O Seminário e a formação de Pastores – Parte 26

7.3.3.6.   Simonton e o “Seminário Primitivo” no Rio de Janeiro

 

Família Simonton

Introduzimos aqui um novo personagem conhecido e querido do povo presbiteriano no Brasil: o Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867).

Simonton proveio de uma família fortemente ligada ao presbiterianismo norte-americano. Recebeu esse nome em homenagem a quem representa a fina erudição e piedade dentro do presbiterianismo norte-americano: o respeitado e admirado Dr. Ashbel Green (1762-1848) que durante 25 anos pastoreou a Segunda Igreja Presbiteriana de Filadélfia como Pastor-Auxiliar e depois como Pastor-Titular (1787-1812),[1] e, como vimos, participou ativamente na criação do Seminário de Princeton, sendo estimado por todos.

Como sabemos, Simonton nasceu no município de Dauphin, Pensilvânia, a 20 de janeiro de 1833, sendo o caçula de uma família de nove irmãos, dos quais cinco eram rapazes.[2]

Os pais de Simonton casaram-se em 1815.[3] O pai de nosso missionário, William Simonton (1788-1846), que morrera quando Simonton contava com apenas treze anos (17/05/1846), fora médico e político conceituado – tendo sido eleito duas vezes para o Congresso dos Estados Unidos, servindo no período de 1839 a 1843[4] –, também era um presbítero consagrado, educando seus filhos no temor do Senhor por meio da prática e do ensino.[5]

Sua mãe, Martha Davis Snodgrass Simonton (1791-1862), era filha do primeiro matrimônio do pastor presbiteriano, Rev. James Snodgrass (1763-1846)[6] e de Martha Davis (1760-1828).[7] Seu avô materno pastoreou a Igreja presbiteriana de West Hanover durante 58 anos e dois meses, falecendo em 2 de julho de 1846.[8]

 

Batismo e Consagração de Simonton

Na ocasião do seu batismo (14.06.1833),[9]  Simonton foi consagrado ao Ministério pastoral por seus pais. Esse fato marcou profundamente a sua vida.[10]

O nosso Simonton fez seus primeiros estudos na sua cidade natal. Depois da morte de seu pai (1846), a sua família mudou-se para a capital da Pensilvânia, Harrisburg, onde continuou seus estudos na Harrisburg Academy (fundada em 1784) e, mais tarde no College de Nova Jersey (fundado em 1746) – posteriormente Princeton College −, onde graduou-se em 1852.[11]

 

Vocação ministerial e chegada ao Brasil

Sentindo-se chamado para o Ministério da Palavra, em setembro de 1855 começa seus estudos no Seminário de Princeton. Conclui sua formação em 1858. Conforme desejara, após a sua ordenação ao sagrado ministério (14.04.1859), foi enviado como missionário ao Brasil (18.06.1859).[12]

Chega ao Brasil em 12 de agosto de 1859. Como sabemos, juntamente com  seus companheiros que vieram pouco depois, realizou um excelente e profícuo trabalho missionário.

Nessas anotações vou focar apenas na participação de Simonton no criação do Seminário Primitivo.[13]

 

Seminário no Rio de Janeiro

Em 14 de maio de 1867, Simonton, juntamente com o Rev. Alexander L. Blackford (1829-1890)[14]  e o Rev. F.J.C. Schneider, (1832-1910)[15]    organizou  o  Seminário  do Rio de Janeiro, num sobrado  no  Campo de Sant’Anna, 49. O Seminário funcionava em um  dos  andares do edifício alugado pela Missão, que visava concentrar  ali  todo  o trabalho Presbiteriano do Rio de Janeiro.

O prédio  dispunha  de três andares; a parte térrea era uma fábrica de  cerveja.[16]  Os  três andares alugados, eram assim distribuídos:

No  primeiro,  funcionava  a  igreja, com um auditório para mais  de quatrocentas pessoas. Atrás do salão de culto, funcionava  numa sala, o depósito de tratados evangélicos e, no salão dos fundos,  a  escola paroquial frequentada por mais de 70 alunos[17] dirigida  pela  organista da igreja, D. Gervásia Neves, esposa de Antônio José de Santos Neves (1827-1874).

No segundo andar ficava o Seminário propriamente dito:  alojamento  e  sala  de aula.

No terceiro, residia o poeta Santos  Neves e D. Gervásia,  que devido às suas belas composições de hinos, é chamado por Lessa (1874-1939), de “o cisne presbiteriano”.[18]

 

Professores do Seminário Primitivo

Os  professores  do  Seminário  eram três: Rev. A.G. Simonton, Teologia;  Rev.  Charles Wagner, pastor luterano (que desejava se transferir para a nossa denominação),[19] lecionava Grego e História  Eclesiástica; Rev. F.J.C. Schneider, Ciências e Matemática.  Notamos aqui a ausência do estudo da língua hebraica.  Mais tarde,  no exame com vistas à Licenciatura, Trajano, Carvalhosa e Miguel Torres, todos serão dispensados do exame desta língua por não a terem podido estudar. Esta foi a decisão do Presbitério do Rio de Janeiro.[20]

Devemos pontuar que Simonton (1833-1867), aluno de C. Hodge,[21] estudou teologia na obra de Turretini,  já que a Teologia Sistemática de Hodge[22] – em fase de elaboração –, só substituiria o livro de Turretini  ainda que parcialmente, a partir de 1871.[23]

