar. Essas vêm para substituir Deus. Elas, porém, não satisfazem. E, como a criança que experimenta e expressa insatisfação quando o pino quadrado não se encaixa no orifício redondo, passamos a experimentar um sentimento de insatisfação. De alguma forma, permanece em nós a sensação de necessidade de algo indefinível de que a natureza humana nada sabe, só sabe que não o possui.[34]

 

         B. A felicidade humana e a bem-aventurança divina

Enquanto todos os homens naturalmente desejam e correm após a felicidade, vemos com quanta determinação se entregam a seus pecados. Sim, todos aqueles que se afastam ao máximo da justiça, procurando satisfazer suas imundas concupiscências, se julgam felizes em virtude de alcançarem os desejos de seu coração. – João Calvino.[35]

A palavra traduzida por “bem-aventurado” (rv,a,)) (‘esher) no Salmo 1 quer dizer: “quão feliz é”. Para os gregos, a ideia de bem-aventurança (maka/rioj) estava geralmente associada a algum bem terreno: saúde, bem-estar, filhos e riquezas, ainda que não exclusivamente, podendo se referir ao conhecimento e à paz interior.[36]

A palavra grega carrega consigo o sentido de beleza e harmonia.[37] Era uma expressão comum nos epitáfios para descrever a vida feliz.[38] Em sua origem, a palavra era empregada de forma preponderante (Homero) para se referir à bem-aventurança dos deuses.[39] No entanto, nas bem-aventuranças, o aspecto dominante não é o material, antes, se referem à vida espiritual e à comunhão com Deus.[40]

O Antigo Testamento contém muitas advertências contra o julgamento puramente externo, de modo que a verdadeira bem-aventurança, especialmente nos Salmos, está associada à confiança em Deus (Sl 40.4; 84.12);[41] refugiar-se em Deus (Sl 2.12; 34.8);[42] ser disciplinado e educado por Deus (Sl 94.12);[43] andar na Lei do Senhor (Sl 119.1-2);[44] ter a Deus por auxílio, esperança (Sl 146.5)[45] e povo do Senhor (Sl 33.12; 144.15);[46] ser escolhido de Deus (Sl 65.4);[47] ter os pecados perdoados (Sl 32.1);[48] temer a Deus e andar nos seus caminhos (Sl 128.1).[49]

Sproul resume: “Ser abençoado, na mentalidade hebraica, significa ter a alma cheia da capacidade de experimentar o encanto, a excelência e a doçura do próprio Deus”.[50]

Nas bem-aventuranças (Mt 5.3-12), Jesus Cristo, em suas “exclamações enfáticas”,[51] começa por dizer: Bem-aventurados os humildes (ptwxo/j) de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Portanto, a bem-aventurança não está na pobreza, mas na consciência da real pobreza espiritual e de sua total carência de Deus.

 

                    1) O sentido da palavra “pobreza”

Sem pretender supervalorizar a ênfase, devemos acentuar que a palavra empregada por Jesus Cristo para pobreza. indica geralmente, não simplesmente a situação de um “assalariado”, mas a de um homem em total indigência financeira, mais propriamente um mendigo[52] que depende da boa vontade de terceiros para sobreviver.[53]

 

                   2) A nossa pobreza: desconstrução e reconstrução

A humildade é a primeira letra no alfabeto do Cristianismo. Para se construir um edifício é necessário começar pelos alicerces. ‒ J.C. Ryle (1816-1900).[54]

Jesus Cristo apresenta um conceito totalmente oposto aos nossos valores que falam de poder, saber, status, cultura, fama, sucesso e dinheiro. Ele diz que bem-aventurado é o homem indigente espiritualmente que sabe que nada tem para oferecer a Deus, mas depende totalmente de sua graça.

Aqui nosso Senhor ataca frontalmente o desejo humano tão arraigado no coração de ter uma visão bastante otimista a seu respeito, considerando-se acima dos demais. Essa tentação é tão comum e, até mesmo, tão aceitável socialmente dentro de determinadas condições, que nem sequer paramos para pensar nela.

Costumeiramente, há uma contradição entre a nossa compreensão intelectual desse assunto e o nosso comportamento, ainda que com alguns disfarces, ávido por evidenciar alguma forma de poder, mesmo que seja de uma humildade superlativa. No fundo, diz Calvino, todos em sua prosperidade gostam de ter os “holofotes” em sua direção.[55]

É por isso que o nosso primeiro contato com o evangelho, com frequência, antes de trazer paz espiritual, provoca uma espécie de guerra interior, uma “crise”. O evangelho desestabiliza a nossa estrutura de pensamento e, por vezes, a tão bem arrumada concepção de vida e valores que sustentamos – ainda que nem sempre conscientemente – e divulgamos alguns de seus aspectos mais evidentes em nossa compreensão.

Esse conflito, portanto, como é previsível, dói e, por vezes, dói muito. Contudo o evangelho nos desafia, transforma e concede, pelo novo nascimento espiritual, uma dimensão nova da vida, do tempo e da eternidade, mostrando-nos o quanto estávamos equivocados em nossa forma de nos ver, interpretar e nos posicionar em relação à realidade. O evangelho evidencia de modo contundente o quanto somos carentes de Deus e da sua graça. O Deus que cria a realidade, vem nos mostrar que o nosso conceito de real está totalmente equivocado. Isso é extremamente chocante, especialmente se você é seriamente comprometido com seus valores, como foi o caso de Saulo.

