O Seminário e a formação de Pastores – Parte 23
7.3.3.3. O “Log College”
As perseguições religiosas bem como fatores econômicos, foram determinantes na emigração de grupos de países diferentes para a América. Ao que parece, os imigrantes presbiterianos (Irlandeses-Escoceses), mesmo não sendo em maior número, contribuíram fortemente para moldar o espírito americano. Isso, não apenas pela sua doutrina, já que havia outros grupos também calvinistas, mas, pela sua maneira de ver o mundo que se expressava entre outras coisas, na sua forma de governo e espírito aguerrido como expressão de sua fé.
As ideias sempre trazem consequências.[1] Os conceitos são junções de ideias que nos levam a formulações mais elaboradas e a busca de uma práxis que julgamos consistente com o pensar elaborado. Os conceitos são grávidos de fé. A fé operante molda o mundo e, consequentemente, à chamada realidade.
As concepções teológicas, especialmente as marcadamente operantes,[2] tiveram um papel decisivo na formação e desenvolvimento político, constitucional, moral, social e econômico americano.[3] A cultura tem sempre, em maior ou menor grau, um ingrediente teológico que lhe confere sentido. A religião é um agente – ainda que não solitário mas, sempre presente –, determinante da cultura. A questão primeira não é a cultura mas a fé operante que produz, consolida, enfraquece, aperfeiçoa ou modifica a cultura.[4]
O pensamento Pietista tão influente na Alemanha e Dinamarca, atingiu à Inglaterra, de modo especial por intermédio de John Wesley (1703-1791), que recebeu ampla influência dos Moravianos.[5]
Theodore Frelinghuysen
A influência do pietismo chegou também à América (1720), por meio do pastor da Igreja Reformada Holandesa, no Vale de Raritan, New Jersey, Theodore Jacobus Frelinghuysen (1691-1747)[6] − pai do “Pietismo americano”[7] e “um dos mais importantes precursores do Grande Despertamento”[8] −, e do presbiteriano Gilbert Tennent (1703-1764), de quem falaremos abaixo.
Zinzendorf
O próprio Nikolaus Zinzendorf (1700-1760), o “teólogo dos moravianos”, residiu na América (1741-1743). Fez um trabalho diplomático e missionário, tendo contato com nobres e indígenas,[9] ajudando a fundar a comunidade Moraviana em Bethlehem, Pensilvânia (1741).[10] Serviu também como pastor numa igreja Luterana e trabalhou na promoção da unidade entre as igrejas, inclusive por meio da realização de um Sínodo interdenominacional que presidiu em outubro de 1740.[11]
William Tennent
Em 1716,[12] chega à América, procedente da Irlanda, o pastor puritano, Rev. William Tennent (1673-1745), que rejeitando o sistema anglicano e uma prática doutrinaria arminiana,[13] ingressou na Igreja Presbiteriana, por meio do Sínodo de Filadélfia (17/9/1718).[14]
Mais tarde, o Rev. Tennent preocupado com a preparação de pastores que atendessem à demanda na região de fronteira, fundou o “Log College” (1727), tendo como alunos, entre outros, três dos seus quatro filhos: Gilbert (1703-1764), William (1705-1777) e John (1707-1732) bem como, os irlandeses, Samuel Finley (1715-1766), que viria ser presidente do College de New Jersey (1761) (Posteriormente denominado de Universidade de Princeton),[15] John Blair (1720-1771) e Samuel Blair (1712-1751)
Esse Seminário, que já funcionava antes da sua construção, foi elaborado fisicamente (1736-1737), de forma rústica, com troncos de árvores, em frente à sua casa em Neshaminy, Pensilvânia, vindo daí o nome jocoso de “Log College”.
Log College: Preconceito e admiração
Apesar da oposição de muitos pastores que temiam o rebaixamento acadêmico na formação dos ministros presbiterianos – preocupação que não deixava de ter alguma pertinência[16] –, o Log College cumpriu o seu papel, sendo os seus antigos alunos capazes de levar o Evangelho às regiões mais longínquas da Pensilvânia às Carolinas do Norte e do Sul. Havia número insuficiente de pastores e muitos dos fiéis presbiterianos estavam carentes de assistência pastoral.
