Tentando pensar e viver como um Reformado: Reflexões de um estrangeiro residente – Parte 12

B. A Criação do Homem foi conforme o Sábio Conselho da Trindade (Continuação)

 

a) Tales de Mileto (c. 640-547 a.C.): Por meio do estudo doxográfico, sabemos que Tales, considerando a necessidade da água para a sobrevivência de tudo, afirmava ser a água a origem de todas as coisas (por rarefação e condensação), e a Terra flutuava como um navio sobre as águas[1]. Os terremotos são explicados pelo movimento das águas (, 1). Deus criou todas as coisas da água (Dox., 9). Plutarco atribuiu esta concepção aos egípcios.[2] No que talvez ele tenha razão.

b) Anaximandro (c. 610-547 a.C.): Foi o primeiro a usar a palavra “princípio” (a)rxh/). (, 1). O princípio (a)rxh/) de todas as coisas é o “Ápeiron” (a)/peiron = “sem fim”, “ilimitado”, “indeterminado”, “indefinido”). (Dox., 1,2,6).

c) Anaxímenes (c. 585-528/525 a.C.): O Ar é o princípio de todas as coisas (, 1-2); inclusive dos deuses e das coisas divinas; sendo o ar um deus (Dox., 3). O homem é ar, bem como a sua alma; esta nos sustenta e governa (Frag., 1; Dox., 5-6).

d) Heráclito de Éfeso (c. 540-480 a.C.): Todas as coisas provêm do fogo – que é eterno – e para lá retornarão (, 30,31,90, Dox., 2).

Diferentemente, a admiração de Davi o conduziu a glorificar a Deus e, em um ato subsequente, a indagar sobre o homem nesta vastidão da Criação. A sua pergunta assume também, uma conotação metafísica,[3] e não pode ser respondida apenas a partir de uma referência material. “O homem é um enigma cuja solução só pode ser encontrada em Deus”, conclui Bavinck.[4]

Deus revelou de forma magnífica o homem ao homem.[5] Se a antropologia pode ser definida como a “autocompreensão do homem”, conforme o faz Brunner (1889-1966),[6] devemos entender que esta “autocompreensão” é, como vimos, um dom da graça que começa pelo conhecimento do Deus que se revela e nos capacita a conhecê-lo.[7] Sem a consideração da Queda e de suas implicações, como as Escrituras nos apresentam, não há como obtermos um conhecimento adequado do homem.[8]

O salmista reverentemente se admira do fato de Deus se lembrar de nós (Sl 8.4).[9] Tendo o sentido de “prestar atenção”, sustentar, cuidar, manifestar a sua graça ou juízo.[10] Admira-se também de Deus nos visitar. A palavra pode ter o sentido de passar em revista, observar (Êx 3.16),[11] supervisionar, vir ao encontro.[12] O significado no texto é de uma visita providente, abençoadora e salvadora (Gn 21.1; 50.24-25/Êx 13.19; Êx 4.31; Sl 17.3; 65.9; 80.15; 106.4).[13]

Jó também, de forma poética, mas, com sentimentos confusos, indaga: 17Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado (ble) (leb), 18 e cada manhã o visites (dq;P’) (paqad), e cada momento o ponhas à prova?” (Jó 7.17-18).

Deus considera tanto o homem que tem o seu coração nele, cuidando, protegendo e guardando. Ainda que na intensidade da angústia de Jó isso o incomode circunstancialmente − visto que o cuidado, dentro desta perspectiva soa como uma “inspeção” − o fato é que Deus cuida atentamente de seu povo (Sl 144.3,4,15).

Retornando ao Salmo 8, inclino-me a pensar em duas direções:

a) Que entre os versos 4 e 5, ainda que o salmista não diga isso explicitamente, está em questão o problema do pecado.[14] O lembrar de e visitar de Deus (verso 4) não é algo tão admirável considerando a posição do homem descrita no verso 5. Contudo ela é espantosa se levarmos em conta o pecado humano e a consequente alienação de Deus.

