Tentando pensar e viver como um Reformado: Reflexões de um estrangeiro residente – Parte 6

3. O Deus que se dá a conhecer (Continuação)

B. A Criação como revelação de Deus

Alguém poderia perguntar: Por que a recorrência na questão da Criação? Nesse diálogo hipotético, creio poder compreender perfeitamente a questão do questionador realmente interessado.

Eu mesmo fiz uma pergunta parecida há mais de 40 anos sobre a insistência de Schaeffer (1912-1984) a respeito da fundamental importância que ele atribuía aos três primeiros capítulos de Gênesis para a sustentação de uma genuína fé cristã.

Até que compreendi, sendo mais radical, que em Gn 1.1 – conforme vimos −,  temos o princípio fundamental de uma fé cristã autêntica. Ali nos deparamos com a essência de uma fé teocêntrica em um Deus Todo-Poderoso que do nada, cria todas as coisas e as preserva conforme a sua determinação, poder e bondade.

Fora disso, teremos apenas um “macramê” teológico, habilmente manipulado, repleto de desenhos, nós, franjas e cores mas, não conheceremos o Deus das Escrituras; o Deus que se revela com beleza, santidade e objetividade.

Deus, como causa primeira de todo o conhecimento, proporciona ao homem por meio da sua Criação − a natureza −, a oportunidade e responsabilidade de conhecer a realidade do mundo físico. Porém, é bom que se diga que este conhecimento não é completo, nem absolutamente claro, visto que o pecado pôs seu selo sobre a Criação, obscurecendo o entendimento do homem e, a própria Natureza, perdeu parte da sua  eloquência anterior.[1]

Assim mesmo, pela graça comum de Deus, Ele misericordiosamente nos ajuda nessa compreensão que, após a Queda, estaria totalmente perdida.[2]

Meeter (1886-1963), certamente inspirado em Calvino, escreveu com beleza:

Contudo, ainda hoje a natureza, é um espelho no qual se refletem as glórias de Deus. Sem embargo, por causa do pecado, pode-se dizer que este espelho está deformado. Como é bem sabido, um espelho côncavo reflete as coisas de uma forma grotesca e distinta de como realmente são.[3]

A História, a Natureza e o Homem, como parte desta, refletem algo do seu Criador. “O homem, por haver sido criado à imagem de Deus, nos revela muito sobre o ser do Criador”, comenta Meeter[4] (Sl 139.14). Por isso, os homens são indesculpáveis (Rm 1.19,20).[5].[6] Nada nem ninguém na criação, reflete mais de perto a Deus do que o ser humano. Somente o homem e a mulher foram feitos à sua imagem.

Deus expressa o seu pensamento e a sua vontade no mundo − na criação −, envolvendo o homem com a manifestação visível da sua glória, a qual é proclamada, apesar do pecado, de forma fecunda nas obras da Criação (Sl 19.1; At 14.17; Rm 1.19,20). Em tudo que Deus faz, há sempre um refletir de seu poder, justiça, santidade e bondade.

Calvino (1509-1564) acentua que,

A aparência do céu e da terra compele até mesmo os ímpios a reconhecerem que algum criador existe (…). Certamente que a religião nem sempre teria florescido entre todos os povos, se porventura as mentes humanas não se persuadissem de que Deus é o Criador do mundo.[7]

Deus, o mundo e o homem são as três realidades com as quais toda a ciência e toda filosofia se ocupam.[8] Pois bem, se Deus não tivesse primeiramente, de forma livre e soberana se revelado (Sl 115.3; Rm 11.33-36) – concedendo ao homem o universo como meio externo de conhecimento, onde funciona com as suas leis próprias e regulares – toda e qualquer ciência seria impossível.

Poythress que caminha na mesma direção, escreveu:

O trabalho da ciência depende do fato de existirem regularidades no mundo. Sem elas não haveria nada no final para ser estudado. Os cientistas dependem não só das regularidades com que já estão acostumados, como do comportamento regular dos aparelhos de medição, mas também dependem do postulado da ocorrência de outras regularidades a serem descobertas nas respectivas áreas de pesquisa. Os cientistas precisam manter a esperança de encontrar regularidades adicionais, ou desistiriam das explorações mais recentes.[9]

O mundo, inclusive o homem, é o grande laboratório de todas as ciências. Quem, no entanto, “construiu” este laboratório foi Deus. Ele mesmo vocaciona o homem ao privilégio e responsabilidade de estudá-lo,  e descobrir  os “enigmas” que estão por trás das leis que funcionam de acordo com as prescrições do seu Criador.

