Rei e Pastor: O Senhor na visão e vivência dos salmistas – 20

1.2.4. Juízo universal

Um recurso de retórica muito comum, ainda que eticamente indesejável, é incluir o “nós” onde só se tem certeza do inseguro “eu”, que busca em um discurso abrangente a sustentabilidade qualificativa que não tem em si. O raciocínio é mais ou menos o seguinte: “nós” vale mais do que “eu”, ainda que a essência da narrativa ou/e proposição seja a mesma.

Desse modo, assumimos indevidamente o papel de porta-vozes de sujeitos que jamais nos conferiram tal prerrogativa − e cuja adesão à nossa perspectiva é, no mínimo, duvidosa. Falamos como se fôssemos representantes legítimos, quando, na verdade, o único mandato que possuímos emana de um eu inflado, pretensioso e, por vezes, despropositado.

 Outra estratégia discursiva de viés ideológico é a generalização apressada, frequentemente utilizada para conferir uma aparência de solidez argumentativa onde há, na verdade, fragilidade. Trata-se de um expediente retórico que busca encerrar o debate antes mesmo que ele se inicie.

Expressões como “Hoje ninguém mais pensa assim”, “Todos sabemos”, “Pesquisas têm demonstrado”, “A ciência já provou” ou “Esse pensamento está ultrapassado” funcionam como atalhos intelectuais. Elas apelam a uma suposta unanimidade − muitas vezes inexistente − para blindar o discurso contra o contraditório. É o coro imaginário que tenta silenciar o solo da dúvida.

Saindo dessas construções ideológicas humanas, podemos retornar ao terreno sólido das Escrituras − onde não há relativismos, presunções ou hipérboles, mas a revelação segura do Deus que é Rei e que Reina.

 

Senhor que governa

As Escrituras afirmam com veemência: Deus é o Senhor soberano, Criador de todas as coisas. Sendo Rei, governa sobre todo o universo. Nada veio à existência independentemente de sua vontade, e nada subsiste sem sua contínua preservação.

Por isso, seu juízo se estende a todos os povos. Ninguém será avaliado apenas pelos padrões de sua cultura,[1] pois a Palavra de Deus é também o critério pelo qual a cultura será julgada.[2] Portanto, aqui não há nenhum tipo de relativismo[3] e subjetivismo.[4] A Lei divina permanece − ampla e eterna − sobre todas as nações e em todos os tempos

Boice (1938-2000) sintetiza com precisão:

Quando perguntamos o que é certo, o que é moral, respondemos à questão não apelando para algum padrão moral independente, como se pudesse haver um padrão para qualquer coisa separado de Deus, e sim apelando para a vontade e natureza do próprio Deus. O certo é o que Deus é e revela para nós.[5]

O salmista declara: “O Senhor (hwhy) (Yehovah) julga os povos” (Sl 7.8).  Ele o faz porque toda a criação − visível e invisível − lhe pertence. Deus não é indiferente à sua obra; não está ocioso nem inerte [6] Seu juízo é universal, santo e justo. Não se trata de uma pretensão megalomaníaca, mas da expressão legítima de seu governo soberano.

Nada no mundo pode reivindicar autonomia diante de Deus. Tudo lhe pertence. Ele é o legítimo proprietário de todas as coisas.

 

Eventos e Providência

A mão poderosa de Deus rege todos os acontecimentos. Ele dirige a história de modo que tudo coopere para o bem de seu povo, da sua Igreja (Rm 8.28). Seu propósito é que sejamos cada vez mais conformados à imagem de Cristo.

Lloyd-Jones (1899-1981) afirma:

Toda nação da terra está sob a mão divina, porque não há poder neste mundo que, em última instância, não seja por Ele controlado. (…) Deus é o Senhor da história. (…) Ele começou o processo histórico, controla-o, e por-lhe-á um fim. Jamais devemos perder de vista este fato decisivo.[7]

O salmista, inspirado por Deus, proclama: “Ele administra (julga) os povos com retidão” (Sl 9.8).

Bavinck escreve de modo esclarecedor e confortador:

 A doutrina da providência não é um sistema filosófico, mas uma confissão de fé, a confissão de que, apesar das aparências, nem Satanás, nem  o ser humano, nem qualquer outra criatura, mas somente Deus – mediante seu poder Todo-Poderoso e presente em toda parte – preserva e governa todas as coisas. Essa confissão pode nos salvar tanto de um otimismo superficial que nega os mistérios da vida quanto de um pessimismo arrogante que se desespera deste mundo e do destino humano.[8]

Deus é Senhor não apenas de Israel, mas de todos os povos. E seu governo universal é exercido com retidão. Isso indica que um dos aspectos de sua soberania ligado diretamente a nós, é o seu soberano e bondoso governo sobre a história. Seu juízo abrange todas as esferas − em extensão e profundidade (Sl 130).