          “Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus (H;Ala/) e de glória e de honra o coroaste” (Sl 8.5).

Mais do que a imensidão do universo, o que realmente conta é o valor e a dignidade atribuída ao homem: Deus o criou à sua imagem.[15] Ele tem características espirituais, intelectuais e morais semelhantes às de Deus, apenas em grau adequado à criatura finita. No pequenino homem em relação à imensidão do universo, temos mais de Deus no que em toda a Criação. Somente o homem foi criado à imagem de seu Criador.[16] No entanto, isto se torna mais difícil de perceber devido ao pecado que ainda que não tenha aniquilado esta imagem, deformou-a gravemente.

O nome aplicado a Deus (H;Ala/) pode referir-se, conforme muitos documentos antigos[17] e interpretação de Hebreus, aos seres angelicais (Hb 2.6-8).[18] “Por um pouco” (j[;m.) (me`at)(5) pode significar “por pouco tempo”,[19] ainda que não necessariamente.[20]

A ideia básica então, conforme interpreto, é que o homem foi criado, em certos aspectos pouco abaixo dos anjos. O pecado, no entanto, trouxe a inversão sugerida no verso 4. Contudo em Jesus Cristo temos a verdadeira restauração de nossa humanidade e, segundo creio, aperfeiçoada na eternidade, em nosso estado definitivo de glória quando não haverá mais a possibilidade da queda.[21]

“O idealismo do salmo se torna realidade em Jesus”, interpreta Schökel.[22] Na ressurreição, teremos novamente a imortalidade (Mt 22.30);[23] participaremos efetivamente do juízo final (Mt 12.41-42; 19.28; 1Co 6.2-3; Ap 20.4).[24] Estaremos para sempre com o Senhor, os anjos terão cumprido o seu papel (Hb 1.14).[25] Todas as coisas recriadas estarão plenamente sujeitas ao Senhor (1Co 15.26-28).[26]

b) O segundo caminho interpretativo é que, no verso 4, temos um diálogo simulado. Como se se perguntasse a Deus por intermédio do salmista, digamos, liturgicamente:[27] considerando a imensidão da glória de Deus revelada no universo, “que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?” (v. 4). Ele então responde se dirigindo a Deus professando a sua fé, mostrando que no homem vemos de forma ainda mais eloquente do que em toda a Criação a manifestação da Glória de Deus (Sl 8.5-8), sendo o verso 9 uma síntese exultante da revelação de Deus em toda a Criação.

As duas interpretações não altera em nada a nossa compreensão teológica das Escrituras, apenas realçam aspectos do texto que podem sugerir caminhos diferentes, contudo ambos fazem parte do ensino sistemático delas.

A Bíblia atesta que Deus faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade (Ef 1.11), conforme o seu santo prazer e deliberação (Sl 115.3;135.6). Todos os seus atos, livres como são, constituem-se em manifestações do seu soberano poder e da sua infinita sabedoria (Pv 3.19; Rm 11.33).

Jeremias escreve: “O Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua sabedoria, e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12). No livro de Jó lemos: “Eis que Deus se mostra grande em Seu poder!” (Jó 36.22). A Criação é resultado da vontade e do poder criador de Deus, revelando aspectos da grandeza de Deus. (Gn 1.1,26,27; Sl. 148.5; Is 44.24; Jr 32.17; Rm 1.20; 4.17; 2Co 4.6; Hb 11.3; Ap 4.11).

No relato da criação do homem, encontramos o registro inspirado: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…” (Gn 1.26). Deus se aconselha consigo mesmo e delibera de forma verbal. Aqui podemos ver a singularidade da criação do homem, em nenhum outro relato encontramos esta forma relacional.[28]

Conforme acentua Bavinck,

Ao chamar à existência as outras criaturas, nós lemos simplesmente que Deus falou e essa fala de Deus trouxe-as à existência. Mas, quando Deus está prestes a criar o homem, ele primeiro conferencia consigo mesmo e decide fazer o homem à sua imagem e semelhança. Isso indica que especialmente a criação do homem repousa sobre a deliberação, sobre a sabedoria, bondade e onipotência de Deus. (…) O conselho e a decisão dele são mais claramente manifestos na criação do homem do que na criação de todas as outras criaturas.[29]

Diante dessa afirmação temos o decreto Trinitário que antecede o tempo e, que agora, se executa historicamente conforme o eternamente planejado.