Os jovens que se formaram nessa escola, construíram outras iguais, que produziram cristãos devotos e pregadores fervorosos. Os modestos inícios, foram grandemente abençoados e abençoadores. Se o nome “Log College”, teve no início um sentido pejorativo,[17] com o passar dos anos, o nome passou a indicar, a formação de homens piedosos cujos trabalhos culminaram na organização de igrejas vivas e piedosas.[18] O Log College, nos dizeres do Rev. Thomas Murphy (1823-1900), foi por meio do Presbitério, o berço do Presbiterianismo na América.
A influência do Log College na implantação de nossa Igreja por toda a vizinhança em que estava localizada nunca foi nem de perto apreciada. Sobre sua influência geral, o testemunho do Dr. Archibald Alexander foi: “Esta humilde[19] instituição não foi apenas o germe do Princeton College, mas de várias outras faculdades que alcançaram alta estima neste país — entre elas, Jefferson College, Hampden-Sidney College e Washington College na Virgínia. E não precisamos parar aqui, pois estas, por sua vez, deram origem a muitas outras escolas e faculdades.”[20] Então, como devemos estimar devidamente a instituição que educou homens como os Tennents, os Blairs, os Smiths, os Rogers e os Beatties? Os principais entre eles eram os filhos cultos, piedosos e fervorosos do Rev. William Tennent, o fundador — Gilbert, William, John e Charles — grandes homens e grandes pregadores, todos eles. Por meio do trabalho destes e de outros como eles, todas as nossas igrejas daquela região, como Bensalem, Neshaminy, Deep Run, Parte superior do formulário
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Newtown, Abington e outros, constituindo a princípio mais da metade do Presbitério, foram fundados. Damos agora este fato geral, sem entrar na questão da prioridade entre as próprias igrejas, para a qual não temos espaço. Todos esses eram tão sólidos na fé e tão sólidos na vida e na prática quanto o próprio Calvino. Além disso, ao lado da religião, eles colocaram uma educação pura, e ao lado da igreja eles sempre erigiram a escola e a academia onde quer que fossem providencialmente levados a ocupar sua habitação.[21]
Gilbert Tennent
Gilbert Tennent (1703-1764), aluno do primitivo Log College, foi licenciado em maio de 1726, pelo Presbitério de Filadélfia, trabalhando por um breve tempo como assistente de seu pai no Log College. No outono de 1727, foi ordenado e instalado pastor da igreja de New Brunswick, no Vale Raritan, New Jersey.
Posteriormente, G. Tennent, propõe ao Sínodo de Filadélfia (1734), que passasse a exigir dos novos ministros que subscrevam a Confissão, os Catecismos e o Diretório de Culto de Westminster, bem como, zelasse pela vida espiritual deles.
O Sínodo aprova a solicitação definindo para os presbitérios sobre tal cuidado e, que acompanhem os pastores no bom exercício de seu ofício pastoral e prática de seu ensino. Determina que isso seja feito pelo menos uma vez por ano.[22]
Gilbert Tennent, influenciado pelo Rev. Theodore J. Frelinghuysen, começou a pregar a necessidade de um avivamento (1733). Em 1743, foi pastorear a Segunda Igreja Presbiteriana de Filadélfia, que surgira como resultado da pregação de G. Whitefield (1714-1770) – que começara a pregar na América em 1739.[23]
Em 1746, quatro ex-alunos do Log College – Samuel Blair (1712-1751), Gilbert Tennent (1703-1764). William Tennent Jr. (1705-1777) e Samuel Finley (1715-1766) –, estariam entre os 12 primeiros Curadores, do College of New Jersey (Princeton College),[24] a quarta instituição de ensino Superior na América.[25]
De certa forma, o Log College tornou-se uma espécie de precursor do Princeton College (1747) e do Seminário de Princeton (1812), [26] bem como de todas as outras instituições similares dentro da Igreja Presbiteriana na América.[27]
Em 1753-1754, G. Tennent, juntamente com o Rev. Samuel Davies (1723-1761) – também antigo aluno do Log College, considerado um dos maiores pregadores americanos do século XVIII e notável compositor[28]–, conseguiu levantar na Inglaterra, por meio de doações, mais de quatro mil libras para o College de New Jersey (quantia que ultrapassou em muito às suas expectativas: 300 libras[29]).[30]
Mais tarde, Davies sucederia a Jonathan Edwards (1703-1758) na presidência de Princeton (1758-1761).[31]
G. Tennent, que era um grande admirador de Whitefield e amigo de Jonathan Edwards (1703-1758), foi um dos responsáveis pelo reavivamento na América, sendo o principal personagem presbiteriano na propagação do avivamento em seu país.