Não pensemos, contudo, que Deus criou o mundo apenas para satisfazer a curiosidade humana. Deus o fez como testemunho da sua glória: “A grande finalidade da criação foi a manifestação da glória de Deus”, infere Pink (1886-1952).[10]

Deus ainda hoje não deixou de dar testemunho da sua existência e bondoso cuidado para com o homem (At 14.17).[11] Deus está ativo, preservando a sua criação[12] para o fim proposto por Ele mesmo. “Deus não é mero espectador do universo que Ele criou. Ele está presente e ativo em todas as partes, como o fundamento que sustenta tudo e o poder que governa tudo o que existe”, comenta Boettner (1901-1990).[13] A Bíblia atesta este fato amplamente. (Vejam-se: Ne 9.6; At 17.28; Ef 4.6; Cl 1.17; Hb 1.3).[14] Deus faz todas as coisas “conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11/Sl 115.3).

O homem natural pode não saber disso, pode não aceitar e até combater tal “absurdo”, entretanto, o que o homem pode fazer contra a verdade? (2Co 13.8). O que são os argumentos que tentam negar a existência de Deus, senão fruto de uma falsa interpretação da revelação Geral de Deus?!

A revelação geral de Deus demonstra aspectos de seu poder, sabedoria e bondade. Desse modo, tornou possível ao homem conhecer algumas fagulhas do seu ser reveladas na natureza. Isso, não por descoberta natural mas, por que Deus ativamente se deu a conhecer, deixando o seu “rastro”; a sua “assinatura” em toda Criação.

Assim sendo, é possível falar em uma “teologia natural”, desde que consideremos que ela não é resultado de elocubrações humanas; não parte de baixo, mas, de cima; é transcendental: É Deus quem se dá a conhecer de forma compatível com a nossa estrutura intelectual criada por Ele mesmo. É Deus quem nos criou com um apelo íntimo e irrevogável ao Eterno. A saudade no Eterno jaz em todo ser humano, ainda que na maioria das vezes não saibamos defini-lo. No princípio é sempre Deus.[15]

Aquino (1225-1274) argumenta que a Criação tem a “digital” de Deus; a marca do grande artista em sua obra:

Pela meditação sobre as obras [de Deus] podemos admirar de algum modo e considerar a sabedoria divina: as coisas realizadas pela arte são representativas da arte, porque são realizadas à sua semelhança. Ora, Deus, pela sua sabedoria, deu o ser às coisas, razão por que é dito: Tudo fizestes com sabedoria (Sl 103.24). Daí podermos, pela consideração das obras, recolher a sabedoria divina, que está como que espelhada nas criaturas por certa comunicação da sua semelhança.(…)

Essa consideração faz-nos admirar a última virtude de Deus e, consequentemente, produz nos corações dos homens a reverência para com Deus. Com efeito, convém que a capacidade do artista seja tida como superior às coisas que ele faz. (…)

Dessa admiração provém o temor de Deus e a reverência. (…)

Como a fé cristã esclarece o homem principalmente a respeito de Deus e, pela luz da revelação divina, o faz conhecedor das criaturas, realiza-se no homem uma certa semelhança da sabedoria divina,[16]

          Calvino (1509-1564), discorrendo sobre a revelação de Deus na natureza, diz:

Em toda a arquitetura de seu universo, Deus nos imprimiu uma clara evidência de sua eterna sabedoria, munificência e poder; e embora em sua própria natureza nos seja ele invisível, em certa medida se nos faz visível em suas obras. O mundo, portanto, é com razão chamado o espelho da divindade, não porque haja nele suficiente clareza para que os homens alcancem perfeito conhecimento de Deus, só pela contemplação do mundo, mas, porque ele se faz conhecer aos incrédulos de tal maneira que tira deles qualquer chance de justificarem sua ignorância. (…) O mundo foi fundado com esse propósito, a saber: para que servisse de palco à glória divina.[17]

Este mundo é semelhante a um teatro onde Senhor exibe diante de nós um surpreendente espetáculo de sua glória.[18]

Ele entende que “o princípio da religião” que é implantado nos homens é uma das evidências da sua “preeminente e celestial sabedoria”.[19]

Em outro lugar, observando que “no coração de todos jaz gravado o senso da divindade”,[20] argumenta que a tentativa humana de negar a Deus nada mais é do que uma revelação do “senso de divindade que, tão ardentemente, desejariam extinto”.[21] Conclui que é impossível haver verdadeiro ateísmo.