Ribeiro, bem fundamentado, afirma que:  “A Teologia de Princeton modelou a prédica, a polêmica e a ação pastoral dos introdutores presbiterianos da Reforma no Brasil”[24]

À frente: ”Creio que se pode afirmar que nosso núcleo inicial de reformadores, com variantes individuais inevitáveis, foi modelado pela teologia de Princeton”.[25]

Os  primeiros  alunos do Seminário, que mais tarde, viriam a ser peças fundamentais no Ministério Nacional, foram:

1) Antonio Bandeira Trajano (1843-1921), português, naturalizado brasileiro, professou a sua fé e foi batizado na organização da Igreja Presbiteriana de São Paulo (5/3/1865). Foi um profícuo colportor de bíblias e literatura evangélica. Licenciado em 22/08/1870, designado para os campos das Igrejas de Brotas, Jacutinga e Rio Novo. Foi ordenado ao Ministério em 10/8/1875 na 11ª Reunião do Presbitério do Rio de Janeiro, realizada em Rio Claro.[26] Foi empossado como pastor da Igreja de Brotas em 03/10/1875.[27]

2) Modesto Perestrello Barros de Carvalhosa (1846-1917), português, professou a sua fé e foi batizado na Igreja Presbiteriana de São Paulo em 25/03/1866, sendo o celebrante o Rev. A.L. Blackford (1829-1900). Acompanhou diversas vezes o Rev. José Manoel da Conceição (1822-1873) em suas viagens. Foi licenciado em 22/08/1870, designado para a Igreja de Lorena; ordenado em 20/07/1871.[28]

3) Miguel Gonçalves Torres: (1849-1892), português, professou a sua fé e foi batizado na mesma ocasião de Trajano, em 5/3/1865. Viajou por diversas cidades de Minas com o Rev. José Manoel da Conceição (1867). Durante o seu curso no Seminário sofreu bastante com a tuberculose que contraíra. Quando concluiu seus estudos ministeriais foi encaminhado pelo médico para Caldas, em Minas Gerais, onde o clima e a altitude ajudariam no tratamento de sua enfermidade. Creio que a sua licenciatura foi retardada devido à sua saúde, que era precária. Isso se torna ainda mais evidente pelo fato de Miguel Torres ter chegado a Caldas transportado numa liteira.[29]

A sua licenciatura ocorreu em 19/07/1871,[30] sendo designado para o campo de Caldas (chamada depois de Parreiras[31] e, novamente Caldas) e outras cidades de Minas. Ordenado ao Ministério juntamente com Trajano em 10/8/1875 na Reunião do Presbitério do Rio de Janeiro em Rio Claro.[32] Assumiu as Igrejas de Caldas, Machado e Borda da Mata.

4) Antonio Pedro de Cerqueira Leite (1845-1883), o único brasileiro da turma. Era natural de São João do Morro Azul,[33]interior de São Paulo. Recebeu também boa influência do então Pe. José Manoel da Conceição, visto que ainda na adolescência o tinha como seu professor de latim. Professou a sua fé e foi batizado em 30 de dezembro de 1866, na Igreja Presbiteriana de São Paulo. Simonton estava presente. 

Cerqueira Leite que fizera um intenso trabalho de colportagem, só ingressou no Seminário no dia 8/3/1868, quase um ano depois do início das aulas (14/05/1867). Nesse período ele não chegou a concluir o seu curso teológico, voltando em 1870 para Brotas.[34] Em 1872, persuadido pela Srª Chamberlain  (Mary Ann Annesley), voltou aos estudos em São Paulo, sendo primeiramente recebido como candidato ao Ministério pelo Presbitério do Rio de Janeiro, reunido em São Paulo (30/12/1872).

 

Dificuldade na manutenção do Seminário

A manutenção do Seminário foi difícil. No ano de sua criação Simonton veio a falecer (09/12/1867). No Natal de 1867, o Rev. Blackford  − aluno de W.S. Plumer (1802-1880) que também estudou em Princeton e, possivelmente foi aluno de C. Hodge −[35] vem de São Paulo para o Rio a fim de substitui-lo. O Rev. Wagner foi para a Suíça, onde viria a falecer. Portanto, permaneceram apenas Blackford e Schneider.

Com a formatura em 1870, o Rev. Schneider vai para São Paulo e depois para a Bahia, a fim de “estabelecer uma missão na cidade da Bahia”. Lá chegou em 9/2/1871. As portas do Seminário se fecham. As tarefas eram gigantescas.

A capa de Simonton foi herdada por Blackford.[36] Mas, como dissera Simonton à sua irmã uns três dias antes de falecer: “Deus levantará outro para pôr no meu lugar. Ele fará Sua própria obra com Seus próprios instrumentos. (…) Devemos apenas nos recostar nos braços Eternos e estar sossegados”.[37]

O Senhor continuou cuidando da igreja levantando futuros ministros. Os candidatos ao Ministério passaram a estudar sob o sistema de tutela.

 

Sistema de Tutela

A partir do fechamento do Seminário no Rio, os candidatos ao Ministério passaram  a estudar sob o sistema de tutela.