Enquanto os homens querem ter coisas para serem felizes, Jesus Cristo começa mostrando a necessidade que temos de nos esvaziar. A construção da verdadeira felicidade começa pela desconstrução de nosso eu, nossa pretensa riqueza, referência e escala de valores. Percebam o drama: eu que, durante toda a vida, desde o nascimento fui socializado assim, tendo como referência de valores o eu, agora sou redirecionado para uma esfera totalmente distinta, passando a ter Deus como referência e centro. Mudei de uma visão “egorreferente” para outra, oposta, “teorreferente”.

Por isso é que a primeira bem-aventurança aponta para a nossa total incapacidade. Quando nos sentirmos assim, poderemos ser reconstruídos, restaurados pelo Senhor Jesus. A graça, como a verdade, sempre nos surpreende. Maravilhosa graça!

 

                    3) A Graciosa Lei de Deus e a nossa miséria

Pobreza de espírito é o resultado de apenas se ter tido um vislumbre daquilo que você realmente é, e ver que você não é nada e não tem nada e não pode fazer nada, só isso pode recomendá-lo à graça e ao poder salvador de Deus. ‒ Albert N. Martin.[56]

 A Lei de Deus é boa. Ela nos foi dada para o nosso bem. Ela se tornou maldição para nós por causa do nosso pecado. A quebra da Lei fez com que merecêssemos o justo castigo por ela prescrito. Aliás, a Lei precisa ser enfatizada para que o homem, por graça, se disponha a ouvir o evangelho. Sem a Lei, a impressão que fica é que temos uma vida correta e satisfatória. De nada precisamos; muito menos de salvação.

Na realidade, a Lei de Deus, como que por um espelho, reflete a nossa miséria espiritual resultante de nossa total incapacidade de cumprir as exigências divinas. O confronto com a Lei é algo profundamente angustiante e destruidor de alguma presunção orgulhosamente autônoma.

A Lei não afaga as nossas pretensões entusiasticamente egocêntricas, antes, revela as nossas imperfeições. Via-nos saciados e ricos, com trajes finos e elegantes. A Lei vem nos mostrar que estamos famintos, carentes e nus.

As nossas vestes autônomas – com todos seus valores agregados por marcas, etiquetas e nomes exóticos – só servem para certificar de forma eloquente a nossa nudez. Não passam de folhas arrancadas às pressas de um jardim já corrompido pelo pecado. Evidenciam, às vezes, de modo abrupto, as nossas imperfeições.

Como tratar consciente e eficazmente de um mal não percebido? (Sl 19.12). A Lei coloca em destaque a nossa condição de pecador, revelando de forma contundente os nossos pecados.[57]

Por isso, entendemos que somente pela graça, por meio da Lei, podemos ter uma clara consciência de nossa pecaminosidade ativa e concreta e de sua afronta a Deus.

Ter consciência do pecado significa reconhecer o quão urgentemente precisamos nos arrepender, confessar e buscar o perdão de Deus. O Evangelho só se torna subjetivamente necessário – enquanto na realidade ele é urgentemente necessário – quando as pessoas percebem, por Deus, a sua necessidade.

Enquanto isso não acontecer, ele soará sempre como algo descartável. “Não podemos ser cristãos sem convicção do pecado. Ser cristão significa que compreendemos que somos culpados diante de Deus e que estamos sob a ira de Deus”, resume Lloyd-Jones.[58]

A Boa Nova de salvação engloba o pecado, as suas consequências e a libertação de suas mazelas pela graça de Deus. Por isso é que podemos dizer que a Lei é graça.

A Lei em seu primeiro aspecto, nos cala de vergonha. A graça que nos justifica, nos faz confessar a Jesus como Senhor.[59] A Lei, portanto, nos conduz à graça que brilha de forma magnífica na face de Cristo.[60]

Sproul (1939-2017) afirma com precisão: “Não pense que o Evangelho que o liberta da maldição da lei é uma licença para você desprezar e ignorar a lei”.[61]

A pobreza de espírito, em geral, está associada a um confronto honesto com a Lei de Deus por meio do qual vemos como de fato somos; não mais por meio da benevolência criada por nós mesmos em nosso autoexame bastante comprometido mediado pela nossa boa vontade egocêntrica.

A magnitude da graça é retratada por Paulo ao dizer que “Cristo nos resgatou da maldição da lei” (Gl 3.13). Ele satisfez perfeitamente todas as exigências dela. Por isso, o Senhor pode nos libertar definitivamente do seu aspecto condenatório,  restaurando-nos à comunhão com Deus por meio de sua obra sacrificial, fazendo-se maldito em nosso lugar.

19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, 20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. 21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; 22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção, 23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, 24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, 25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; 26 tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus. 27 Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. 28 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. 29 É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios, 30 visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso. 31 Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei. (Rm 3.19-31).