Sem a ação primeira de Deus, não haveria ciência. Graças a Deus porque Ele registrou de forma mui santa e sábia as suas leis (físicas, químicas, termodinâmicas, etc.) “no grande livro do mundo”.[22] É preciso, contudo, que não nos detenhamos apenas aí, para que não fiquemos com a menor parte, pois, o que disse Pascal (1623-1662), apesar do exagero de ênfase, tem o seu lugar: “O Deus dos cristãos não consiste num Deus simplesmente autor de verdades geométricas e da ordem dos elementos; essa é a porção dos pagãos e dos epicuristas”.[23]

Dentro de tudo o que foi colocado, surge de forma natural a pergunta: E o homem, pode entender esta revelação? Pode o homem, como intérprete que é, reconhecer a mensagem unívoca do grande “locutor”,[24] que é Deus?… Creio que a Ciência nos seus avanços e retrocessos – diferentemente da concepção de Comte (1798-1857) a respeito da ciência[25] – com conexões aqui e ali,[26] tem respondido  a estas questões. Passemos, agora, à resposta formal destas indagações.

 

C. A Compatibilidade da revelação com a razão humana

Partindo-se do princípio de que a revelação de Deus tem por objetivo mostrar o seu Autor: Deus é o substantivo da sua revelação. Não teria nenhum valor a revelação objetiva de Deus, se não houvesse, concomitantemente, uma potencialidade de recepção subjetiva para ela. Isso, porque, seria uma revelação que não se descobriria, não se tornaria acessível. Seria o equivalente a um intérprete verter para o inglês as palavras de um orador alemão para um auditório que só entende o português. Perguntaríamos: o intérprete traduziu o que o orador disse? Responderia o interlocutor: sim. Voltaríamos à questão: então ele revelou o conteúdo da mensagem?! A resposta seria óbvia: não. Ele traduziu, mas ninguém o entendeu, pois o seu idioma não é o nosso nem temos condições de aprendê-lo agora.

Conforme já indicamos, Deus se revela sabendo que há a possibilidade de ser entendido. Ele mesmo criou o homem e o dotou dessa capacidade. Entretanto, a não compreensão do homem não inutiliza o valor da revelação de Deus. Ela é o que é independentemente da apreensão humana.

O pecado corrompeu o intelecto, a vontade e a faculdade moral do ser humano. Ele está morto espiritualmente, sendo escravo do pecado (Gn 6.5; 8.21; Jo 8.34,43-44; Rm 3.23; 6.6,23; Ef 2.1; Cl 1.13; 2.13). A depravação total é justamente isto: a contaminação de todas as nossas faculdades pelo pecado. O homem é extensivamente mau. Todo o seu ser está contaminado pelo pecado. Como decorrência disso, o homem tornou-se positivamente mau (Gn 6.5; 8.21; Mt 7.11). Ainda assim, o pecado não destruiu a possibilidade da percepção.

A razão, como uma faceta da criação divina, é o instrumento de que dispomos, pela graça de Deus, para perceber a sabedoria divina no mundo que nos rodeia. É, portanto, o principium cognoscendi internum da ciência.

O conhecimento humano consiste sempre em uma relação lógica entre sujeito e objeto, visto que o sujeito só é sujeito para o objeto e, por sua vez, o objeto só o é para um sujeito, assim, a revelação objetiva reclama alguém e, este alguém (objeto) só o é, enquanto recebe de forma adequada a revelação.

Entendemos que o conhecimento também se dá pela experiência, contudo cremos que o espírito humano traz consigo certas categorias que lhe são inerentes as quais não podem ser apreendidas pela experiência. A experiência pode ser a fonte de quase todo o conhecimento, mas não é necessariamente do conhecimento todo.

Concluindo este tópico, reafirmamos que: Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.27), dotando-o de capacidade para receber e interpretar as impressões da sua revelação que são demonstradas por meio do universo, da sua Criação (Sl 19.1; At 14.17). Toda a Criação de Deus foi realizada de forma sábia e soberana (Sl 115.3; Pv 3.19: Ef 1.11).

 

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

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[1]Veja-se: C.H. Spurgeon, Sermões Sobre a Salvação, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1992, p. 72.

[2]Cf. Abraham Kuyper,  Sabedoria & Prodígios: Graça comum na ciência e na arte,  Brasília, DF.: Monergismo, 2018, p. 75.

[3] H.H. Meeter, La Iglesia y Estado, 3. ed. Grand Rapids, Michigan: TELL., [s.d.], p. 28.

[4]H.H. Meeter, La Iglesia y Estado, 3. ed. Grand Rapids, Michigan: TELL., [s.d.], p. 26. Calvino comentou: “Por esta causa, alguns dos filósofos antigos chamaram, não sem razão, ao homem, microcosmos, que quer dizer mundo em miniatura; porque ele é uma rara e admirável amostra do grande poder, bondade e sabedoria de Deus, e contém em si milagres suficientes para ocupar nosso entendimento se não desdenharmos considerá-los” (J. Calvino, As Institutas, I.5.3). Comentando Gênesis 5.1, Calvino diz que Moisés repetiu o que ele havia dito antes, porque “a excelência e dignidade deste favor não podiam ser suficientemente celebradas. Já era uma grande coisa que se desse ao homem um lugar primordial entre as criaturas; mas é uma nobreza muito mais exaltada que ele portasse semelhança com seu Criador, como um filho com seu pai” (John Calvin, Commentaries on the First Book of Moses Called Genesis, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1996 (Reprinted), v. 1, p. 227. (Veja-se também:  J. Calvino, As Institutas, II.1.1). Veja-se: Stuart Olyott, Jonas – O missionário bem-sucedido que fracassou, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2012,  p. 75.