O “Façamos” de Deus, conforme usado em Gênesis 1.26, (he&A(an) (na’aseh), qal, imperfeito, indica que o homem foi criado ou será criado[30] após deliberação ou consulta, como explica Calvino: “Até aqui Deus foi introduzido simplesmente a ordenar; agora, quando se aproxima da mais excelente de suas obras, ele passa à consulta.[31]

Calvino diz que Deus poderia ter criado o homem ordenando pela sua simples palavra, o que desejasse que fosse feito, “porém prefere comunicar este atributo à excelência do homem: que ele, de certa maneira, faz uma consulta concernente à criação”.[32]

 A que ou quem Deus consulta?, perguntaríamos. Deus consulta a si mesmo. Continua:

Mas desde que o Senhor não necessita de conselheiro, não há dúvida de que ele consultou a si mesmo. (…) Deus não convoca conselheiro alheio. Daí nós inferimos que ele acha em si mesmo alguma coisa distinta, como, na verdade, sua eterna sabedoria e poder residem nele.[33]

          O fato de Deus ter criado o homem após deliberação, tem dois objetivos na concepção de Calvino: 1) nos ensinar que o próprio Deus se encarregou de fazer algo grande e maravilhoso; 2) dirigir a nossa atenção para a dignidade de nossa natureza.[34] Assim, ele conclui:

Na verdade, há muitas coisas nesta natureza corrompida que poderiam induzir ao desdém, mas, se o leitor pesar corretamente todas as circunstâncias, o homem é, entre outras criaturas, um certo espécime preeminente da sabedoria, justiça e bondade divinas, de modo que ele é merecidamente chamado pelos antigos mikri/kosmoj, “um mundo em miniatura”.[35]

Comentando Gênesis 5.1, Calvino diz que Moisés repetiu o que ele havia dito antes porque:

A excelência e dignidade deste favor não podiam ser suficientemente celebradas. Já era uma grande coisa que se desse ao homem um lugar primordial entre as criaturas, mas é uma nobreza muito mais exaltada que ele portasse semelhança com seu Criador, como um filho com seu pai. Deveras, não era possível que Deus agisse mais liberalmente para com o homem senão lhe imprimindo sua própria glória, assim fazendo-o, por assim dizer, uma imagem viva da sabedoria e justiça divinas.[36]

Em Adão, temos uma demonstração eloquente da justiça divina: “Adão foi inicialmente criado à imagem de Deus, para que pudesse refletir, como por um espelho, a justiça divina”.[37]

Façamos”. “É a Trindade quem delibera, sem qualquer intervenção ou consulta feita aos anjos”;[38] é a execução autodeliberada de Deus em criar o homem. Deste modo, na criação em geral e do homem em especial, encontramos a concretização precisa do decreto eterno de Deus.

O homem é o produto da vontade de Deus. “Tudo quanto aprouve ao Senhor ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos” (Sl 135.6). Assim, o homem não foi criado por um insensível acaso, por uma catástrofe cósmica ou por uma complicada mistura de gases e matérias.

O homem foi formado por Deus de acordo com a sua sábia e soberana vontade (Gn 2.7; Rm 11.33-36).[39] “Louvem o nome do Senhor, pois mandou ele, e foram criados” (Sl 148.5).[40] O Poder de Deus “é a primeira coisa evidente na história da criação (Gn 1.1)”.[41] E a criação do nada nos fala de seu infinito e incompreensível poder.[42]

Davi contemplando a majestosa criação de Deus, escreveu: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as suas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.14).