                    A Lei, portanto, no seu aspecto moral, não foi abolida. Escreve Calvino:

A lei moral de Deus é a verdadeira e perpétua regra de justiça, ordenada a todos os homens, de todo e qualquer país e de toda e qualquer época em que vivam, se é que pretendem reger a sua vida segundo a vontade de Deus. Porque esta é a vontade eterna e imutável de Deus: que Ele seja honrado por todos nós, e que todos nós nos amemos uns aos outros.[62]

A Lei não nos salva, contudo nos mostra a necessidade que temos do perdão e da purificação efetuada por Deus. “A regra de nossa santidade é a lei de Deus”, afirma Packer (1926-2020).[63]

O anúncio do Evangelho envolve a Lei, a mesma que evidenciou o nosso pecado, apontou para a necessidade de salvação, se concretizando em Cristo Jesus: “O Evangelho e a Lei não devem ser separados, constituem uma única entidade no interior da qual o Evangelho é a coisa primordial e a Lei permanece contida na Boa Nova”, enfatiza Barth (1886-1968).[64] Sem Lei não há Evangelho. A Lei nos desmascara. O Evangelho vem então como uma nova muito boa. A nova de salvação.

Por intermédio de Cristo, somos libertos da tentativa insana de tentar ser salvo pelo cumprimento da Lei, o que é impossível. Além do mais, este desejo ainda que fosse moralmente possível, não o seria dentro do propósito glorioso de glorificar o nome de Deus, que deve ser o alvo final de todas as coisas, inclusive de nossa obediência (1Co 10.31).

Diante da Lei restam-nos hipoteticamente três opções: Desconsiderá-la, o que não nos livraria das consequências de sua desobediência, arcando com o juízo condenatório de Deus; sinceramente tentar cumprir as suas exigências, o que nos é impossível, sendo assim, condenado pelo reto juízo de Deus, ou, buscar humildemente refúgio na misericórdia de Deus por meio de Jesus Cristo.

Calvino orienta-nos:

Na Lei de Deus nos é apresentado um padrão perfeito de toda a justiça que pode, com razão, ser chamada de vontade eterna do Senhor. Deus condensou completa e claramente nas duas tábuas tudo o que Ele requer de nós. Na primeira tábua, com uns poucos mandamentos, Ele prescreve qual é o culto agradável à Sua majestade. Na segunda tábua, Ele nos diz quais são os ofícios de caridade devidos ao nosso próximo. Ouçamos a Lei, portanto, e veremos que ensinamentos devemos tirar dele e, similarmente, que frutos devemos colher dela.[65]

Contudo, o que a Lei exige, ela mesma não nos capacita a cumprir, deixando-nos sozinhos.[66] Esta capacitação é somente pela graça que, se envolve a Lei, não se restringe a ela.

Calvino comenta:

Pela lei Deus exige o que lhe é devido, todavia não concede nenhum poder para cumpri-la. Entretanto, por meio do Evangelho os homens são regenerados e reconciliados com Deus através da graciosa remissão de seus pecados, de modo que ele é o ministério da justiça e da vida.[67]

Insistimos: desprezar a Lei de Deus é um ato de insanidade pecaminosa. Na Lei de Deus temos o princípio de sabedoria que deve nortear a nossa vida. Devemos, portanto, nos aplicar no estudo da Lei,[68] visto que “a Escritura outra coisa não é senão a exposição da lei”, resume Calvino.[69]

 

                    4) “Perdoa-nos as nossas dívidas” (Mt 6.12)

Os homens, pois, só serão bem-aventurados depois que forem gratuitamente reconciliados com Deus e reputados por ele como justos. ‒ João Calvino.[70]

Na petição que intitula esse tópico,  entre outras coisas, estamos confessando que não temos condições de pagar a nossa dívida (Lc 7.41-42; Mt 18.25-27).[71] A Lei já nos ensinou isto.

Estamos inadimplentes espiritualmente. Temos consciência de que a nossa dívida aumenta cada vez mais.

Barth (1886-1968) escreveu sobre isso:

Porque, ainda que vivendo como cristãos, vamos aumentando sem cessar nossa dívida e agravando a embrulhada da nossa situação. A dívida cresce de dia em dia. E imagino que à medida que envelhecemos, mais conta nos damos de que não temos possibilidade alguma de cancelar essa dívida. As coisas vão de mal a pior.[72]

Por isso, só nos resta suplicar o perdão. “A súplica por perdão subentende que o suplicante reconhece que não existe outro método pelo qual sua dívida seja cancelada. Portanto, é uma súplica por graça”, infere corretamente Hendriksen (1900-1982).[73]

Diria mais: é impossível uma autêntica vida cristã sem esta consciência: de sermos pecadores e da necessidade do perdão de Deus.[74] Enquanto não admitirmos isso, estamos, na realidade, sustentando algum tipo de imatura ou arrogante autossuficiência, de qualquer forma, pecaminosa.

A escravidão está na pretensa autossuficiência que, para dar-nos esta sensação cobra um preço muito elevado, envolvendo poder, dinheiro, fama, títulos, distinções e coisas semelhantes que enchem os nossos olhos e, em geral, os nossos parceiros sociais.

