Presbíteros na Igreja Primitiva
- Para os antigos escritores, como: 1. Ignácio[1] que viveu no ano 71 depois de Cristo falou dos presbíteros naqueles tempos, “e os anciãos são como o tribunal conciliar de Deus, e a combinação dos apóstolos de Cristo”, etc.; e ainda disse que “a santa assembleia, os conselheiros e assessores dos bispos”. Quais expressões podem ser indiferentemente agregadas aos presbíteros regentes bem como aos presbíteros pregadores,[2] se respeitamos a amplitude e abrangência da frase.
- No ano 103 alguns observam algo de Baronius Annals;[3] que é um notável Registro, Gest a Purgation is Caeciliani & Felicis, temos estas palavras episcopi, presbyteri, diacones, seniores, i.e. bispos, presbíteros, diáconos e anciãos. Aqui os anciãos são enumerados distintamente dos bispos, presbíteros e diáconos. Quem seriam estes senão os anciãos regentes? E um pouco depois (como a carta de Purpurius para Silvanus o expressou) “Acrescento-lhe os colegas clérigos e os anciãos do povo, homens eclesiásticos, e deixe-os inquirir diligentemente acerca das dissenções”. Diversas cartas foram produzidas e lidas naquela Conferência. Uma foi destinada “Aos clero e presbíteros”. Outra “Aos clérigos e aos presbíteros”. E ainda, “Maximus disse: falo em nome dos anciãos do povo cristão, da Lei Católica”. Todas estas passagens devem ser consideradas, parecem imprimir [declare] o ancião regente e sua parceria no governo eclesiástico naquele período; “anciãos” sendo mencionado distinto do “clérigo”.
- Tertuliano[4] que ascendeu aproximadamente no ano 203 depois de Cristo, nesta passagem em sua Apologética, fala das Assembleias-Eclesiástica e Governo Eclesiástico que exerceram em seus dias, “Sobre as nossas Assembleias e Reuniões, todos os presbíteros aprovados tomam assento como presidentes” (ou regente) “obtendo a honra, não por um pagamento, mas pelo testemunho, pois nada de Deus é (entre nós) avaliado por um preço”. Nesta ampla expressão de presbítero, quem poderia senão o ancião regente com o presbítero pregador estarem compreendidos?
- Orígenes[5] que viveu próximo do ano 226 depois de Cristo, declarou como era o exame de admissão de membros da Igreja, na passagem de “Nonulli praepositi sunt” que “Há alguns regentes designados que podem inquirir acerca do comportamento e costumes daqueles que serão admitidos, e descartar da congregação aqueles que cometem imundície”. O que Rivet aprendeu na citada passagem de Orígenes, é o entendimento de Orígenes ao falar de dos presbíteros regentes.[6]
- Bendito Cipriano,[7] bispo de Cartago, que ascendeu em zelo e coragem por Cristo no mais cruel dos tempos, próximo do ano 240 depois de Cristo, escreveu numa de suas epístolas, que ele admitiu Aurelius e Celerinus aos presbíteros em sua igreja (eles sendo encontrados mais zelosos, fiéis e merecedores dentre os homens), não eram autorizados a pregar, senão apenas publicamente ler a palavra, ainda que devessem sentar-se com seus próprios anos e manter-se com o comando comum da igreja. “Mas sabe-se que enquanto estes constituíam leitores, porque estava de acordo com a vela deve ser ajustada sobre o candeeiro”, etc. “Mas sabe-se que temos lhes designado à honra do presbiterato, que eles sejam honrados com a mesma manutenção dos presbíteros, e possam dividir a medida (ou mensalidades) dividendos por igual quantia, sendo assentados conosco em seu crescimento e confirmados anos; embora possa se pensar em nada menos por causa do aumento de sua idade, que fez a sua idade pela dignidade de sua glória.” Aqui o evidente testemunho de um ancião regente distinto do presbítero docente, superadicionado ao presbiterato no tempo de Cipriano.
Em outra Epístola[8] ele escreve aos presbíteros, diáconos e pessoas de sua própria igreja, no tocante à Numidicus (que por causa da verdade teve a sua esposa queimada ao seu lado, sendo ele mesmo queimado pela metade, soterrado com pedras e deixado para morrer, foi encontrado um tempo depois vivo e restabeleceu), então pode ser contado como um ancião com os presbíteros de Cartago, e “tomou assento com o clero”, apropriando-se de seu presbiterato. Parece que ele foi anexado ao presbitério de Cipriano como um ancião regente e não como um presbítero docente, pela passagem que segue. “E verdadeiramente quando Deus permite, ele estaria promovendo um mais amplo lugar de sua religião, onde a proteção do Senhor viria em presença”. Qual mais amplo lugar poderia Cipriano intentar para Numidicus em sua igreja, se já tinha lhe admitido para ser um presbítero pregador (que é o mais alto ofício ordinário na igreja)? Isto implica que ele foi o primeiro a receber em somente como um ancião regente, mas Cipriano intencionou aquela promoção posterior.
- Optatus[9] que viveu no ano 365 depois de Cristo, disse: “Pois a igreja tem muitos ornamentos de ouro e prata que não poderia esconder na terra, nem carregar com ela, o que comissionou aos presbíteros, como às pessoas fiéis”, etc.