A sua pregação era constituída de profundidade teológica, fervor e verdadeira piedade cristã, ainda que nem sempre sensata.[32] Whitefield se referiu a ele em seu diário como “filho do trovão”.[33]
Singer (1910-1999) resume:
Em certa medida, através destes homens, o puritanismo da Nova Inglaterra entrou na corrente do presbiterianismo americano, mas a tendência principal desta corrente que se ampliava, era composta de irlandeses-escoceses, que lhe acrescentaram seu próprio fervor e entusiasmo.[34]
Não nos esqueçamos também, que o Pietismo contribuiu como um forte ingrediente nesta gama de influência, que zelava pela piedade individual e também, pela pureza doutrinária.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
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[1] “As ideias nunca são neutras ou abstratas. Têm consequências na maneira como vivemos e agimos em nossa vida pessoal e na cultura como um todo” (Francis A. Schaeffer, O Grande Desastre Evangélico. In: Francis A. Schaeffer, A Igreja no Século 21, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 258).
[2] A genuína teologia cristã é compreensível, transformadora e operante. A Igreja como manifestação histórica do Reino é desafiada a apresentar em sua fé operante (práxis) a eficácia da ética de Jesus Cristo e, a demonstrar o quanto a igreja leva a sério o seu Senhor.
[3] Para o desenvolvimento dessa hipótese, veja-se: C. Gregg Singer, A Theological Interpretation of American History, 2. ed. Phillipsburg, NJ.: The Presbyterian and Reformed Publishing Co., © 1964, Revised edition, 1981.
[4] “A cultura é o resultado da atividade criativa do homem dentro das estruturas dadas por Deus. Portanto, nunca pode ser algo separado de nossa fé” (H.R. Rookmaaker, Arte Moderno y la Muerte de una Cultura, Barcelona: CLIE; Publicaciones Andamio, 2002, p. 53).
[5]Vejam-se: R.G. Tuttle, Wesley: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 3, p. 642-644; Justo L. Gonzalez, Uma História do Pensamento Cristão: da Reforma Protestante ao século XX, São Paulo: Cultura Cristã, 2004, v. 3, p. 310-319 (especialmente p. 311-314); J.L. Gonzalez, A Era dos Dogmas e das Dúvidas, São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 173ss.; W. Walker, História da Igreja Cristã, São Paulo: ASTE, 1967, v. 2, p. 209; Richard P. Heitzenrater, Wesley e o povo chamado Metodista, São Bernardo do Campo, SP.; Rio de Janeiro: Editeo; Pastoral Bennett, 1996, p. 58ss.; 76ss.; Duncan A. Reily, Metodismo Brasileiro e Wesleyano: Reflexões Históricas sobre a Autonomia, São Bernardo do Campo, SP.: Imprensa Metodista, 1981, p. 84ss.; D. Partner, John Wesley: In: J.D. Douglas; Philip W. Comfort, eds. Who’s Who in Christian History, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, 1992, p. 709-712.
Wesley é considerado “o iniciador do movimento pietista na Inglaterra” (Alister E. McGrath, Teologia, sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã, São Paulo: Shedd Publicações, 2005, p. 119).
O testemunho de fé de crentes moravianos durante a travessia do Atlântico, que enfrentando severa tempestade, cantavam louvores a Deus, enquanto ele mesmo estava com grande medo de morrer; o convívio com o pastor universalista (Conforme testemunho de Whitefield) Petrus Böhler (1712-1775), missionário moraviano entre os britânicos e norte-americanos, e a famosa experiência de Wesley ao ouvir a leitura do Prefácio do Comentário de Romanos de Lutero, foram elementos fundamentais em sua “conversão”.
A experiência no navio, quando retornava à Inglaterra, foi marcada por um coração um tanto frustrado visto que o trabalho missionário na Geórgia, não tinha apresentado frutos palpáveis.