Cerqueira Leite, foi novamente recebido como candidato ao Ministério pelo Presbitério do Rio de Janeiro, reunido em São Paulo, na sessão de 30/12/1872. Estudou sob a tutela dos Revs. G.W. Chamberlain (1839-1902) e Emmanuel Vanorden (1839-1917).[38]

Em 10/08/1873, Cerqueira Leite foi licenciado. Ordenado em 08/08/1876, foi designado para o campo de Sorocaba, indo até Faxina (Itapeva), onde foi organizada igreja sob o seu pastorado em 04/05/1879.[39]

Lessa (1874-1939), comentando o período da licenciatura  de Cerqueira Leite (1873) em relação à época em que ele próprio escrevia  (1938),  diz:

Naquele tempo havia mais rigor. Sua licenciatura  durou  o  espaço de três anos. O Rev. Trajano esperou cinco.  Para  cada ano eram marcados estudos especiais. Em nossos dias  um  ano é tido como muita cousa. São frequentes os casos de meses. Até mesmo é dispensada, às vezes, a licenciatura.[40]

Retornando ao método  de tutela, inadequado e provisório, ele foi utilizado desde então  para  a formação de pastores, permanecendo até 1892 quando seria  organizado  o novo Seminário.[41] No entanto, nesse período, o Presbitério  manifesta a sua preocupação com o currículo adotado  neste  novo  sistema. Em 1878,  escreve Ribeiro: O “Presbitério adotou um plano curricular   de   estudos,   que   uniformizaria   esse   preparo individual,  e  impediria  que o ministério presbiteriano se tornasse heterogêneo”.[42] Esse Curso seria ministrado em 6 anos.

Neste  ínterim,  a  falta de um Seminário regular foi sentida; Blackford  (1829-1890)  e  o Presbitério do Rio de Janeiro insistiam  em sua criação.  O Sínodo finalmente resolveu fundar um Seminário  (08/9/1888)[43]  no  Rio de Janeiro (10/9/1888).

Na sessão do  dia  11, A.L. Blackford (1829-1890) e John R. Smith (1846-1918)[44]  foram  eleitos professores do Seminário. Blackford não chegou a desempenhar  o  novo cargo, visto que em 1890, viajou para os Estados  Unidos vindo a falecer[45]  e Smith adoece… O Seminário ainda  não  fora  instalado…

“A 15 de novembro, 1892, inauguram-se as  aulas.  Foi  uma  longa jornada, desde 8 de setembro de 1888. Longa  e  pedregosa”, resume Ribeiro.[46]

O Seminário foi instalado. Em Botucatu?, Lorena?, São Paulo?, Rio de Janeiro?, Campinas?, Genebra?…não,  em  Friburgo, Rio de Janeiro, com três alunos.[47] Duração efêmera:  somente  até  1894.  Já em fevereiro de 1893 iniciara em São  Paulo  o  “Instituto Teológico” com 5 alunos.

Finalmente, em 1895  os  dois  Seminários são fundidos, em São Paulo. O culto de abertura  deu-se  na  Primeira  Igreja de São Paulo, no dia 25 de janeiro  de  1895.[48]  Em  fevereiro  de  1907,  o Seminário seria transferido  definitivamente para Campinas, sendo as aulas iniciadas no dia primeiro.[49]

 

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

 ___________________________________

[1]Conforme já indicamos,  Ashbel Green foi aluno da turma de 1783 do Princeton College e depois professor.

[2] Cf. William Simonton, Family History, Genealogical, Historical and Biographical of the Simonton and Related Families,  St. Paul: Webb Publishing Company, 1900, p. 31.

[3]Cf. William Simonton, Family History, p. 29.

[4]Cf. https://bioguide.congress.gov/search/bio/S000427 (Consultado em 03.12.2024).

[5]Philip S. Landes, Ashbel Green Simonton, p. 6.

[6] O Rev. James Snodgrass se formou na Universidade da Pensilvânia em 1783. Ele estudou teologia sob a tutela do Rev. Nathaniel Irwin e do Rev. James Sproat (1722-1793). (Cf. William Henry Egle, et. al. eds. Commemorative Biographical  Encyclopedia of Dauphin County, Pennsylvania,  Chambersburg, PA.:  J.M. Runk & Company, Publishers, 1896, p. 191;  William Simonton, Family History, p. 43).

Segue uma curiosidade: O Rev. Nathaniel Irwin (1756-1812), que durante todo o seu ministério pastoreou uma única igreja, Neshaminy (1774-1812), era conhecido por seu gosto por política desde o tempo de estudante, bem como, por sua descontraída alegria, piedade, conhecimento e espírito visionário. (Vejam-se: (https://www.presbyteriansofthepast.com/2022/02/08/nathaniel-irwin-and-the-plan-of-union-1801/ (Consultado em 03.12.2024);  William B. Sprague, Annals of the American Pulpit: or Commemorative Notices of Distinguished American Clergymen,  New York: Robert Carter & Brothers, 1858.  v. 3, p. 333-335). Foi Moderador da Assembleia Geral  da Igreja Presbiteriana em 1801. Em seu testamento, Irwin deixou um legado considerável para a construção do seminário (1 mil dólares), desde que fosse em Princeton. (Archibald Alexander, (Collected and edited), Biographical Sketches of the founder and principal alumni of  the Log College, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, © 1845, p.12. Mesmo o seu salário na igreja não sendo elevado (130 libras) que depois foram reduzidas para 100 libras, com casa pastoral (Detalhe: a casa nunca lhe foi disponibilizada), Irwin era excelente administrador (Cf. William B. Sprague, Annals of the American Pulpit: or Commemorative Notices of Distinguished American Clergymen,  New York: Robert Carter & Brothers, 1858, v. 3, p. 334-335; https://www.presbyteriansofthepast.com/2022/02/08/nathaniel-irwin-and-the-plan-of-union-1801/ [Consultado em 03.12.2024]).