A misericórdia de Deus é o único caminho da remissão. E, todas as vezes que confessamos a Deus os nossos pecados, arrependidos de tê-los cometidos, desejosos de não mais praticá-los, podemos ter a certeza de que Deus, por sua graça, nos perdoa.

Os humildes em espírito são bem-aventurados porque reconhecem a sua total falência espiritual confessando diante de Deus a sua indignidade e absoluta dependência de sua misericórdia.[75] Somos totalmente dependentes da graça de Deus. Nesta consciência sincera, somos bem-aventurados.

 

Algumas aplicações

 

  1. À presunçosa igreja de Laodiceia, o Senhor Jesus indica a falácia de sua presumida riqueza, descrevendo a sua real situação: “Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre (ptwxo/j), cego e nu” (Ap 3.16-17).A nossa suficiência está em Deus, aquele que provê todos os recursos necessários à nossa salvação e manutenção já nesta vida.

Do mesmo modo, à pretensiosa igreja  de Corinto, Paulo também exorta: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1Co 4.7).

 

  1. Colson (1931-2012), convertido à Fé cristã, relata aspectos da existência que pode aprender após a sua prisão resultante de sua participação em atos criminosos:

Compreender os paradoxos da vida é a chave para encontrar e viver a boa vida. (…) Temos de aprender como a vitória pode surgir do sofrimento e da derrota, e como perdemos a vida a fim de ganhá-la. Temos de ser obedientes ao chamado a fim de sermos livres, e temos de reconhecer o mal que há em nós a fim de abraçar o bem. Essas verdades inversas são contraintuitivas, decididamente contraculturais. São também sabedoria além de nosso entendimento.[76]

 

  1. Devemos eliminar de nós todo e qualquer espírito de altivez que nos conduza a pensar em nossa capacidade e autonomia.[77]

Calvino interpreta:

Somos sempre devedores à graça de Deus. É preciso manter a nossa constante atenção neste flanco. “Devemos notar que os resíduos desta doença chamada orgulho persistem mesmo nos santos, de modo que eles mui amiúde precisam ser reduzidos a extremos, a fim de despir-se de toda a sua autoconfiança e aprender a humildade. As raízes deste mal são tão profundas no coração humano que ainda o mais perfeito dentre nós jamais se livra inteiramente delas, até que Deus o confronte com a morte. Podemos perceber o quanto a nossa autoconfiança desagrada a Deus, ao vermos como, a fim de curá-la, temos de ser condenados à morte.[78]

 

  1. A nossa considerada pobreza perante os homens não passa despercebida a Deus. Ela, em muitos sentidos, pode representar, na realidade, riqueza diante de Deus. À atribulada igreja de Esmirna, prestes a passar por intensa provação, Jesus Cristo diz: “Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (ptwxei/a) (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás” (Ap 2.9).

 

  1. Os pobres em espírito são aqueles que encaram toda a realidade pelo prisma teológico, reconhecendo que todas as coisas só são relevantes a partir da importância conferida por Deus.

 

  1. O caminho da verdadeira pobreza em espírito não começa por olhar para nós mesmos,[79] ou para o nosso próximo. Antes, tem seu início quando nos fixamos em Deus e contemplamos a sua majestade. Partindo daí, voltamos para nós mesmos e, assim, percebemos o quanto somos carentes da graça dele.

 

  1. Cultivar o espírito de humildade:

Calvino comenta:

Ninguém possui coisa alguma, em seus próprios recursos, que o faça superior; portanto, quem quer que se ponha num nível mais elevado não passa de imbecil e impertinente. A genuína base da humildade cristã consiste, de um lado, em não ser presumido, porque sabemos que nada possuímos de bom em nós mesmos; e, de outro, se Deus implantou algum bem em nós, que o mesmo seja, por esta razão, totalmente debitado à conta da divina graça.[80]

 

  1. O Reino de Deus (= Reino dos Céus),[81] o governo soberano de Deus sobre todas as coisas, envolve todas as bênçãos espirituais e materiais relativas à nossa salvação e ao nosso bem-estar. Os pobres em espírito são aqueles que têm o Reino porque eles sabem que tudo que são e têm pertence a Deus, o Senhor eterno. Portanto, recebem com alegria o seu reinado, participando, deste modo, da vida de seu Reino.

 

  1. Os pobres em espírito já participam das bênçãos do Reino (Mt 5.3). No entanto, aguardam e oram pela sua plena manifestação. “Nós estamos no Reino e, mesmo assim, aguardamos sua manifestação completa; nós compartilhamos de suas bênçãos, mas ainda aguardamos sua vitória total; nós agradecemos a Deus por ter-nos trazido para o Reino do Filho que Ele ama, e ainda assim continuamos a orar: ‘Venha o teu reino’.”, enfatiza Hoekema (1913-1988)[82]

 

  1. A nossa eleição eterna em Cristo revela a riqueza da graça de Deus e a nossa total carência de misericórdia: “Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu (e)kle/gomai) Deus os que para o mundo são pobres (ptwxo/j), para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?” (Tg 2.5). A nossa bem-aventurada pobreza em espírito se revela em gratidão a Deus.