Quanto ao contato com a leitura do Comentário de Lutero da Epístola de Romanos, registrou em seu Diário:
“À noite, fui relutante a uma sociedade da rua Aldersgate, onde alguém lia o prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos. Por volta das quinze para as nove horas, enquanto ele descrevia a mudança que Deus opera no coração por meio da fé em Cristo, eu senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que eu confiava em Cristo, somente em Cristo para salvação e uma certeza me foi dada, de que ele retirara meus pecados, mesmo os meus, e me salvara da lei do pecado e da morte” (John Wesley, The Journal of the Reverend John Wesley, A. M., New York: Mason and G. Lane, 1837, [24.05.1738], p. 74).
[6]Discute-se se o “pietismo” de Frelinghuysen era decorrente da influência pietista alemã ou um “pietismo Reformado”. (Veja-se: James Tanis, Dutch Calvinistic Pietism in the Middle Colonies : A study in the life and theology of Theodorus Jacobus Frelinghuysen, The Hague: Netherlands, 1967, p. 3-8). Pessoalmente, inclino-me a crê que mesmo a sua teologia sendo Reformada, bem como a sua piedade puritana, ele também recebeu influência da piedade missional do Pietismo alemão. A sua família migrou do luteranismo para o calvinismo e, também, houve trânsito religioso daqui para lá. Um primo distante dele, Johannes Anastasius Frelinghuysen (1670-1739), genro de A.H. Francke (1663-1727), foi um prolífico compositor de hinos pietistas que exerceram grande influência. (Vejam-se: James Tanis, Dutch Calvinistic Pietism in the Middle Colonies: A study in the life and theology of Theodorus Jacobus Frelinghuysen, p. 32; G. Clouse; Richard V. Pierard; Edwin M. Yamauchi, Dois Reinos – A Igreja e a Cultura interagindo ao longo dos séculos, São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 345-346).
Theodore J. Frelinghuysen era natural de Born, Westphalia. Foi batizado pelo seu pai em 06/11/1692. Ordenado pastor (1717), veio para a América em janeiro de 1720 com o objetivo de pastorear os imigrantes holandeses residentes em New Jersey (Cf. Mark A Noll, A History of Christianity in the United States and Canada, Grand Rapids: Michigan, Eerdmans, 1993 (Reprinted), p. 111). Ele se familiarizara com o pietismo na Holanda, onde fizera os seus estudos e fora ordenado Ministro. Schalkwijk, comenta: “O Rev. Theodore era herdeiro de uma ênfase do puritanismo holandês, que por sua vez tinha recebido muita influência do puritanismo inglês: não somente uma doutrina e fé bíblicas, mas também uma ética e comportamento bíblicos” (Frans L. Schalkwijk, Aprendendo da História dos Avivamentos: In: Fides Reformata, São Paulo: Instituto Presbiteriano Mackenzie, 2/2 (1997), [p. 61-68], p. 63). Ele era um homem de profunda piedade e zelo religioso. Seus sermões eram incisivos, desafiando seus ouvintes a deixarem uma ortodoxia formal, meramente externa. Enfatizava a necessidade da conversão pessoal e o cultivo de uma vida de santidade. Nem toda congregação recebeu bem a sua ênfase (Vejam-se: Cf. F.J. Schrag, Theodorus Jacobus Frelinghuysen: In: Church History, Vol. 14, No. 3 (set., 1945), [p. 201-216], p. 205-206; (https://doi.org/10.2307/3160308 e: https://www.jstor.org/stable/3160308 (Consultado em 24.08.2024).
Seus cinco filhos foram ordenados Ministros e suas duas filhas casaram-se com Ministros evangélicos. Seus descendentes continuam tendo uma profícua vida pública, que ultrapassou em muito os limites de New Jersey até nossos dias. (Veja-se: https://njmonthly.com/articles/jersey-living/like-father-like-son-and-son-and-son/) (Consultado em 24.08.2024).
[7] Cf. F.J. Schrag, Theodorus Jacobus Frelinghuysen: In: Church History, Vol. 14, No. 3 (set., 1945), p. 201-216. (https://doi.org/10.2307/3160308 e: https://www.jstor.org/stable/3160308 (Consultados em 24.08.2024).
[8] Conforme expressão de John Beeke (Joel R. Beeke, ed. Forerunner of the Great Awakening: Sermons by Theodorus Jacobus Frelinghuysen (1691-1747), Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 2000, [Locais do Kindle 27-28]. Edição do Kindle).