Embora a Bíblia não declare o método usado por Deus, a ideia de uma evolução teísta está fora de questão. O texto de Gn 1.26,27 implica na criação do homem não a partir de seres criados, nem como resultado de uma suposta evolução de seres inferiores. O verbo )frfB, usado em Gn 1.26,27, no qal é sempre teológico, apresentando Deus como o sujeito da ação, que do nada, pelo seu poder, faz vir à existência algo novo, que antes não existia (Cf. Gn 1.1; 2.4; Sl 51.10;102.18; 148.5; Is 41.20; 48.6-7; 65.17, Am 4.13, etc.),[43] contrapondo-se também, aos deuses pagãos (Ez 28.13, 15).[44]

O homem, enquanto criação secundária (em termos de ordem, não de importância), foi formado com maestria e habilidade[45] de matéria previamente criada por Deus (Gn 3.19), entretanto, ele recebeu diretamente dele o fôlego da vida (Gn 2.7), passou, ao mesmo tempo, a ter uma origem terrena e celestial. “Isso nos assegura que, por criação imediata, o homem recebeu a estampa da imagem divina que, na criação, cada uma das Pessoas divinas realizou uma obra distinta. E, por fim, que a criação do homem com referência ao seu destino mais elevado foi efetuada pela entrada do sopro de Deus”.[46]

Agostinho (354-430), no final do 4º século (c. 395-398), extasiado com a criação de Deus, escreveu de modo poético:

De que modo, porém, criastes o céu e a terra, e qual foi a máquina de que Vos servistes para esta obra tão imensa, se não procedestes como o artífice que forma um corpo doutro corpo, impondo-lhe, segundo a concepção da sua mente vigorosa, a imagem que vê em si mesma, com os olhos do espírito? Donde lhe viria este poder, se Vós lhe não tivésseis criado a imaginação?

O artífice impõe a forma à matéria – a qual já existia e já a continha – isto é, à terra, ou à pedra, ou à madeira ou ao ouro ou a qualquer coisa material. Mas donde proviriam estes seres, se os não tivésseis criado? (…). Mas de que modo as fazeis? Como fizestes, meu Deus, o céu e a terra? Sem dúvida, não fizestes o céu e a terra no céu ou na terra, nem no ar ou nas águas, porque também estes pertencem ao céu e à terra. Nem criastes o Universo no Universo, porque, antes de o criardes, não havia espaço, onde pudesse existir. Nem tínheis à mão matéria alguma com que modelásseis o céu e a terra. Nesse caso, donde viria essa matéria que Vós não criáreis e com a qual pudésseis fabricar alguma coisa? Que criatura existe que não exija a vossa existência?

Portanto, é necessário concluir que falastes, e os seres foram criados (Sl 33.6,9). Vós os criastes pela vossa palavra!

Mas como é que falastes? (…). Efetivamente, qualquer que seja a substância com que produzistes essa voz, de modo algum poderia existir, se a não tivésseis criado. Mas que palavra pronunciastes para dar ser à matéria com que havíeis de formar aquelas palavras?[47]

Charnock (1628-1680),[48] observa que o fato da criação de Deus ter em si a capacidade de se propagar conforme a ordem divina: “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves” (Gn 1.22) – revela o Poder do Criador. Deus por sua Palavra cria o mundo e, segundo o exercício deste mesmo poder, capacita as suas criaturas a se propagarem, tornando “o ser humano como cocriador criado”.[49]

Como indicativo da posição elevada em que o homem foi colocado, o Criador compartilha com ele – abençoando e capacitando-o[50] – do poder de nomear os animais – envolvendo, neste processo, inteligência e não arbitrariedade[51] – e também de dar nome à sua mulher (Gn 2.19,20,23; 3.20).

Esse domínio de Deus é voluntariamente partilhado com o homem. Foi assim desde o início, conforme descreve o livro de Gênesis. Deus delega a Adão e a Eva poderes para cultivar (db;[‘) (‘abad) (lavrar, servir, trabalhar o solo) e guardar (rm;v’) (shãmar) (proteger, vigiar, manter as coisas)[52] o jardim do Éden (Gn 2.15/Gn 2.5; 3.23), validando a sua relação de domínio, não de exploração e destruição, antes, um cuidado consciente, responsável e preservador da natureza:[53]

6Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: 7 ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; 8 as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. (Sl 8.6-8).