 

  1. O Cristianismo apresenta respostas às mais inquietantes perguntas do ser humano. As suas propostas, se forem levadas a sério, se constituem em verdades conflitantes com os valores hodiernos. No entanto, a seriedade das reivindicações bíblicas se constitui ‒ de modo bastante elucidativa no Sermão do Monte ‒ na alternativa divina para a “desordem do homem”. A genuína teologia cristã é compreensível, transformadora e operante. A Igreja como manifestação histórica do Reino é desafiada a apresentar em sua fé operante[83] (práxis)[84] a eficácia da ética de Jesus Cristo e a demonstrar o quanto a Igreja leva a sério o seu Senhor.

 

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

_______________________________

[1] D. Martyn Lloyd-Jones, Uma Nação sob a Ira de Deus: estudos em Isaías 5, 2. ed. Rio de Janeiro: Textus, 2004, p. 41.

[2] E.F. Scott, El Caracter de la Iglesia Primitiva, Buenos Aires: La Aurora, 1967, p. 28.

[3]R.C. Sproul, Estudos bíblicos expositivos em Romanos, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 107.

[4] Veja-se: Julías Marías, A Felicidade Humana, São Paulo: Duas Cidades, 1989, p. 18-20.

[5]1Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. 3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. 4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. 5 E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. 6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida” (Ap 21.1-6).

[6] Veja-se: R.C. Sproul, A Alma em Busca de Deus: Satisfazendo a fome espiritual pela comunhão com Deus, São Paulo: Eclesia, 1998, p. 170.

[7]Veja-se: C.S. Lewis, A essência do Cristianismo autêntico, São Paulo: Aliança Bíblica Universitária,  (1979),  p. 27.

[8] “Parte da cruel ironia da existência humana parece ser que as coisas que, em nossa opinião, iriam nos fazer felizes, deixam de fazê-lo” (Alister McGrath, O Deus Desconhecido: Em Busca da Realização Espiritual, São Paulo: Loyola, 2001, p. 9).

[9]Sproul (1939-2017) descrevendo as lutas de sua mocidade, disse: “Já cometi muitos pecados, mas nenhum deles adicionou sequer um grama de felicidade à minha vida. Só me acrescentou infelicidade em abundância. (…) Meus pecados não me trouxeram felicidade. No entanto me deram satisfação. (…) O pecado pode produzir contentamento, porém nunca traz felicidade” (R.C. Sproul, A santidade de Deus, São Paulo: Cultura Cristã, 1997, p. 171).

[10]João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (Tt 3.3), p. 344.

[11]Armand M Nicholi Jr., Deus em questão: C.S. Lewis e Sigmund Freud debatem Deus, amor, sexo e o sentido da vida, Viçosa, MG.: Ultimato, 2005, p. 109. Marías, que escreve uma obra de fôlego sobre a felicidade, depois de observar que não existe um verbo para este substantivo (tanto em espanhol quanto em português), diz a respeito de seu objeto: “uma investigação sobre essa estranha realidade, procurada e raramente encontrada, que chamamos felicidade” (Julías Marías, A Felicidade Humana, São Paulo: Duas Cidades, 1989, p. 13-14). À frente: “Veremos ao longo deste estudo que a felicidade é possível de modo parcial, deficiente, inseguro; mas a pretensão é inseparável da condição humana” (p. 38).

[12] Veja-se: Agostinho, A Trindade, São Paulo: Paulus, 1994, XIII.3.6ss.

[13] Agostinho, Comentário aos Salmos, São Paulo: Paulus, 1998, v. 3, (Sl 118), p. 369,370.

[14] João Calvino, Exposição de Hebreus, São Paulo: Paracletos, 1997, (Hb 4.10), p. 105.

[15] St. Agostinho, O Sermão do Monte, São Paulo: Paulinas, 1992. Vejam-se: H.L. Drumwright Jr., Sermão do Monte: In: Merril C. Tenney, ed. Enciclopédia da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2008, v. 5, p. 569-570; John R.W. Stott, A Mensagem do Sermão do Monte, 3. ed. Paulo: ABU., 1985, p. 11.

[16]A Bíblia traduzida por Miles Coverdale (1488-1569), foi a primeira edição completa das Escrituras impressa em inglês (04/10/1535). A sua impressão provavelmente ocorreu na Alemanha. Coverdale não se baseou nos originais Hebraicos e Gregos, mas, sim, na Vulgata e em outras traduções existentes, tais como, a de Lutero (AT.: 1522; NT.: 1534), de Leo Judas (Bíblia de Zurique, 1529); William Tyndale (NT.: 1525; AT.: 1535), etc. Os apócrifos foram impressos como um apêndice ao Antigo Testamento.

[17] “Quando a alma se encontra envolta em desejos carnais, busca sua felicidade nas coisas desta terra” (João Calvino, A Verdadeira Vida Cristã, São Paulo: Novo Século, 2000, p. 60).

[18] Vejam-se: F. Hauck, Maka/rioj: In: G. Friedrich; Gerhard Kittel, eds. Theological Dictionary of the New Testament, 8. ed. Grand Rapids, Michigan: WM. B. Eerdmans Publishing Co., (reprinted) 1982, v. 4, p. 368; William Hendriksen, Mateus, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, v. 1, p. 368.