[9]Realizou um trabalho intenso e incansável entre algumas tribos indígenas, tendo organizado em 1742 a primeira congregação Moraviana entre os índios. Todavia, nem tudo era pacífico. Sendo olhado com desconfiança pelos Shawnees, que tinham fama de violentos e pouco confiáveis, escapou algumas vezes de ser morto por eles em armadilhas que prepararam. (Veja-se: A.J. Lewis, Zinzendorf the Ecumenical Pioneer, Philadelphia: The Westminster Press, © 1962, p. 149-150).
[10] Essa construção, entre outras moravianas, é considerada Patrimônio Mundial da Unesco (Cf. https://moravianchurchsettlements.org/sites/bethlehem/). (Consultado em 29.07.2024).
[11]Cf. Mark A. Noll, A History of Christianity in the United States and Canada, p. 71; A.J. Lewis, Zinzendorf the Ecumenical Pioneer, Philadelphia: The Westminster Press, © 1962, p, 71ss. Quase um século depois (1836), o Padre Feijó, então Regente do Império, convidaria os Irmãos Morávios a virem para o Brasil catequizar os índios, ao que responderam que “estavam com grande pesar, impossibilitados de atender” (Cf. documento In: David G. Vieira, O Protestantismo, A Maçonaria e a Questão Religiosa no Brasil, Brasília, DF.: Editora Universidade de Brasília, 1980, p. 31-32). D.P. Kidder (1815-1891), também alude ao assunto. Veja-se: D.P. Kidder, Reminiscências de Viagens e Permanência no Brasil, São Paulo: Livraria Martins Fontes, (Biblioteca Histórica Brasileira, III), (1951), p. 41). Vejam-se também: Émile G. Léonard, O Protestantismo Brasileiro, São Paulo: ASTE, (1963), p. 39-40; Carl Joseph Hahn, História do Culto Protestante no Brasil, São Paulo: ASTE, 1989, p. 249ss.
[12]Os autores apresentam ora a data de 1716, ora 1718. A ambiguidade deve-se ao fato de que cada um de seus dois filhos que aludem à data (Tennent Jr. e Gilbert) apresenta uma delas. Vejam-se: Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p.14; Thomas Murphy, The Presbytery of the Log College; or, The Cradle of the Presbyterian Church, New York: Presbyterian Board of Publication and Sabbath – School Work, 1889, p. 69; S.T. Logan, Gilbert Tennent: In: D.G. Hart, gen. ed. Dictionary of the Presbyterian & Reformed tradition in America, Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1999, p. 257-258.
[13]Cf. Milton J. Coalter Jr. William Tennent: In: Donald K. McKim, ed. Encyclopedia of the Reformed Faith, Louisville, Kentucky: Westminster; John Knox Press, 1992, p. 362. Veja-se: Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p.13-15.
[14]Records Presbyterian Church United States of America, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, James Russell Publishing, Agent, 1841, p. 49-50. O Rev. W. Tennent (1673-1745), provavelmente se formou no Trinity College, Dublin e na Universidade de Edimburgo (1695). Foi ordenado Diácono em 01/7/1704 e Ministro Anglicano em 22/09/1706. (Vejam-se: Tennent: In: Philip Schaff, ed. Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, 3. ed. rev. amp. New York: Funk & Wagnalls Company, 1891, v. 3, p. 2316; Leonard J. Trinterud, Tennent, William: In: Harry S. Ashmore, Editor in Chief. Encyclopaedia Britannica, Chicago: Encyclopaedia Britannica, INC. 1962, v. 21, p. 931; N.V. Hope, William Tennent: In: J.D. Douglas; Philip W. Comfort, eds. Who’s Who in Christian History, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, 1992, p. 663-664; Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p. 13.
[15]Sobre algumas peculiaridades de sua vida, formação e abençoado trabalho na presidência do Princeton College, veja-se: Alexander Leitch, A Princeton Companion, Princeton, NJ.: Princeton University Press, 1978, p. 181-182.
[16] Veja-se: Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p. 38-52.