[7] Com a morte de sua esposa, o Rev. Snodgrass casou-se pela segunda vez; agora com  Nancy (1770-1839). (Cf. William Henry Egle, et. al. eds. Commemorative Biographical  Encyclopedia of Dauphin County, p. 191).

[8]Philip S. Landes, Ashbel Green Simonton, p. 5; Ashbel Green Simonton, Diário 1852-1867, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana; Livraria O Semeador, 1982, 16/05/1855. Na sua lápide foi escrito: “Pastor da Congregação Presbiteriana de West Hanover durante um período de 58 anos e 2 meses. Ele nasceu em Bucks Co., Pensilvânia, em 23 de julho de 1763. Licenciado para pregar o Evangelho pelo Presbitério de Filadélfia em dezembro de 1785. Ordenado e instalado pelo Presbitério de Carlisle em maio de 1788; e partiu desta vida em 2 de julho de 1846, aos 84 anos de idade”. Para alguns detalhes e datas sobre a história da família de seu avô materno, veja-se: Luther Reily  Kelker, History of Dauphin County Pennsylvania (with Genealogical Memoirs), New York: The Lewis Publishing Company, 1907, v. 3, p. 101-102 e  https://pt.findagrave.com/memorial/15857028/james-snodgrass (Consultado em 03.12.2024).

[9] Cf. William Simonton, Family History, p. 74.

[10]Numa quinta-feira, dois dias depois de ter sido examinado com vista à sua pública Profissão de Fé, Simonton, relembrando o exame feito, registra em seu Diário, 3/5/1855: “Quando fui examinado o Sr. Weir perguntou se eu tinha decidido quanto à minha profissão, e se estaria disposto a ser pregador, caso me convencesse de ser esse o meu dever. Meus sentimentos a esse respeito são intensos. No batismo fui consagrado a esse ministério; em toda a vida tive convicção de ser responsável pelo cumprimento dos votos de meus pais e secretamente, (pois nunca confessaria este sentimento a outros) tenho desejado que chegue o dia em que possa cumprir essa promessa”. (Vejam-se também A. G. Simonton, Diário 1852-1867, 3/6/1854; 6/5/1855; A.L. Blackford em Prefácio à obra Ashbel Green Simonton: Sermões Escolhidos, São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 11 e 12).

[11] Cf. William Simonton, Family History, p. 74.

[12] Nesse dia embarca  no  porto de Baltimore, no navio de vela  “Banshee” rumo ao Brasil (A. G. Simonton, Diário 1852-1867,   23/06/1859;  18/06/1859; Cf. William Simonton, Family History, p. 77). “A sua veneranda mãe e o seu irmão  de  nome  João,  o acompanharam até o navio, assistindo ao seu  embarque, e, antes de se despedirem, fizeram fervente oração a Deus”. (Rev. W. Simonton, A.G. Simonton: In: Almanak Historico  do O Puritano, Rio de Janeiro: Casa Editora Presbiteriana, 1902, p. 31). Seu irmão mencionado, John  W.  Simonton,  graduou-se  no College de New Jersey em 1850, estudou Direito  e,  em  1881  foi  eleito  Juiz Presidente do Duodécimo Distrito  Judicial  da  Pensilvânia. (Cf. Philip S. Landes, Ashbel Green Simonton,  p. 7). (Veja-se também: Princetonian, Volume 7, Número 4, 9 de junho de 1882: In: https://papersofprinceton.princeton.edu/princetonperiodicals/?a=d&d=Princetonian18820609-01.1.12&e=——-en-20–1–txt-txIN-Simonton—— (Consulta feita em 24.08.2024).

[13]Já escrevi mais detalhadamente sobre Simonton em outros lugares. Vejam-se: Hermisten M.P. Costa, Simonton, um homem dirigido por Deus,  São Paulo: Editora Mackenzie, 1999 (Cadernos de Pós-Graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Programa de Educação, Arte e História da Cultura; v. 2, n. 6); https://www.seminariojmc.br/index.php/2024/08/26/simonton-a-imprensa-evangelica-e-seus-nobres-ideais-parte-1/; https://www.seminariojmc.br/index.php/2024/08/27/simonton-a-imprensa-evangelica-e-seus-nobres-ideais-parte-2/; https://www.seminariojmc.br/index.php/2024/08/28/simonton-a-imprensa-evangelica-e-seus-nobres-ideais-parte-3/; https://www.seminariojmc.br/index.php/2024/08/29/simonton-a-imprensa-evangelica-e-seus-nobres-ideais-parte-4/; https://www.seminariojmc.br/index.php/2024/08/30/simonton-a-imprensa-evangelica-e-seus-nobres-ideais-parte-5/; https://www.seminariojmc.br/index.php/2024/08/31/simonton-a-imprensa-evangelica-e-seus-nobres-ideais-parte-6/.