[19] Conforme expressão de Sproul (R.C. Sproul, Oh! Como amo a tua lei. In: Don Kistler, org. Crer e Observar: o cristão e a obediência, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 11).

[20] João Calvino, Sermões em Efésios, Brasília, DF.: Monergismo, 2009, p. 154.

[21] Agostinho, O Sermão do Monte, São Paulo: Paulinas, 1992, I.1.1. p. 23.

[22] Robert D. Knudsen, O Calvinismo Como uma Força Cultural: In: W. Stanford Reid, ed. Calvino e Sua Influência no Mundo Ocidental, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, p. 20.

[23] “O pecado original foi o pecado de esquecer Deus. Adão e Eva deram as costas a ele – daí os problemas” (David Martyn Lloyd-Jones, Uma Nação sob a Ira de Deus: estudos em Isaías 5, 2. ed. Rio de Janeiro: Textus, 2004, p. 47).

[24] Ocorre 5 vezes no NT.: Lc 20.23; 1Co 3.19; 2Co 4.2; 11.3; Ef 4.14.

[25] e)capata/w *Rm 7.11; 16.18; 1Co 3.18; 2Co 11.3; 2Ts 2.3; 1Tm 2.14.

[26]Veja-se: R.K. Mc Gregor Wright, A Soberania Banida, São Paulo: Cultura Cristã, 1998, p. 248. Após a queda, “a criação não se tornou má, mas tornou-se o campo de batalha entre o bem e o mal. Ela carrega as cicatrizes do pecado (e o pecado sempre deixa cicatrizes). Na ocasião, a estratégia de Satanás era tornar o mundo de Deus o seu mundo — apossar-se do bom mundo de Deus. Satanás trabalha para transformar o mundo de Deus à sua imagem. Ele trabalha para convencer o homem de que o mundo de Deus é estranho, bizarro, desagradável, desafeiçoado ou entediante. Esse foi justamente o seu apelo para Eva em Gênesis 3: ‘Eva, venha viver no meu mundo. Deus não deseja o melhor para vocês. Deus não os deixou comer esta fruta deliciosa. Em meu mundo, vocês podem comê-la. Deus não quer que vocês saibam tudo o que ele sabe. Em meu mundo, deixarei que vocês saibam todas as coisas. Deus mentiu para vocês. Mas estou lhes dizendo como as coisas realmente são’. Satanás está propondo não apenas que Adão e Eva desobedeçam; não está simplesmente convidando o homem a rebelar-se. Satanás está oferecendo-lhes um mundo completamente diferente. Está oferecendo-lhes uma realidade diferente. Todos sabemos que aquilo que nos cerca tende a tornar-se normal para nós” (P. Andrew Sandlin, Deus decide o que é normal, Brasília, DF.: Monergismo, 2021 (Edição do Kindle), p. 9. Posição 144-1880).

[27] Cf. Gene Edward Veith, Jr., Tempos Pós-Modernos: uma avaliação cristã do pensamento e da cultura da nossa época, São Paulo: Cultura Cristã, 1999, p. 65. Veja-se exemplo disso em Erich Fromm, que sustenta que “o homem é capaz de saber o que é bom e de agir em conformidade, apoiado no vigor de suas potencialidades naturais e de sua razão”. Continua: “Seria insustentável se fosse verdadeiro o dogma da maldade natural nata do homem” (Erich Fromm, Análise do Homem, São Paulo: Círculo do Livro, [s.d.], p. 182).

[28] Cf. Gene Edward Veith, Jr., Tempos Pós-Modernos, p. 68.

[29] “O ápice da sagacidade entre os gentios era que o consenso reinava em lugar da razão” (João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo: Parakletos, 2000, v. 1, (Dn 3.2-7), p. 187.

[30] “Nunca se pode ter moral verdadeira sem absolutos. Nós podemos chamá-la de moral, mas sempre termina com ‘eu gosto’, ou contrato social, nenhum dos quais é a moral. (…) E não tendo nenhum absoluto, o homem moderno não tem categorias. Não se podem ter respostas verdadeiras sem categorias, e estes homens não podem ter outras categorias, além das pragmáticas e tecnológicas”  (Francis A. Schaeffer, Poluição e a Morte do Homem, São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 24).

[31]“Na ausência de controles epistêmicos e éticos fixados, a geração delirante e dependentes de drogas está fadada à existência sem direção. Desprendida da racionalidade e da moralidade, sua chamada experiência religiosa logo desmorona para o sub-racional e subético” (Carl F.H. Henry, O Resgate da Fé Cristã,  Brasília, DF.: Monergismo, 2014, p. 42).

[32] Ravi Zacharias, A Morte da Razão: uma resposta aos neoateus, São Paulo: Editora Vida, 2011, p. 13. “Nenhuma filosofia acerca de um mundo sem Deus traz esperança” (p. 14).

[33] “O humanismo, em seu sentido mais amplo, mais inclusivo, é o sistema pelo qual homens e mulheres, partindo absolutamente de si mesmos, procuram racionalmente construir a partir de si mesmos, tendo exclusivamente o homem como ponto de integração para encontrar todo o conhecimento, significado e valor” (Francis A. Schaeffer, O Deus que Intervém, 2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 27).

[34]Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 68.