[5] “Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1.19-20).

[6] Veja-se: J. Calvino, As Institutas, I.5.2 e 4.; J. Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos, 1997, (Rm 1.19-20), p. 64-66; Emil Brunner, Dogmática, São Paulo: Novo Século, 2004, v. 1, p. 160.

[7]João Calvino, Exposição de Hebreus, São Paulo: Paracletos, 1997, (Hb 11.3), p. 299.

[8]Herman Bavinck, The Philosophy of Revelation, New York: Longmans, Green, and Company, 1909, p. 83.

[9] Vern S. Poythress, Redimindo a ciência: uma abordagem teocêntrica, Brasília, DF.: Monergismo, 2019, p. 22. Veja-se também: Eric C. Bust, Ciência e Ética: In: Carl Henry, org. Dicionário de Ética Cristã, São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p. 106-108.

[10] A.W. Pink, Deus é Soberano, São Paulo: Fiel, 1977, p. 84.

[11] “A finalidade de conhecer a Deus através de sua criação é inerente à vocação do homem na terra”. (Hendrik van Riessen, Enfoque Cristiano de la Ciencia, 2. ed. Países Bajos: FELIRE, 1990, p. 64).

[12]Para o conceito de “preservação”, veja-se: entre outros, A.H. Strong, Systematic Theology, Valley Forge, PA.: The Judson Press, 1993, p. 419; Charles Hodge, Systematic Theology, Grand Rapids, Michigan: Wm. Eerdmans Publishing Co. 1986, v. 1, p. 575.

[13]L. Boettner, La Predestinación, Grand Rapids, Michigan: TELL. [s.d.], p. 33. O Deus em Quem cremos é totalmente oposto àquele pintado nos versos de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), em sua Romaria, que termina assim: “Os romeiros pedem com os olhos,/ pedem com a boca, pedem com as mãos./ Jesus já cansado de tanto pedido/ dorme sonhando com outra humanidade” (Carlos D. de Andrade, Antologia Poética, 18. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1983, p. 36).

[14]Veja-se: Confissão de Westminster, Cap. V.

[15] Veja-se uma iluminadora exposição sobre a possibilidade de uma “teologia natural” em: Alister McGrath, A Ciência de Deus: Uma introdução à teologia científica, Viçosa, MG.: Ultimato, 2016, p. 85-103.

[16]Tomás de Aquino, Suma Contra os Gentios, Caxias do Sul, RS.; Porto Alegre: Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes; Universidade de Caxias do Sul; Livraria Sulina Editora, 1990, v. 1,  II.2.1-2,4.

[17] João Calvino, Exposição de Hebreus, (Hb 11.3), p. 300-301.  Vejam-se também: João Calvino, O Livro dos Salmos, v. 1, (Sl 8.1), p. 356; João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, (Jo 5.3), p. 202;  v. 2, (Jo 13.31),  p. 78; João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1996, (1Co 1.21), p. 62.

[18]João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1996, (1Co 1.21), p. 63.

[19]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 8.5), p. 167.

[20]João Calvino, As Institutas, I.3.1.

[21]João Calvino, As Institutas, I.3.3.

[22] Expressão de Descartes (1596-1650), (Veja-se: R. Descartes, Discurso do Método, São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores, v. 16), I, p. 41).

[23] B. Pascal, Pensamentos, São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores, v. 16), VIII. 556, p. 178.

[24] P. Ricouer, Interpretação e Ideologias, 2. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983, p. 19.

[25]Augusto Comte (1798-1857), considerado o Pai da Sociologia e do Positivismo, acreditava ter descoberto uma lei fundamental que regia a inteligência humana bem como toda a história. Ele assim descreve:

“Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência humana em suas diversas esferas de atividade, desde seu primeiro voo mais simples até nossos dias, creio ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita por uma necessidade invariável, e que me parece poder ser solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa organização, quer na base de verificações históricas resultantes dum exame atento do passado” (Augusto Comte, Curso de Filosofia Positivista, São Paulo: Abril Cultura, (Os Pensadores, v. 33), 1973, I.11. p. 9-10).

Em seguida, Comte expõe a lei descoberta:

“Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo” (Augusto Comte, Curso de Filosofia Positivista, I.11. p. 10).

[26] Cf. H. Bavinck, The Philosophy of Revelation, New York: Longmans, Green, and Company, 1909, p. 84.

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