Bosma observa: “Como grande Rei, o Senhor serve como o tribunal de apelação em questões civis para todos os oprimidos, isto, não somente para os oprimidos de Israel” [9]

Nada lhe é estranho ou indiferente. O sofrimento de seu povo não lhe passa despercebido. Por isso, o salmista se conforta: “Pois o necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente” (Sl 9.18/ 10.12-18).

No alegre e agradecido cântico de Ana, há a declaração do governo de Deus sobre “as extremidades da Terra”: “Os que contendem com o SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O SENHOR julga (!yD) (diyn) as extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido” (1Sm 2.10).

 

Sem Limites de Competência ou Jurisdição

 A Palavra enfatiza o domínio absoluto de Deus sobre todas as nações. O salmista declara: “Ele julga entre as nações” (Sl 110.6). O juízo pertence a Ele como Senhor de toda a terra: “Ele mesmo julga o mundo” (Sl 9.8).

O Senhor da História conduz a história para o seu glorioso fim: “O Senhor da história será o Juiz do mundo inteiro”, conclui Lloyd-Jones.[10]

Deus exerce seu poder de forma ativa, conduzindo a história rumo ao cumprimento de seu propósito eterno. O salmista louva: “Ele é o SENHOR, nosso Deus; os seus juízos permeiam toda a terra” (Sl 105.7).

 

O Perigo da Arrogância Epistemológica-Teleológica

Ainda assim, a sucessão dos eventos históricos pode nos deixar perplexos. É difícil compreender os caminhos da história[11] − seja no plano internacional, como Habacuque, ou no pessoal, como os salmistas (Sl 10; 73). Há o risco de cairmos numa arrogância epistemológica-teleológica, tentando estabelecer conexões e propósitos entre fenômenos que mal compreendemos e para os quais não temos base bíblica segura.

Tal tentação é comum. Diante de adversidades − doenças, crises financeiras, desemprego, calúnias, conflitos familiares − nossas perguntas se tornam mais agudas. E quando pensamos ter chegado ao fundo do poço, ele parece ainda mais profundo.

 

Quando a Fé Não Triunfa Imediatamente

Com frequência não nos é possível compreender a nossa situação de dor e sofrimento.. E, mais ainda, nem sempre conseguimos manter viva a fé em meio às angústias. Não que a percamos, mas é difícil vivê-la de forma encarnada − crer e agir conforme essa fé.

A nossa fé nem sempre triunfa de modo existencial durante as nossas tribulações. É por isso que nos parece fundamental exercitar a nossa teologia de forma existencial durante os embates da vida. A genuína teologia fundamentada nas Escrituras, orientará as nossas orações e nos conduzirá, pelo Espírito, em confiança à Palavra autoritativa de Deus.

Devemos ter a firme convicção de que mesmo administrando a história por meio de homens, Deus continua no controle sobre todos os povos e o faz, com retidão. A sua reta vontade prevalecerá sempre.

 

O Mal Sob o Governo de Deus

Deus governa com equidade, retidão e suavidade. Os solavancos da história decorrem da rebeldia humana que tenta subverter seu justo governo. Daí guerras, fome, epidemias, injustiças sociais.

Calvino comenta:

Deus se assenta supremo, mesmo quando os ímpios triunfam em seus sucessos, ou quando os justos são tripudiados sob os pés da insolência, e que vem o dia quando arrancará o cálice dos prazeres das mãos de seus inimigos e alegrará o coração de seus amigos, livrando-os de suas mais profundas angústias.[12]

O mal não escapa ao governo soberano de Deus. O mundo não está entregue ao acaso. Ainda que não percebamos sempre os sinais desse governo, podemos descansar seguros: a esperança do aflito não se frustra para sempre[13] − o “para sempre” humano não é o mesmo da perspectiva divina.

Na ótica de Deus − a única absolutamente verdadeira −, a esperança depositada em suas promessas jamais falha. Podemos nos frustrar com nossos sonhos, mas nunca com a fidelidade de Deus.

Seus juízos santos permeiam toda a Terra. Nada escapa.

 

O Caráter Missionário do Juízo Divino

A realeza de Deus sobre todas as coisas é um fato. Por isso, os salmistas afirmam com convicção que seu juízo se estende a toda a criação, com implicações temporais e escatológicas. O nosso Deus não é de uma cultura, de uma tribo, povo, das montanhas, das florestas, dos mares ou dos ares, antes é o Rei sobre todas as coisas, visíveis e invisíveis. Como tal, juiz de todas as nações.