[35] João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1 (Sl 1.1), p. 51. Veja-se: João Calvino, Beatitudes: sermões sobre as bem-aventuranças, São Paulo: Fonte Editorial, 2008, p. 34.

[36]Cf. U. Becker, Bênção: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 1, p. 297; F. Hauck, Maka/rioj: In: G. Friedrich; Gerhard Kittel, eds. Theological Dictionary of the New Testament, 8. ed. Grand Rapids, Michigan: WM. B. Eerdmans Publishing Co., (reprinted) 1982, v. 4, p. 362-363.

[37] Veja-se: William Barclay, El Nuevo Testamento Comentado, Buenos Aires: La Aurora, 1973, v. 1, (Mt 5.3), p. 97-98.

[38] F. Hauck, Maka/rioj: In: G. Friedrich; Gerhard Kittel, eds. Theological Dictionary of the New Testament, v. 4, p. 363.

[39] Cf. F. Hauck, Maka/rioj: In: G. Friedrich; Gerhard Kittel, eds. Theological Dictionary of the New Testament, v. 4, p. 362; William Barclay, El Nuevo Testamento Comentado, v. 1, (Mt 5.3), p. 97.

[40] Cf. R.T. France, Mateus. In: D.A. Carson, et. al., eds. Comentário Bíblico Vida Nova, São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 1369.

[41]“Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança e não pende para os arrogantes, nem para os afeiçoados à mentira” (Sl 40.4). “Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia” (Sl 84.12).

[42] “Bem-aventurados todos os que nele se refugiam” (Sl 2.12). “Oh! Provai e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia” (Sl 34.8).

[43] “Bem-aventurado o homem, Senhor, a quem tu repreendes, a quem ensinas a tua lei” (Sl 94.12).

[44] “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração” (Sl 119.1-2).

[45] “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no Senhor, seu Deus” (Sl 146.5).

[46] “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança” (Sl 33.12); “Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Sim, bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor” (Sl 144.15).

[47] “Bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios; ficaremos satisfeitos com a bondade de tua casa — o teu santo templo” (Sl 65.4).

[48] “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Sl 32.1).

[49] “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos!” (Sl 128.1). Seguir fielmente o caminho do Senhor nos torna irrepreensíveis (Sl 119.1).

[50]R.C. Sproul, Oh! Como amo a tua lei. In: Don Kistler, org. Crer e Observar: o cristão e a obediência, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p.12.

[51] William Barclay, El Nuevo Testamento Comentado, Buenos Aires: La Aurora, 1973, v. 1, (Mt 5.3), p. 96. Compare com: R.C.H. Lenski, Commentary on the New Testament: The Interpretation of St. Matthew’s Gospel, [s. cidade]: Hendrickson Publishers, 1998, (Mt 5.3), p. 183.

[52]“Havia também certo mendigo (ptwxo\j), chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele” (Lc 16.20).

[53] Vejam-se, entre outros: Richard C. Trench, Synonyms of The New Testament, 7. ed. (revised and enlarged.), London: Macmillan And Co., 1871, § xxxvi, p. 121-123; F. Hauck; E. Bammel, ptwxo/j: In: G. Friedrich; Gerhard Kittel, eds. Theological Dictionary of the New Testament, 8. ed. Grand Rapids, Michigan: WM. B. Eerdmans Publishing Co., (reprinted) 1982, v. 6, p. 885-915; William Hendriksen, Mateus, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, v. 1, p. 375-377; p. 147-148; D.A. Carson, Comentario Bíblico del Expositor: Mateo, Miami, Florida: Editorial Vida, 2004, (Mt 5.3-10), p. 148; A.T. Robertson, Word Pictures in the New Testament, Volume 1: The Ages Digital Library, [CD-ROM], (Rio, Wi: Ages Sofware, 2002, (Mt 5.3); Leonard J. Coppes, ‘Abâ: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 4-5; Leonard J. Coppes, ‘Aãnâ: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, p. 1145-1146 (Especialmente); G.J. Botterweck, Ebhyôn: In: G. Johannes Botterweck; Helmer Ringgren, eds. Theological Dictionary of the Old Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1977 (Revised edition), v. 1, p. 27-41; E. Gerstenberger, ‘Bh: In:  E. Jenni; C. Westermann, eds., Diccionario Teologico Manual Del Antiguo Testamento, Madrid: Ediciones Cristiandad, 1978, v. 1, col. 601-608; A. Richardson, Poor, etc.: In: Alan Richardson, ed. A Theological Word Book of the Bible, 13. ed. London: SCM Press LTD., 1975, p. 168-169.

[54]J.C. Ryle, Comentário Expositivo do evangelho Segundo Mateus, São Paulo: Imprensa Metodista, 1959, (Mt 5.1-12), p. 23.

[55]João Calvino, Beatitudes: sermões sobre as bem-aventuranças, São Paulo: Fonte Editorial, 2008, p. 37.

[56] Albert N. Martin, As Implicações Práticas do Calvinismo, São Paulo: Os Puritanos, 2001, p. 29.

