O sacerdote da família

Por Franklin Ribeiro Dávila

 

É verdade que precisamos de uma urgente reforma na Igreja. E não estaríamos também precisando de uma reforma na família protestante?

Em primeiro lugar uma reforma que alcançasse o marido. Já não se tem visto pais como até algum tempo atrás, quando ele exercia de fato um verdadeiro sacerdócio familiar, pelo testemunho de vida e de fé, distinguido por manter os princípios religiosos, éticos e morais. Aquele sacerdote que após o jantar se assentava na cabeceira da mesa, ao lado da esposa, lia textos bíblicos, cantava, intercedia e agradecia com os filhos. Aquele sacerdote que se levantava cedo no dia de Domingo e dizia: “Hoje é o dia do Senhor! Acordem! Vamos todos à Igreja!” Ele não mandava os filhos ao templo, ele ia com a família à Casa de Deus. Ensinava aos filhos como deviam se comportar, como se relacionar com o pastor, com os presbíteros, com os diáconos. Alguns sacerdotes mais zelosos indagavam dos filhos o que aprenderam. Respondiam as perguntas destes. Compartilhavam teologia básica. Mas, onde estão os sacerdotes da família? Onde estão aqueles elos importantes no relacionamento igreja-família?

Em segundo lugar uma reforma que alcançasse a esposa. Na ausência do sacerdote da família ela o substituía. Congregava os filhos em torno de si, contava histórias, cantava hinos, fazia-os decorar versículos, capítulos inteiros. Aos domingos arrumava cedo a criançada, algumas tinha de caminhar longas distâncias para ir ao templo. Ah! Como eu tenho lembranças da fé de minha mãe. Como me recordo que as minhas dificuldades mirins eram aliviadas por sua expressão rotineira: “o Senhor proverá meu filho!” Aquelas mulheres nos exortavam a amarmos os nossos pais e éramos levados a ver neles um exemplo de homem e de dignidade. Respeitávamos nossos pais pelo respeito e admiração que também nutríamos por aquela que desempenhava tão bem o papel de esposa.

Em terceiro lugar uma reforma que alcançasse os filhos. Os filhos naqueles dias eram criados e disciplinados. Aprendiam a Palavra de Deus com os pais. Não respondiam asperamente aos genitores, não proferiam palavras torpes na presença deles, tinham nos genitores um modelo cristão. As moças das igrejas eram respeitadas, os rapazes eram estimados. Ninguém ousava desrespeitar pastor, presbítero, diácono ou professor da E. Dominical. Mas, onde estão os filhos cristãos de nossos dias?

Sacerdote da Família, Auxiliadora idônea e Filhos obedientes são figuras que estão desaparecendo rapidamente da comunidade cristã. Acredito não estar sendo injusto ao fazer a afirmação de que o grande responsável por isso tudo que está acontecendo na família e na igreja é a ausência do sacerdote da família. Não me sinto precipitado ao dizer que a família evangélica mudou a partir do momento que os homens abandonaram a sua função especifica dada por Deus. Esse abandono na responsabilidade familiar mudou o coração da esposa e dos filhos. Aí mudou a Igreja, aquela que é “a Família das famílias” (Calvino).

Qualquer pastor sabe, na prática, que a família protestante está sem sacerdote, sem governo, sem lei, sem disciplina, sem discipulado, sem temor a Deus. Os atuais sacerdotes entregaram às sacerdotisas e aos filhos os destinos da igreja. E as consequências já estão nos preocupando e torturando.

O conceito bíblico de que os homens devem governar bem a sua casa foi banido do nosso Manual do Dever. Por sua vez, os membros da família não querem mais considerar nem respeitar o papel do homem no sacerdócio do lar. Não se quer mais o governo do marido ou do pai. Em nome de uma sociedade progressista, todos impõem suas vontades, ninguém quer se submeter mais ao governo paterno dado por Deus.

Por isso, diante disso e por causa disso estou orando a Deus por um avivamento espiritual na família cristã e que Deus faça chover em nossa terra, derramando pelo bem e amor que tenho pela minha família e pela igreja do Senhor Jesus.

 

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