- Ambrósio que ascendeu próximo do ano 365 depois de Cristo, falando mui notavelmente em favor deste caso dos presbíteros da Igreja. “Em razão da dignidade desta era, o ancião é provocado para uma boa obra com mansidão, que assim possa mais facilmente receber a admoestação. Para isto é admoestado, por temer que depois ele seja corrigido, o que é vergonhoso para um presbítero. Pois entre todas as nações a idade avançada é honrada. Desde a Sinagoga como posteriormente na Igreja houve anciãos, sem aquele conselho nada se faria na Igreja. Por que negligenciar o surgimento do seu uso, eu não sei, a menos que, talvez, através da preguiça dos docentes, ou da altivez, enquanto eles sozinhos teriam pensado em algo”. Este testemunho de Ambrósio é tão claro e fértil que os adversários dos presbíteros regentes têm estudado alterações e evasões para invalidá-lo, entretanto, tanto dos presbiterianos como dos independentes as acusações foram suficientemente respondidas, vindicando que o texto de Ambrósio a partir de uma tríplice exceção, a quem o leitor (por motivo de brevidade) é referido.
- Agostinho que viveu no ano 420 depois de Cristo, tinha frequentes citações do ancião regente em sua época.[10] “Peregrino, o presbítero, e os presbíteros da região de Mustican”. E escrevendo para a sua própria igreja em Hipona, assim direciona a sua Epístola “Aos mui amados irmãos, o clero, anciãos e todas as pessoas da Igreja de Hipona”,[11] etc, onde presbíteros se interpõem entre o clero e pessoas como distintos de ambos os grupos. Novamente “Quando eles são repreendidos por algum erro pelos anciãos, e ele é atribuído a algum deles, por que estaria embriagado? Por que furtaria? Etc.[12] Videatur etiam Epistola Synodalis Concilii Cabarsussitani apud eundem Augustinum Enarrat in Psal. 36.
- Isidoro Hispalensis que viveu depois de Cristo, no ano de 596, manifestando aquela prudência que os pastores deveriam exercer em sua pregação da Palavra, dando isto em outras direções: “os presbíteros do povo são os primeiros a serem ensinados, que por eles, aqueles que estão sob eles, possam ser mais facilmente instruídos”.
Até agora para o consenso da antiguidade dos presbíteros regentes. Poderíamos citar dentre os escritores modernos, o julgamento de um número de piedosos e doutos homens (do grande relato em seu tempo na Igreja de Deus), tanto estrangeiros como domésticos, que têm reconhecido o presbítero regente como um oficial eclesiástico com apoio da Escritura. Mas omitiremos muitíssimos casos citados por outros[13] tomaremos apenas dois ou três exemplos.
Dr Whitaker[14] um famoso erudito, escrevendo contra Dureus, tem uma passagem em que diz “Tu és tão ignorante a ponto de não conhecer que há presbíteros na Igreja de Cristo, que concede diligência somente ao governo, e não à administração da Palavra e os Sacramentos? (1Tm 5:17; Ambrósio em 1Tm 5). Veja também a nota marginal em resposta à exceção 11 contra o terceiro argumento continuado.
Thorndike[15] falando dos referidos doutores em 1Co 12:28 e Ef 4:12, disse: “Não há razão para duvidar que homens a quem o apóstolo chama de doutores, eram aqueles dentre os presbíteros que possuíam habilidades de pregar e ensinar o povo e suas assembleias. Aqueles dentre os presbíteros que pregavam não eram chamados aqui de governo pelo apóstolo; e os diáconos, que são socorros, ou assistentes para o governo dos presbíteros: de modo que não se deve traduzir ‘auxílio nos governos’, mas ‘auxílios, governos’. E um pouco depois[16] diz “Há duas partes no ofício de presbítero, de ensino e de governo, do qual não igualou desde o tempo dos apóstolos.
Dr Andr. Rivet[17] (que tesouro de sólida instrução) assim se expressa: “Não criamos monarcas, nem erigimos tiranos na Igreja: mas com S. Paulo, professamos presbíteros, ou seja, anciãos que governam tão bem como são considerados dignos de dupla honra; especialmente, os que laboram na Palavra e na doutrina (1Tm 5:17). Distinguimos estes daqueles outros presbíteros que se não se empenham na Palavra e doutrina, mas auxiliam o primaz na censura dos costumes.”
NOTAS:
[1] Ignat. Epist. Ad Trallianos; ad initium., p. 66. Edit. Oxford, 1644.
[2] O texto trás “the Ruling Elders as well as to the Preaching Presbyters”. Nota do tradutor.
[3] Assertion of the government of the Church of Scotland, p. 270. Veja também, Christopheri Justelli Observat. & Not. in Cod. Can. Eccles. Africanes, pp. 110-111.
[4] Tertull. Apologet. Advers. Gent, cap. 39.
[5] Origen. Contra Celsum, lib. 3.
[6] Andr. Rivet, Catholic Orthodox. Tract. 2 Quest. 22 Sect. 4.
[7] Cyprian. Epist. 39. Second. ed. Goulart. At scund aliorum edit. Epist. 5.
[8] Ibid., 1.4. Epist. 10.
[9] Optat. Lib. 1, p. 41. Edit. Paris An. 1613.
[10] Augustine, Contra Cresconium. 1.3. c.56.
[11] Augustine, Epistle 136.
[12] Augustine, De verb. Dom. serm. 19.
[13] Veja The Assertion of the Government of the Church of Scotland, cap. 10, dando muitos exemplos.
[14] Whitaker, contra Duraeum 1.9. Sect. 47, p. 222 b. in fol.
[15] Thorndike’s Discourse of Religious Assemblies etc. 4, p. 117 etc.
[16] Ibid. p. 118.
[17] Andr. Rivet
Traduzido por Ewerton B. Tokashiki
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