[14] Blackford  nasceu a 6/1/1829 no condado de Jefferson,  Estado  de Ohio, sendo filho de dois cristãos piedosos, Joseph  e  Isabel (Lattimer) Blackford. Blackford passou toda a sua infância  na fazenda de seus pais, estudando em escolas próximas. Estudou  no  United Washington College, no Estado da Pensilvânia, recebendo  o  grau  de Bacharel em Artes no ano de 1856. Sentindo-se  chamado  para  o  Ministério Sagrado, ingressou no Western Theological  Seminary,  em Allegheny, Pensilvânia, formando-se em 1857. (Cf. Historical and Biographical Catalogue of the Officers and Students  on the Western Theological Seminary of the Presbyterian Church at Allegheny City, Penn’a.  1827-1885, Allegheny, PA.: Published by the Seminary, 1885, p. 76). Foi Licenciado em 21 de abril de 1858 e ordenado ao sagrado ministério em 20 de abril de 1859  Após  a  sua  formatura,  apresentou-se à Junta de Missões Estrangeiras  (“Board Foreing Missions”), (J.B. Kolb, Rev. Alexandre L. Blackford, D.D.: In: Quadragesimo Anniversario da Egreja Evangélica do Rio de Janeiro 1862-1902, Rio de Janeiro: Casa Editora Presbyteriana, 1902, [p. 38-43], p. 38) sendo designado missionário  para o Brasil. Definida assim, a sua situação, passou o ano de 1859 estudando o português, preparando-se para a sua missão. (J.B. Kolb, Rev. Alexandre L. Blackford, D.D.: In: Quadragesimo Anniversario da Egreja Evangélica do Rio de Janeiro 1862-1902, Rio de Janeiro: Casa Editora Presbyteriana, 1902, [p. 38-43], p. 39).

Nessa  época,  o  Dr. John  Leighton Wilson (1809-1886), secretário da “Board” fez o contato entre Simonton e Blackford, nascendo  uma  amizade  recíproca. Isso oportunizou a Blackford conhecer a irmã de Simonton,  Elizabeth  Wiggins  Simonton (1822-1879). Casaram-se em  8/3/1860. (William Simonton, Family History, p. 66; Historical and Biographical Catalogue of the Officers and Students  on the Western Theological Seminary of the Presbyterian Church at Allegheny City, Penn’a.  1827-1885, Allegheny, PA.: Published by the Seminary, 1885, p. 76).   Depois de uma viagem literalmente tempestuosa, o casal desembarcou no Rio de Janeiro em 25 de julho de 1860. Era o apoio de que Simonton precisava. (Vejam-se: Diário de Simonton, 11/04/1860; 06/06/1860; 08/07/1860; 21/07/1860; 13/08/1860).

[15]O Rev.  Schneider, natural de Erfurt na Alemanha, residente  nos  Estados Unidos, tornou-se cidadão norte-americano.  Ele estudou no Western Theological  Seminary,  em Allegheny, (1858-1859), o mesmo onde estudara Blackford (Historical and Biographical Catalogue of the Officers and Students  on the Western Theological Seminary of the Presbyterian Church at Allegheny City, Penn’a.  1827-1885, Allegheny, PA.: Published by the Seminary, 1885, p. 90). Suponho que ambos tenham se conhecido nesse período. Chegou ao  Brasil em 7/12/1861.

[16]Álvaro Reis, ed. Almanak Historico  do O Puritano, Rio de Janeiro: Casa Editora Presbyteriana, 1902, p. 87.

[17]Cf. Rev. Antonio Trajano, Esboço Histórico da Egreja Evangelica Presbyteriana: In: Álvaro Reis, ed. Almanak Historico  do O Puritano, p. 16.

[18]Vicente T. Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de  São  Paulo, São Paulo: Edição da 1ª Egreja Presbyteriana Independente, 1938, p. 118.

[19]Blackford, no seu relatório ao Presbitério, refere-se a Wagner com gratidão e respeito, desejando o seu recebimento por parte do Presbitério:  “Desde junho passado, o Rev. Sr. Carlos Wagner, pastor da Igreja Alemã no Rio de Janeiro, tem sido empregado como missionário ajudante, e tem prestado e continua a prestar relevantes serviços na pregação do Evangelho, na instrução dos estudantes e na redação da Imprensa.  Muito desejamos ver este amável irmão, que tem habilitações pouco comuns para o serviço, empregado como missionário efetivo, junto conosco. Ele pertence atualmente à Igreja Luterana, mas quer se unir conosco, logo que puder, convenientemente fazê-lo”  (Relatório  de Blackford apresentado ao Presbitério do Rio de Janeiro, Sessão de 18/08/1869.  In: Coleção Carvalhosa – Relatórios Pastorais, 1866-1875 (fonte manuscrita) e Atas do Presbitério do Rio de Janeiro. [Original manuscrito]).

[20] Atas do Presbitério do Rio de Janeiro,  Sessão de 20/08/1870.

[21]Simonton que ingressou no Seminário de Princeton, em Setembro de 1855, foi influenciado de modo determinante em seu futuro trabalho missionário por um sermão de Hodge, proferido em outubro do mesmo ano. Simonton registrou no seu Diário, 14/10/1855:

“Ouvi hoje um sermão muito interessante do Dr. Hodge sobre os deveres da igreja na educação. Falou da necessidade absoluta de instruir os pagãos antes de poder esperar qualquer sucesso na propagação do Evangelho (…). Esse sermão teve o efeito de levar-me a pensar seriamente no trabalho missionário no estrangeiro (…). Eu nunca havia considerado seriamente a alternativa de trabalhar no estrangeiro; sempre parti do princípio de que minha esfera de trabalho seria em nosso país, tão vasto, e que cresce tanto. Pois estou agora convencido de que devo considerar a possibilidade seriamente; e se há tantos que preferem ficar, não será meu dever partir?”.