Essa certeza já compunha o caráter missionário da Igreja no Antigo Testamento. O salmista testifica:

Reina o SENHOR. Ele firmou o mundo para que não se abale e julga (!yD) (diyn) os povos com equidade. (Sl 96.10).  

Na presença do SENHOR, porque vem, vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, consoante a sua fidelidade. (Sl 96.13/Sl 98.9).[14]

 

Algumas considerações

A justiça de Deus não é construída a partir de convenções humanas, mas é ex-pressão de seu caráter. Como Boice afirma, o certo é o que Deus é e revela. Isso elimina qualquer possibilidade de relativismo ético ou cultural.

Em tempos de confusão moral, a Igreja deve reafirmar com coragem que a Pala-vra de Deus é o critério último − não apenas para o indivíduo, mas para as culturas e nações. Isso exige fidelidade bíblica e discernimento profético.

Como vimos,  o juízo de Deus é universal, santo e justo. Ele não se limita a Israel ou à Igreja, mas alcança todas as nações. Isso reforça a doutrina da soberania divina sobre toda a criação.

A universalidade do juízo é inseparável da universalidade da providência. Deus não é apenas Criador, mas Sustentador e Juiz. Como Lloyd-Jones e Bavinck apontam, a história está sob controle divino − mesmo quando parece caótica.

Essa verdade oferece consolo ao aflito e esperança ao oprimido. Deus vê, Deus julga, Deus governa. O sofrimento não é ignorado, e a injustiça não é esquecida. O pastor deve lembrar ao povo que há um tribunal superior ao das nações.

É preciso cautela para não interpretar os eventos históricos com pretensa auto-ridade, sem base bíblica segura. Isso é uma forma de arrogância espiritual e intelec-tual.

Habacuque e os salmistas são exemplos bíblicos de perplexidade diante da pro-vidência divina. A fé não exige compreensão total, mas confiança plena. A teologia não é um mapa exato da história, mas uma bússola que aponta para Deus.

Nos momentos de dor, o pastor deve acolher a dúvida sem alimentar o cinismo. A fé não é triunfalista, mas perseverante. Devemos ensinar que é possível crer mesmo sem entender − e que Deus continua soberano mesmo quando o caos parece reinar.

A compreensão de que a fé nem sempre triunfa de forma existencial é profunda-mente consoladora. Temos aqui uma tensão entre a confissão teológica e a experiência humana.

A fé não é apenas um assentimento intelectual, mas uma vivência encarnada. A teologia precisa ser existencial, como o salmista que ora em meio à dor. A Palavra nos conduz, pelo Espírito, à confiança mesmo nas trevas.

Devemos orar com honestidade, viver com esperança e resistir com fé. A teologia deve ser aplicada no cotidiano, nas crises, nas perdas − como luz para os pés e lâmpada para o caminho.

A convicção de que o mal está sob o governo soberano de Deus é teologicamen-te ousada e pastoralmente necessária. Calvino nos lembra que Deus continua su-premo mesmo quando os ímpios triunfam.

O mal não é autônomo. Ele é permitido, limitado e usado por Deus para cumprir seus propósitos eternos. Isso não elimina o sofrimento, mas o insere numa narrativa maior de redenção.

O mundo não está à deriva. Mesmo quando não vemos, Deus está agindo. A es-perança do aflito não se frustra − não porque tudo se resolve agora, mas porque Deus é fiel eternamente.

O juízo universal é também uma expressão do caráter missionário de Deus. Ele é Rei sobre todas as coisas, e seu juízo é escatológico e redentor.

A missão da Igreja não é apenas anunciar salvação, mas também proclamar o ju-ízo justo de Deus. Isso dá à evangelização um caráter urgente e à escatologia um tom de esperança.

A Igreja deve viver e pregar com consciência de que Deus julgará todas as coisas. Isso não gera medo, mas reverência. O juízo é parte da boa nova − porque reve-la que o mal será vencido e a justiça prevalecerá.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

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[1] “No dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho” (Rm 2.16).

[2] Criticando a acomodação moderna à cultura, Schaeffer (1912-1984) escreveu: “A Bíblia é adaptada à cultura e à sociedade quando, na verdade, deveria julgá-las”  (Francis A. Schaeffer, O Grande Desastre Evangélico. In: Francis A. Schaeffer, A Igreja no Século 21,  São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 281).“A cultura deve ser constantemente julgada pela Bíblia em vez de a Bíblia ser distorcida para se conformar à cultura ao seu redor” (Francis A. Schaeffer, O Grande Desastre Evangélico. In: Francis A. Schaeffer, A Igreja no Século 21, p. 278).