[57]”Aqueles (…) que foram instruídos na lei de Deus e no Evangelho, como descrito na Bíblia, normalmente têm uma consciência mais viva de seu estado pecaminoso, e de seus pecados particulares, porque a luz divina que brilha neles e que vem das Escrituras para expor-lhes é mais intensa” (J.I. Packer, A Redescoberta da santidade,  2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2018, p. 42).

[58]D.M. Lloyd-Jones, O Supremo Propósito de Deus, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996, p. 227.

[59] “Se o leitor separar a lei da pessoa de Cristo, nada ficará nela senão formas vazias. (…) A verdade consiste no fato de que através de Cristo obtemos a graça que a lei não poderia dar” (João Calvino, O Evangelho segundo João,  São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, (Jo 1.17),  p. 57).

[60] Veja-se: João Calvino, As Institutas, II.7.8.

[61] R.C. Sproul, Oh! Como amo a tua lei!: In: Don Kistler, org. Crer e Observar: o cristão e a obediência, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 14.

[62]João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 4, (IV.16), p. 160.

[63]J.I. Packer, O Plano de Deus para Você, 2. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2005, p. 155.

[64]Karl Barth, Esboço de uma Dogmática, São Paulo: Fonte Editorial, 2006, p. 22.

[65]João Calvino, Instrução na Fé, Goiânia, GO: Logos Editora, 2003, Cap. 8, p. 21.

[66] “A lei deixa o homem entregue às suas próprias forças e o desafia a empregá-las ao máximo; o Evangelho, porém, coloca o homem diante do dom de Deus e lhe pede que faça deste dom inefável o verdadeiro fundamento de sua vida” (J. Jeremias, O Sermão do Monte, 4. ed. São Paulo: Paulinas, 1980, p. 57).

[67]João Calvino, Exposição de Segunda Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1995, (2Co 3.7), p. 70.

[68]Calvino comenta: “…. só são dignos estudantes da lei aqueles que se achegam a ela com uma mente disposta e se deleitam com suas instruções, não considerando nada mais desejável e delicioso do que extrair dela o genuíno progresso. Desse amor pela lei procede a constante meditação nela….” (João Calvino, O Livro dos Salmos, v. 1, (Sl 1.2), p. 53).

[69]João Calvino, O Livro dos Salmos, v. 1, (Sl 1.2), p. 53. “No que tange à substância da Escritura, nada se acrescentou. Os escritos dos apóstolos nada contêm além de simples e natural explicação da lei e dos profetas juntamente com uma clara descrição das coisas expressas neles” (João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (2Tm 3.17), p. 264).

[70]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 32.1), p. 39.

[71]41 Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta. 42 Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?” (Lc 7.41-42). 25 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. 26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. 27 E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida” (Mt 18.25-27).

[72] K. Barth, La Oración, Buenos Aires: La Aurora, 1968, p. 76.

[73]William Hendriksen, Mateus, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, v. 1, p. 470.

[74] Veja-se: David M. Lloyd-Jones, O Clamor de um Desviado: Estudos sobre o Salmo 51, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1997, p. 53.

[75] “Humildes são aqueles que estão convencidos dos seus pecados e não procuram ocultá-los a Deus” (J.C. Ryle, Comentário Expositivo do evangelho Segundo Mateus, São Paulo: Imprensa Metodista, 1959, (Mt 5.1-12), p. 23).

[76] Charles Colson; Harold Fickett, Uma boa vida, São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 43.

[77] Comentando esta bem-aventurança, Calvino acentua: “A pessoa, então, verdadeiramente abençoada, é aquela que é pobre em sua própria avaliação, que voluntariamente humilha a si mesma, que nada de bom vê em si, não faz falsas afirmações sobe si, mas, em vez disso, aceita a rejeição do mundo” (João Calvino, Beatitudes: sermões sobre as bem-aventuranças, São Paulo: Fonte Editorial, 2008, p. 39).

[78] João Calvino, Exposição de 2 Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1995, (2Co 1.9), p. 23.

[79] “Não se pode duvidar de que um dos mais tormentosos pecados e tentações que assediam o cristão mediano é a tendência de examinar-se de maneira errada. (…) Você é introspectivo quando passa o tempo todo olhando para si mesmo, olhando para dentro de si e preocupado única e supremamente consigo mesmo” (D. M. Lloyd-Jones, Salvos desde a Eternidade, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2005 (Certeza Espiritual: v. 1), p. 86).

[80]João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1996, (1Co 4.7), p. 134-135.

[81] Sobre a similaridade das expressões “Reino de Deus” e “Reino dos Céus”, veja-se: A.A. Hoekema, A Bíblia e o Futuro, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989, p. 62.

[82]A.A. Hoekema, A Bíblia e o Futuro, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989, p. 72. “A vinda do reino de Deus representa o estágio final da redenção cósmica no qual Deus e as suas criaturas habitam em harmonia, justiça e deleite. Na realidade, a ‘vinda do reino de Deus’ é apenas a forma neotestamentária de escrever shalom” (Cornelius Plantinga Jr., O Crente no Mundo de Deus, São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p. 107).

[83] Paulo fala da operosidade da fé (1Ts 1.3).

[84] Jeremias (1900-1979) denomina isso de “fé vivencial” (J. Jeremias, O Sermão do Monte, 4. ed. São Paulo: Paulinas, 1980, p. 57).

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