[22] Tradução brasileira: Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Hagnos, 2001. Como indicativo da influência do pensamento de Princeton nos missionários presbiteriano, destacamos alguns pontos: Em 1870, após a Licenciatura dos três primeiros pastores formados no Brasil (Seminário Primitivo): Modesto Carvalhosa (1846-1917), Miguel Torres (1848-1892) e Antonio Trajano (1843-1921), o Presbitério do Rio de Janeiro decide que os referidos Licenciados se preparem para a próxima reunião do Presbitério (1871) com vistas à sua Ordenação ao Sagrado Ministério, estudando os capítulos 1 a 14 da Confissão de Fé (Westminster), a fim de serem “examinados minuciosamente”. Recomendou-se também, que os candidatos “estudassem particularmente sobre estes assuntos Hodge’s Commentary on the Confession of Faith e Hodge’s Outhines of Theology”  (Ata do Presbitério do Rio de Janeiro, Sessão de 29/08/1870. Fonte manuscrita). Algumas obras de Teólogos de Princeton foram traduzidas e publicados ainda no século XIX: A.A. Hodge, Esboços de Theologia, Lisboa: Barata & Sanches, 1895 (A obra traduzida pelo Rev. F.J.C.  Schneider (1832-1910), era para circulação no Brasil). Reedição: A.A. Hodge, Esboços de Teologia, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2001; C. Hodge, O Caminho da Vida, New York: Sociedade Americana de Tractados, [s.d.] (Também traduzida pelo Rev.  Schneider). Nova tradução: C. Hodge, O Caminho da Vida. Londrina, PR.: Livrarias Família Cristã, 2021, 159p.). No início do século XX, tivemos a tradução da obra de outro teólogo de Princeton, Patton (1843-1932), então presidente do Seminário (1902-1913): Francisco L. Patton, Compendio de Doutrina, Lisboa: Typ. A Vapor de Eduardo Rosa, 1909. (Também impresso em Portugal mas, para circulação preponderante no Brasil).  90 anos depois: Archibald A. Hodge, Confissão de Fé Westminster Comentada por A.A. Hodge, São Paulo: Editora os Puritanos, 1999.

Estes trabalhos representam a fina teologia de Princeton que aqui foi implantada, modelando a nossa teologia.

[23] A influência de Princeton se estendeu para fora dos limites presbiterianos. Apenas como amostragem, citamos: Edgar Y. Mullins (1860-1928), teólogo batista, presidente do Seminário Batista do Sul em Louisville, foi influenciado pela teologia de Princeton, por intermédio de James P. Boyce (1827-1888), antigo aluno (1849-1852) de C. Hodge. (James P. Boyce, Teologia Sistemática: Uma introdução aos pilares da fé, Rio de Janeiro: Pro Nobis, 2020).(Veja-se: Mark A. Noll, ed. The Princeton Theology: 1812-1921, p. 20) – a quem ele dedica a sua Teologia. (Edgar Y. Mullins, La Religión Cristiana En Su Expresión Doctrinal, 4. ed. (corregida), Buenos Aires, Casa Bautista de Publicaciones, 1980, p. v).

Walter T. Conner (1877-1952), dedica a sua Doctrina Cristiana, aos seus mestres: Calvin Goodspeed, A.H. Strong e E.Y. Mullins. (W.T. Conner, Doctrina Cristiana, 4. ed. Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 1978). Conner, foi aluno do já mencionado teólogo batista Edgar Y. Mullins (1860-1928) e de A.H. Strong (1835-1921) no Seminário de Rochester (New York). Um antigo aluno de Conner, escreveu que talvez ele tenha influenciado o “pensamento teológico entre os Batistas do Sul, mais que qualquer outra pessoa do nosso século.” (James W. McClendon, Teologos Destacados del Siglo XX, 2. ed. Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 1972, p. 53).

[24] Boanerges Ribeiro, Igreja Evangélica e República Brasileira (1889-1930), p. 201.

[25] Boanerges Ribeiro, Igreja Evangélica e República Brasileira (1889-1930), p. 203.

[26] Atas do Presbitério do Rio de Janeiro, Sessão de 10/08/1875. Em fontes secundárias encontrei conflito de informações: Álvaro Reis, ed. Almanak Historico do O Puritano,  “Folhinha  Histórica”,  2/8/1875, na parte final, não  paginada; Vicente T. Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de  São  Paulo, São Paulo: Edição da 1ª Egreja Presbyteriana Independente, 1938, p. 85-86; Júlio  A. Ferreira, História da Igreja Presbiteriana do Brasil, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1959, v. 1, p. 88; O Estandarte,   de  18/01/1912, p. 9, data a Ordenação de Trajano em 10/08/1875. A 11ª Reunião do Presbitério do Rio de Janeiro, ocorreu em Rio Claro, de 4 a 10 de agosto de 1875. (Veja-se: Vicente T. Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de  São  Paulo, p. 136).