[3]Para o relativismo ético ou convencionalismo, os conceitos considerados verdadeiros são produtos dos valores de uma época, de uma cultura, de um povo. Assim, toda verdade é relativa às crenças de uma sociedade, época, grupo ou cultura. Dessa forma, não existe um código moral universalmente válido, antes, há uma infinidade de códigos com reivindicações semelhantes. A questão, portanto, não é quanto à existência de um código moral, antes, a sua validade universal. Como se pode perceber, o relativismo sempre é contraditório. Como firmar padrões sem premissas que os fundamentem? (Para uma descrição dos tipos de relativismos, vejam-se: David B. Wong, Relativismo Moral: In: Monique Canto-Sperber, org. Dicionário de Ética e Filosofia Moral, São Leopoldo, RS.: Editora Unisinos, 2003, v. 2, p. 490-496; J.P. Moreland; William L. Craig, Filosofia e Cosmovisão Cristã, São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 498ss. Uma visão erudita e bem humorada do relativismo cultural mostrando a sua realidade, limites e incompreensões de seus acusadores, encontramos em: Clifford Geertz, Nova Luz Sobre a Antropologia, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001, p. 47-67. Para uma avaliação cristã, vejam-se os artigos: Relativismo, Relativismo Cultural e Relativismo Ético. In: Carl Henry, org.  Dicionário de Ética Cristã, São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p. 507-514; Verdade, natureza da: in:  Norman Geisler, Enciclopédia de Apologética: respostas aos críticos da fé cristã, São Paulo: Editora Vida, 2002, p. 864-867 (especialmente); John Piper, Pense – A Vida da Mente e o Amor de Deus, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2011, p. 133-166.

[4] Para o subjetivismo, a validade da verdade está limitada ao sujeito que conhece e julga. Dessa forma, não podemos falar de uma realidade idêntica para todo o ser humano. Dentro dessa perspectiva, toda certeza é pessoal, visto que toda a verdade é subjetiva.

[5]James M. Boice, Fundamentos da Fé Cristã: Um manual de teologia ao alcance de todos,  Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2011, p. 112.

[6] “Deus nunca está ocioso. Ele nunca está passivamente presente, como mero espectador” (Herman Bavinck, Dogmática Reformada: Deus e a Criação, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 2, p. 617). Veja-se: Sto. Agostinho, Comentário ao Gênesis, São Paulo: Paulus, 2005 (Coleção Patrística; 21), IV.12, p. 133.

[7] D. Martyn Lloyd Jones, Do temor à fé, Miami: Editora Vida, 1985, p. 21.

[8] Herman Bavinck, Dogmática Reformada: Deus e a Criação, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 2, p. 631

[9] Carl J. Bosma, Os Salmos: Porta de Entrada para as Nações. Aspectos da base teológica e prática missionária no Livro dos Salmos, São Paulo: Fôlego, 2009, p. 35.

[10]D. M. Lloyd-Jones, Deus o Pai, Deus o Filho, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1997 (Grandes Doutrinas Bíblicas, v. 1), p. 323. Do mesmo modo Stott: “O Deus que é Senhor da história é também o Juiz da história” (John R.W. Stott, A Missão Cristã no Mundo Moderno, Viçosa, MG.: Ultimato, 2010, p. 21).

[11] “A história é ciência do homem e nada do que se refere ao homem é simples. E se uma questão histórica importante nos parece simples, o nosso dever deve ser imediatamente complicá-la, pois, ao vê-la simples, podemos ter a certeza de que a deformamos… Por outras palavras, o papel do historiador não é simplificar o real, é procurar, por trás das aparências da simplicidade, a complexidade das coisas vivas, o corrente, a necessária complexidade da vida” (Lucien Febvre, A Europa: génese de uma Civilização, Lisboa: Teorema, 2001, p. 153).

[12]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 2, (Sl 49.1-2), p. 372.

[13] “A fé não deixou de ser confiante. Ela não se baseia em instáveis acasos terrenos, mas no Deus que, apesar de tudo, está no trono. Porém, os golpes terrenos também são reais, e muitas vezes o mundo em que vivemos parece pertencer aos ímpios e maus” (J.A. Motyer, Os Salmos: In: D.A. Carson, et. al.  eds. Comentário Bíblico: Vida Nova, São Paulo: Vida Nova, 2009, (Sl 9), p. 746).

[14]“Na presença do SENHOR, porque ele vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com equidade” (Sl 98.9).