[17] O próprio George Whitefield (1714-1770), amigo de William e de Gilbert Tennent, visitou o “Log College” em 1739. Ele ficou muito bem impressionado a despeito da simplicidade do local. Ao que parece, a única descrição física dessa instituição que temos, é a registrada no diário de Whitefield (10/11/1739). Ele menciona o desprezo de alguns para com a Instituição: “O lugar onde os jovens estudam agora é, com desprezo, chamado de College. É uma casa de madeira, com cerca de seis metros de comprimento e quase tantos de largura; e, para mim, parecia assemelhar-se à escola dos antigos profetas”. Na sequência, diz que “ministros carnais” se opõem fortemente à Instituição. (George Whitefield, George Whitefield’s Journals, London: The Banner, © 1960 (Reimpressão), 1965, p. 354 e 355). (Vejam-se: Varnum L. Collins, Princeton, New York: Oxford University Press, 1914, p. 5; Archibald Alexander, Biographical Sketches of the Founder, and Principal Alumni: Together with an Account of the Revivals of Religion, Under Their Ministries: Colleted and Edited, Princeton, New Jersey: Printed by J.T. Robinson, 1845, p. 15-16).
[18] “Nos primeiros dias coloniais, um candidato que buscava um chamado ministerial seria trazido da Irlanda ou da Escócia ou, se já vivesse nas colônias, teria sido educado de forma tutorial por um ministro. O Log College padronizou o modelo tutorial em um currículo mais organizado e preparou muitos para o ministério. O clero formado por Tennent não apenas pastoreava congregações locais, mas também dirigia escolas locais para educação geral de jovens” (Barry Waugh, Influence of the Log College: In: https://www.presbyteriansofthepast.com/2020/01/20/influence-of-the-log-college/) (Consultado em 31.07.2024).
[19] A expressão “humilde” para se referir ao Log College, é frequente na obra de Alexander. Veja-se: Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p. 5,9,10,48,77,82,84, etc.
[20] Apenas buscando a precisão. Na realidade, Alexander registra de fato os dizeres citados, contudo, refere-se às palavras de um amigo, Rev. Matthew Brown (1776-1853), em conversa que mantiveram. Brown teve um abençoado ministério pastoral e docente. (Veja-se: Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p. 84).
[21] Thomas Murphy, The Presbytery of the Log College: Or, the cradle of the Presbyterian Church in America, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication and Sabbath-School Work, 1889, p. 24-25. (A obra do Rev. Murphy (1823-1900) que visa fazer justiça histórica à importância do Log College, é escrita de forma vibrante e apaixonada. Veja-se, por exemplo, as páginas 66ss.).
[22] Cf. Records Presbyterian Church United States of America, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, James Russell Publishing, Agent, 1841, [23 e 24.09.1734] p. 107-109.
[23]“Quando Whitefield fez uma campanha evangelística nas colônias (1739-1741), em dois anos mais de trinta mil pessoas foram ganhas, ou seja, 10% (sic!) da população americana da época” (Frans L. Schalkwijk, Aprendendo da História dos Avivamentos: In: Fides Reformata, São Paulo: Instituto Presbiteriano Mackenzie, 2/2 (1997), [p. 61-68], p. 64).
[24] O “Log College” permaneceria em atividade até o ano de 1742. (Cf. David B. Calhoun, Princeton Seminary: Faith & Learning – 1812-1868, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1996, v. 1, p. 4-5). O artigo de Barry Waugh, Influence of the Log College, é bastante informativo. (Veja-se: https://www.presbyteriansofthepast.com/2020/01/20/influence-of-the-log-college/) (Consultado em 31.07.2024).
[25] Cf. Alexander Leitch, A Princeton Companion, Princeton, NJ.: Princeton University Press, 1978, p. 190. Em 1896 a Instituição passaria a se chamar Princeton University. (https://www.britannica.com/ topic/Princeton-University) (Consultado em 30.07.2024).
[26] Vejam-se: James H. Moorhead, Princeton Seminary in American Religion and Culture, Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2012, p. 10; Alexander Leitch, A Princeton Companion, Princeton, NJ.: Princeton University Press, 1978, p. 181-182.
[27] Antes do Seminário de Princeton, já fora organizado alguns outros Seminários Católicos e Protestantes nos Estados Unidos: Igreja Reformada Holandesa na América: Theological Seminary of the Reformed Church in America, New Brunswick, New Jersey (1785); Igreja Presbiteriana Unida: United Presbyterian Theological Seminary of Xenia, Xenia (1794); Moravianos: Moravian Theological Seminary, Bethlehem. Pensilvânia (1807); Congregacionais: Andover Theological Seminary, Andover, Massachusetts (1808).