[27]Livro de Atas da Igreja Evangélica Presbiteriana de Brotas, Livro I, Ata nº 79, p. 57. (Fonte manuscrita).

[28]Atas do Presbitério do Rio de Janeiro, Sessão de 20/07/1871.

[29]Cf. Júlio A. Ferreira, História da Igreja Presbiteriana do Brasil, v. 1, p. 133.

[30] Atas do Presbitério do Rio de Janeiro, Sessão de 19/07/1871.

[31] Cf. Júlio Andrade Ferreira, O Apóstolo de Caldas, Franca, SP.: Edição da Gráfica Renascença, [s.d.], p. 209.

[32] Torres e Trajano foram ordenados juntos. (Atas do Presbitério do Rio de JaneiroSessão de 10/08/1875).

[33] Ele foi para o Seminário proveniente de Brotas, todavia nasceu em São João de Morro Azul, comarca de Limeira, São Paulo. (Cf. Eduardo C. Pereira, Rev. Antonio Pedro de Cerqueira Leite: In: O Estandarte, 4 e 11/01/1912, p. 17).

[34] Cerqueira Leite que já enfrentava problemas acadêmicos e sentimentais, acabou por não mais resistir ao Seminário em 1870. O episódio que culminou com a sua saída, é contado por Eduardo C. Pereira (1855-1923), no referido artigo d’O Estandarte: “Reunira-se um vasto auditório para ouvir os candidatos ao ministério. Antonio Pedro galga a tribuna. Prepara um esplêndido discurso, decora, e era natural que esperasse no auditório o bom efeito de seu esforço.

“Entretanto, em extremo nervoso, embarga-se-lhe a voz ao começar, fogem-lhe as ideias. Força lhe pedir desculpas e descer da tribuna. Firme, porém, no seu posto, passa a dirigir o canto de seus alunos.

“Terminada a reunião, desaparece, e, dias depois, surge em Brotas resolvido a abandonar os seus estudos” (O Estandarte, 4 e 11/01/1912, p. 25).

[35]Plumer estudou no Seminário de Princeton (1825/1826) sendo licenciado em 1826 e ordenado em 1827. Além de um intenso trabalho missionário e como pastor de igreja local, foi um escritor profícuo. Trabalhou como professor no Seminário Western desde 1854/1855 até 1862, quando foi lecionar no Seminário Columbia (1862-1880). (Vejam-se: Moses D. Hoge, William Swan Plumer: in: Philip Schaff, ed. A Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, Chicago: Funk Wagnalls, Publishers, 1887 (Revised Edition), v. 3, p. 1855-1856; Necrological Reports and Annual Proceddings of the Alumni Association  of Princeton Theological Seminary, Volume 1 -1875-1889,  Princeton, NJ.: C.S. Robinson & Co., University Printers, 1891, (26/04/1881) p. 20-22). A.A. Hodge  (1823-1886), também aluno de Princeton (1843) foi quem sucedeu a Plumer no Seminário Western. A.A. Hodge em 1877 foi lecionar no Seminário de Princeton como assistente de seu pai C. Hodge (Veja-se: Boanerges Ribeiro, Igreja Evangélica e República Brasileira (1889-1930), São Paulo: O Semeador, 1991, p. 202-203). (Ver em especial a sua obra: William S. Plumer, Psalms, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1978 (Reprinted). Esta obra foi publicada originalmente em 1867.

[36] Após a morte de Simonton, Blackford registrou no seu Diário:

“Sua  capa  caiu  sobre  os meus ombros e tenho de ocupar o seu  lugar.  Não  espero  fazer  o que ele fazia. Queira Deus conceder-me  a  graça  de  substituí-lo  para a glória do seu próprio nome” (Journal Record, São Paulo, 10/12/1867, Apud Carl  J. Hahn, História do Culto Protestante no Brasil, São Paulo: ASTE. 1989, p.167).

[37]Joseph  M. Wilson, The Presbyterian Historical Almanack, 1868, v. 10: In: Coleção Boanerges Ribeiro, p. 6-7. (Coleção de textos transcritos de documentos americanos pelo Rev. Boanerges Ribeiro, assim denominada pelo Rev. Júlio Andrade Ferreira [1912-2001]).

[38]Cf. Vicente T. Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de São Paulo, p. 101; Boanerges Ribeiro, A Igreja Presbiteriana no Brasil, Da Autonomia ao Cisma, São Paulo: O Semeador, 1987, p. 211; Boanerges Ribeiro, Protestantismo e Cultura Brasileira, p. 262; O Estandarte, 4 e 11/01/1912, p. 26

[39]Ele visitou a cidade de Faxina pela primeira vez em outubro de 1875 e, novamente em abril de 1877 (Cf. Álvaro Reis, ed. Almanak Historico do O Puritano, p. 66-67. A Igreja de Faxina foi organizada por ele em 4/5/1879 com três membros: José Rodrigues de Carvalho, Antonio Borges Paks e Agueda Maria da Conceição. (Veja-se: V. T. Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de São Paulo, p. 169).

[40]Vicente T. Lessa,  Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de  São  Paulo, p. 141.

[41]Cf. Boanerges Ribeiro, A Igreja Presbiteriana no Brasil, Da Autonomia ao Cisma, p.  212; Boanerges Ribeiro,  Protestantismo e Cultura Brasileira, p. 263.