Aqui o primeiro casal, atendendo ao mandato cultural (civilizatório), em uma atividade familiar exclusivamente humana, pode desenvolver e aprimorar a sua capacidade e potencialidades, refletindo a sua condição de imagem e semelhança de Deus. “Cabe-lhe desenvolver não somente a agricultura, a horticultura e a criação de animais, mas também, a ciência, a tecnologia e a arte”, pontua Hoekema (1913-1988).[54]

Na sequência, continua Hoekema (1913-1988):

Mas o homem ‒ isto é nós mesmos ‒ deve dominar a natureza de tal modo que seja também seu servo. Devemos preservar os recursos naturais e fazer o melhor uso possível deles. Devemos evitar a erosão do solo, a destruição temerária das florestas, o uso irresponsável da energia, a poluição dos rios e dos lagos e a poluição do ar que respiramos. Devemos ser mordomos da terra e de tudo o que há nela e promover tudo o que venha a preservar a sua utilidade e beleza para a glória de Deus.[55]

Todavia, todas essas atividades envolvem o trabalho compartilhado por Deus com o ser humano. O nomear, procriar, dominar, guardar e cultivar refletem a graça providente e capacitante de Deus.[56]  É neste particular – domínio – que o homem foi bastante aproximado de Deus pelo poder que lhe foi outorgado.

No processo de nomeação, vemos o exercício da inteligência e não arbitrariedade do homem, conforme o Senhor lhe concedera.[57]  E, é digno de menção que neste pioneiro trabalho científico, havia, sem dúvida, limitações humanas, mas, não o pecado.

O homem percebia a essência da coisa, criando, assim, a linguagem. Ele tinha clareza, discernimento e unidade de pensamento incomparáveis. Sem dúvida, perdemos muito disso com a queda.[58]

O salmista escreve: “Os céus são os céus do SENHOR, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” (Sl 115.16).

Ao homem foi conferido o poder de ir além da matéria, podendo raciocinar, estabelecer conexão e visualizar o invisível. “O pensamento e o conhecimento do homem, apesar de serem extraídos de seu cérebro, são todavia em sua essência uma atividade inteiramente espiritual, pois transcendem aquilo que ele pode ver e tocar”, interpreta Bavinck.[59]

É capacitado a verbalizar os seus pensamentos e emoções, podendo, assim, dialogar com o seu próximo (Gn 3.6) e com Deus (Gn 3.9-13), sendo entendido por Ele e entendendo a sua vontade, havendo uma compatibilidade entre a criação e a nossa estrutura de pensamento. Deus, obviamente, se comunicava de forma acomodatícia à estrutura intelectual que Ele mesmo nos deu. Portanto, desde o início estava constituída uma comunidade, já que: “Comunicar é uma maneira de compreensão mútua”.[60]

Nesse sentido, ainda que o nosso domínio seja validado, especialmente pelo avanço da ciência, novos desafios surgem. A plenitude desse domínio é encontrado em Cristo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Algo admirável no salmo 8 é que o salmista em seu hino começa referindo-se a Deus, glorificando o nome de Jeová (hwhy), e conclui tornando a Ele, testemunhando com júbilo a magnificência de seu nome em toda a terra: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. (…) 9 Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! (Sl 8.1,9).

A Criação revela de forma majestosa o nome de Deus. No homem, de modo especial, tal majestade é vista de forma ainda mais eloquente.[61]

 

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

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[1]Doxografia, 1-4. A concepção da água como elemento primordial já estava presente nos escritos de Homero. (Vejam-se Homero, Ilíada, XIV. 200, 244 e 301; Platão, Crátilo, 402 b; Platão, Timeu, 40 D-E). “Certamente, a ideia da água como princípio primordial deriva de uma vasta tradição mitológica, comum a todas as teogonias ou cosmogonias do Oriente antigo, sumérico, caldeu, egípcio, hebreu, fenício, egeu: todos representando o mito de um Caos aquoso primordial de que seria gerado o cosmos” (R. Mondolfo, O Pensamento Antigo, 3. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1971, v. 1, p. 40. Veja-se: G.S. Kirk; J.E. Revan, Os Filósofos Pré-Socráticos, 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, p. 4-12; 86-89).