[28] O Rev. Davies fez um notável trabalho missionário no Sul. Em certa ocasião batizou cerca de 150 convertidos constituídos de colonos e escravos africanos (Cf. Mark A Noll, A History of Christianity in the United States and Canada, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1993 (Reprinted), p. 106-107; Frans L. Schalkwijk, Aprendendo da História dos Avivamentos: In: Fides Reformata, São Paulo: Instituto Presbiteriano Mackenzie, 2/2 (1997), p. 61-68). Do mesmo modo, vejam-se: C. Gregg Singer, Os Irlandeses-escoceses na América: In: W. Stanford Reid, editor. Calvino e Sua Influência no Mundo Ocidental, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, [p. 325-352], p. 339; L.B. Weeks, Samuel Davies: In: D.G. Hart, gen. ed. Dictionary of the Presbyterian & Reformed tradition in America, Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1999, p. 77.
[29] Em 7 de abril de 1754, Davies radiante e grato a Deus, registra no seu diário já ter recebido 1.200 libras de doação. (Ver: Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, p. 55).
[30]Cf. Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p. 54ss.; David B. Calhoun, Princeton Seminary: Faith & Learning – 1812-1868, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1996, v. 1, p. 6ss.; Samuel Davis: In: Philip Schaff, ed. A Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, New York: Funk & Wagnalls Publishers, 1887 (Revised Edition), v. 1, p. 612-613; A.A. Hodge, Princeton: In: : Philip Schaff, ed. A Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, v. 3, p. 2316; C. Mitchell, Gilbert Tennent: In: J.D. Douglas; Philip W. Comfort, eds. Who’s Who in Christian History, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, 1992, p. 663.
[31]D.C. Masters, Samuel Davies: In: D. Douglas; Philip W. Comfort, eds. Who’s Who in Christian History, p. 198.
[32] Gilbert Tennent contribuiu para o desfecho de um problema já existente: Nem todos concordavam com todas as práticas do Avivamento e, também, entre de seus oponentes, parece ter havido uma certa acomodação às práticas mundanas de alguns ministros. Portanto, a questão da subscrição doutrinária não foi o problema. Pelo menos, não o maior problema. (Cf. Records Presbyterian Church United States of America, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, James Russell Publishing, Agent, 1841, p. 45). O seu sermão, baseado em Mc 6.34, “O Perigo de um Ministério não Convertido”, também conhecido como “Sermão de Nottingham”, pregado em 09.03.1740), foi fundamental para culminar na divisão do Sínodo de Filadélfia (01.06.1741) entre o “Old Side” e o “New Side” de Tennent. O sermão está publicado. Veja-se: Rev. Gilbert Tennent, The Danger of unconverted Ministry: In: Archibald Alexander, (compiler). Sermons of the Log College, Ligonier, PA.: Soli Deo Gloria Publications, © 1855, 1993 (Reprinted), p. 375-404). Há um excelente artigo, bem documentando tratando do assunto e de correspondência de G. Tennent com um representante do “Old Side”, David Evans († 1751) aos poucos reconhecendo excessos. Tennent demonstrou ter se arrependido de ter pregado um sermão com tamanho teor de censura e dureza. A reconciliação dos lados só viria em 1758. (Veja-se: Bruce A. Bendle, Matter and Substance: The Tennent-Evans: In: The Journal of Presbyterian History (1997-), v. 97, No. 2 (Fall/Winter 2019), p. 48-59). Para examinar o contexto, veja-se: Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p. 35-37. Quanto à mudança de atitude de Gilbert ainda que sustentando, ao que parece, os mesmos princípios, veja-se: Ibidem., p. 53ss.; 58-59).
[33] Veja-se: Milton J. Coalter, Jr. Gilbert Tennent, son of thunder: A Case study of continental pietism’s impact on the First Great Awakening in the middle colonies, Westport, Connecticut: Greenwood Press, 1986.
[34] C. Gregg Singer, Os Irlandeses-escoceses na América: In: W. Stanford Reid, editor. Calvino e Sua Influência no Mundo Ocidental, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, [p. 325-352], p. 338.
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