[42]Boanerges Ribeiro,  Protestantismo e Cultura Brasileira, p. 263. O Currículo  foi  publicado  na  Imprensa   Evangélica, 17/01/1878, p. 22, sob  o  título: “Estudos para os candidatos ao Ministério Evangélico”.  Este  currículo  consta em anexo no livro de Boanerges Ribeiro,  Protestantismo e Cultura Brasileira, p. 355-356.

[43] A comissão  nomeado  no Sínodo para estudar a viabilidade da criação  do  Seminário,  constituída  pelos  Revs. J.B. Smith (relator),  Delphino Teixeira, D.C. MacLaren, Belmiro A. Cesar  e Carvalho Braga, apresentou o seu relatório: “A comissão  encarregada  de  dar parecer sobre o estabelecimento de um  seminário  teológico  recomenda,  como interesse de mais alta  importância,  que  o Sínodo estabeleça um seminário ou classe   teológica   o  mais  breve  possível,  e  que  este seminário  tenha não menos de dois professores.” (Vicente T. Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de São Paulo, p. 317; Boanerges Ribeiro, A Igreja Presbiteriana no  Brasil,  Da  Autonomia  ao Cisma, p. 219).

[44] “O  rev. John Rockwell Smith é com justiça denominado Pai do Seminário  da Igreja Presbiteriana. Antes que houvesse Seminário,  já  formava  pastores  no  Recife  sob  o  regime de tutoria.  Eleito professor  em  1888, começou a lecionar ao instalar-se  o  Seminário em 15.11.1892 e lecionou até 1916, inclusive  com breves interrupções por enfermidades, ou para férias nos Estados Unidos. Faleceu em 1918.

“Smith  lecionou  Teologia  Sistemática,  além  de várias outras  disciplinas, fora aluno de Dabney [Robert L. Dabney, [1820-1898]],  no Union, da Virgínia. Formou a intelligenzia presbiteriana  brasileira  saída  do Seminário em S. Paulo e em  Campinas;  os  primeiros professores brasileiros eleitos pela  Assembleia  Geral  para lecionarem com ele tinham sido  seus  alunos”  (Boanerges  Ribeiro, Igreja Evangélica e República  Brasileira  (1889-1930),  São  Paulo: O Semeador, 1991, p. 204). (Sobre Dabney como mestre extremamente admirado e influente, veja-se o significativo prefácio à obra de Dabney escrito por Morton H. Smith (1923-2017) (R.L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, Grand Rapids, MI.: Baker, 1985 [Reprinted]).

[45]No  início  de 1890, Blackford partiu com a esposa e os três filhos  para  os  Estados Unidos em gozo de uma licença de 1 ano.  Desembarcou   em New York em 27/04/1890. A seguir, foi com  os  seus  familiares para a cidade de Atlanta, Geórgia, onde  os  pais  de  D. Nannie  (1860-1900) (2ª  núpcias) então  residiam. (J.B. Kolb, Rev. Alexandre L. Blackford, D.D.: In: Quadragesimo Anniversario da Egreja Evangélica do Rio de Janeiro 1862-1902, Rio de Janeiro: Casa Editora Presbyteriana, 1902, [p. 38-43], p. 42-43; O Estandarte, 4 e 11/1/1912, p. 13).

No  dia  14/05/1890, ele morreu em Atlanta, após uma “febre  gástrica que não foi possível debelar pelos recursos da ciência médica” (J.B. Kolb, Rev. Alexandre L. Blackford, D.D.: In: Quadragesimo Anniversario da Egreja Evangélica do Rio de Janeiro 1862-1902, Rio de Janeiro: Casa Editora Presbyteriana, 1902, [p. 38-43], p. 43).

A sua  contribuição direta para com o Seminário, se daria bem  depois  da  sua morte, por meio da doação de livros, que chegaram   em  junho  de  1913.  (Cf.  Revista  das  Missões Nacionais, Setembro de 1913, p. 1 e 8).

[46]Boanerges  Ribeiro, A Igreja Presbiteriana no  Brasil,  Da  Autonomia  ao Cisma, p. 307. O nosso Seminário desde o seu início seria modelado em  sua  teologia  e  pregação  e teologia de Princeton.

Quanto  ao  modelo da teologia de Princeton e a sua influência  na  formação  de  nossos  primeiros pastores, vejam-se: Boanerges  Ribeiro,  Igreja Evangélica e República Brasileira, p. 193-209.

[47] Cf. Vicente T. Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de  São Paulo, p. 318; Boanerges  Ribeiro, A Igreja Presbiteriana no  Brasil,  Da  Autonomia  ao Cisma, p. 307. Vejam-se: B. Ribeiro, A Igreja Presbiteriana no  Brasil,  Da  Autonomia  ao Cisma, p.  194,  221,  301ss.; O Estandarte, 4 e 11/1/1912,  p.  13;   Eduardo  Carlos Pereira, As Origens da Igreja  Presbiteriana  Independente  do  Brasil, 3  ed. São Paulo:  Livraria Almenara  Editora, (1965) p. 11.

[48]Vejam-se: Vicente T. Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de  São Paulo, p. 475-476; Boanerges  Ribeiro, A Igreja Presbiteriana no  Brasil,  Da  Autonomia  ao Cisma, p. 311.

[49] Revista das Missões Nacionais, 15/02/1907, p. 2.

 846 total views,  1 views today

Comments

G-BJPJGFD6S2