[2]Plutarco, Os mistérios de Ísis e Osíris, São Paulo: Nova Acrópole do Brasil, 1981, 34, 364 D.

[3]“Homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, é, em suma, uma síntese” (S.A. Kierkegaard, O Desespero Humano, Doença Até à Morte, São Paulo: Abril Cultural (Os Pensadores, v. 31), 1974, p. 337).

[4]Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 24.

[5] Veja-se: Herman Dooyeweerd, No Crepúsculo do Pensamento, São Paulo: Hagnos, 2010, p. 259.

[6]Emil Brunner, Dogmática: A Doutrina Cristã da Criação e da Redenção, v. 2, São Paulo: Fonte Editorial, 2006, p. 107.

[7] Calvino desenvolve com clareza e profundidade a relação causal entre conhecer a Deus e o nosso conhecimento (João Calvino, As Institutas, I.1.1ss). Temos um sumário da posição de Calvino em: W. Gary. Crampton, A epistemologia de Calvino: In: Felipe Sabino, ed., Calvino: Mestre da Igreja, Brasília, DF.: Monergismo, 2009, p. 153-159.

[8] “O homem perdeu o verdadeiro autoconhecimento desde que perdeu o verdadeiro conhecimento de Deus” (Herman Dooyeweerd, No Crepúsculo do Pensamento, São Paulo: Hagnos, 2010, p. 265). Veja-se: R. Albert Mohler Jr., O modo como o mundo pensa: Um encontro com a mente natural no espelho e no mercado. In: John Piper; David Mathis, orgs. Pensar – Amar – Fazer, São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p. 51.

[9] “Que é o homem, que dele te lembres (rk;z”) (zakar)? E o filho do homem, que o visites (dq;P’) (paqad)?” (Sl 8.4).

[10]Vejam-se entre outros: Andrew Bowling; Thomas E. Mccmiskey, Zakar: In: R. Laird Harris, et. al. eds. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 389-393; Leslie C. Allen, Zkr: In: Willem A. VanGemeren, org. Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 1073-1079; H. Eising, Zakhar: In: Helmer Ringgren, Elohim: In: G. Johannes Botterweck; Helmer Ringgren, eds., Theological Dictionary of the Old Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1980 (Revised edition), v. 4, p. 64-82; A.G. Hebert, Memory, In: Alan Richardson, ed. A Theological Word Book of the Bible, 13. ed. London: SCM Press LTD., 1975, p. 142-143; Colin Brown; K.H. Bartels, Lembrar-se: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 3, p. 54-62 (especialmente). (Estas obras em geral indicam ampla bibliografia especializada).

[11] “Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me apareceu, dizendo: Em verdade vos tenho visitado (dq;P’) (paqad) e visto o que vos tem sido feito no Egito” (Êx 3.16).

[12] Vejam-se entre outros: Victor P. Hamilton, Paqad: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 1228-1230; W. Schottroff, Pqd: In: E. Jenni; C. Westermann, eds., Diccionario Teologico Critico Manual del Antiguo Testamento, Madrid: Ediciones Cristiandad, 1978, Tomo II, p. 589-613; Tyler F. Williams, Pqd: In: Willem A. VanGemeren, org., Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 3, p. 655-661; G. André, Paqad: In: G. Johannes Botterweck; Helmer Ringgren; Heinz-Josef Fabry, eds. Theological Dictionary of the Old Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 2003, v. 12, p. 50-63. (Do mesmo modo estas obras indicam ampla bibliografia especializada).

[13]Visitou (dq;P’) (paqad) o Senhor a Sara, como lhe dissera, e o Senhor cumpriu o que lhe havia prometido” (Gn 21.1). Disse José a seus irmãos: Eu morro; porém Deus certamente vos visitará (dq;P’) (paqad) e vos fará subir desta terra para a terra que jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó. 25José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará (dq;P’) (paqad), e fareis transportar os meus ossos daqui(Gn 50.24-25). “Também levou Moisés consigo os ossos de José, pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente, dizendo: Certamente, Deus vos visitará (dq;P’) (paqad); daqui, pois, levai convosco os meus ossos” (Êx 13.19). “E o povo creu; e, tendo ouvido que o Senhor havia visitado (dq;P’) (paqad) os filhos de Israel e lhes vira a aflição, inclinaram-se e o adoraram” (Êx 4.31). “Tu visitas (dq;P’) (paqad) a terra e a regas; tu a enriqueces copiosamente; os ribeiros de Deus são abundantes de água; preparas o cereal, porque para isso a dispões” (Sl 65.9). “Lembra-te de mim, Senhor, segundo a tua bondade para com o teu povo; visita-me (dq;P’) (paqad) com a tua salvação” (Sl 106.4).

[14]Bosma, entre outros, enfatiza que o assunto pecado não aparece no salmo 8. Não consigo acompanhar o seu raciocínio exegético, inclusive no que diz respeito ao seu ponto missiológico a partir do Salmo 8. (Veja-se: Carl J. Bosma, Os Salmos: Porta de Entrada para as Nações. Aspectos da base teológica e prática missionária no Livro dos Salmos, São Paulo: Fôlego, 2009, p. 76-86). Acredito que tomar, por exemplo, os salmos de 3 a 7 como lamentos, é uma simplificação exagerada (Vejam-se: Sl 3.5; 4.7-8; 5.11-12; 7.17).

[15] Leupold intitula o Salmo 8 de “A glória de Deus revelada na dignidade do homem” (H.C. Leupold, Exposition of The Psalms, 6. impressão, Grand Rapids, MI.: Baker, 1979, p. 100).

[16]Calvino comentou: “Por esta causa, alguns dos filósofos antigos chamaram, não sem razão, ao homem, microcosmos, que quer dizer mundo em miniatura; porque ele é uma rara e admirável amostra do grande poder, bondade e sabedoria de Deus, e contém em si milagres suficientes para ocupar nosso entendimento se não desdenharmos considerá-los” (J. Calvino, As Institutas, I.5.3). É muito sugestivo e desafiador o livro de Schaeffer. Vejam-se, especialmente dentro do que estamos comentando: Francis A. Schaeffer, Poluição e Morte do Homem, São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 35-44.

[17] Veja-se a discussão a respeito em Peter C. Craigie, Psalms 1-50, 2. ed. Waco: Thomas Nelson, Inc. (Word Biblical Commentary, v. 19), 2004, (Sl 8), p. 108.

[18] Vejam-se: Robert G. Girdlestone, Synonyms of the Old Testament, Grand Rapids, Michigan: Erdmans, 1981 (Reprinted), especialmente, p. 25-26; Helmer Ringgren, Elohim: In: G. Johannes Botterweck; Helmer Ringgren, eds., Theological Dictionary of the Old Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1997 (Revised edition), v. 1, p. 281-282 (especialmente). Para uma visão contrária, entendendo que a tradução Deus é a mais natural: Peter C. Craigie, Psalms 1-50, 2. ed. Waco: Thomas Nelson, Inc. (Word Biblical Commentary, v. 19), 2004, (Sl 8), p. 108; H.C. Leupold, The Exposition of The Psalms, 6. ed. Grand Rapids, MI.: Baker Book House, 1979, (Sl 8), p. 107; James M. Boice, Psalms: an expositional commentary, Grand Rapids, MI.: Baker Book House, 1994, v. 1, (Sl 8), p. 71; Allan M. Harman, Comentários do Antigo Testamento ‒ Salmos, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 92; C.F. Keil; F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament, Grand Rapids, MI: Eerdmans, (1871), v. 5, (I/III), (Sl 8.4-6), p. 153-155; Anthony A. Hoekema, Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 30-32.

[19]Cf. Derek Kidner, Salmos 1-72: introdução e comentário, (Sl 8.5-6), p. 84. Do mesmo modo: Simon Kistemaker, Hebreus, São Paulo: Cultura Cristã, 2003, (Hb 2.7-8), p. 94-95; Henry M. Morris, Amostra de Salmos, Miami: Editora Vida, 1986, p. 22-23 e Betty Bacon, Estudos na Bíblia Hebraica, São Paulo: Vida Nova, 1991, p. 105. Veja-se: W.S. Plumer, Psalms, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, © 1867, 1975 (Reprinted), (Sl 8), p. 126-127.

[20]Veja-se, entre outros: Victor P. Hamilton, Ma’at: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 862-863.

[21]Veja-se: Geerhardus Vos, Teologia Bíblica, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 36-37.

[22]Luís Alonso Schökel; Cecília Carniti, Salmos I: salmos 1-72, São Paulo: Paulus, 1996, p. 205.

[23] “Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu” (Mt 22.30).

[24] O tipo de participação que teremos nesse juízo é difícil de determinar (Vejam-se: George E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, Rio de Janeiro: JUERP., 1985, p. 522; Herman N. Ridderbos, El Pensamiento Del Apostol Pablo, Buenos Aires: La Aurora, 1987, v. 2, p. 310; L. Berkhof, Teologia Sistemática, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1990, p. 737-738; A.A. Hoekema, A Bíblia e o Futuro, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989, p. 342-343; R.L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1985, p. 846-847). “De alguma forma, sua participação será no sentido de glorificar a Cristo por causa de seus justos juízos” (William Hendriksen, A Vida Futura: Segundo a Bíblia, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1988, p. 209). Seja qual for a nossa atividade, o fato bíblico que devemos ressaltar, é que o Soberano Juiz compartilhará conosco de alguma forma, esta responsabilidade. Este compartilhar de Deus será feito com os Seus filhos. Por sermos filhos, e não simplesmente anjos, é que Deus nos incumbirá deste privilégio e responsabilidade (Cf. David M. Lloyd-Jones, O Supremo Propósito de Deus, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996, p. 112).

[25] “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14).

[26]26 O último inimigo a ser destruído é a morte. 27 Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. 28 Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1Co 15.26-28).

[27] “Qualquer ensino no Saltério tem de ser considerado em relação ao fato de que os Salmos são cânticos de adoração. A apresentação do ensino sobre Deus e seus caminhos é feita no contexto de adoração a Ele” (Allan M. Harman, Comentários do Antigo Testamento ‒ Salmos, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 35).

[28] Veja-se: Anthony A. Hoekema, Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 24.

[29] Herman Bavinck, Our Reasonable Faith, p. 184.

[30] “Esta forma pode ser traduzida como um futuro simples (nós faremos). Se entendido assim, o texto está registrando um anúncio de Deus” (Gerard van Groningen, Criação e Consumação, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, v. 1, p. 75). “Embora o tempo aqui usado seja o futuro, todos devem reconhecer que esta é a linguagem de alguém que aparentemente delibera” (John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, Grand Rapids, Michigan: Baker, 1996 (Reprinted), v. 1, (Gn 1.26), p. 91).

[31]John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, Grand Rapids, Michigan: Baker, 1996 (Reprinted), v. 1, (Gn 1.26), p. 91.

[32]John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, v. 1, (Gn 1.26), p. 91.

[33]John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, v. 1, (Gn 1.26), p. 92.

[34]Cf. John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, v. 1, (Gn 1.26), p. 92; João Calvino, As Institutas, I.15.3.

[35]John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, v. 1, (Gn 1.26), p. 92.

[36]John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, v. 1, (Gn 5.1), p. 227-228. Veja-se: João Calvino, As Institutas, II.1.1.

[37] João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 4.24), p. 142.

[38]Ernest F. Kevan, Gênesis: In: F. Davidson, ed. O Novo Comentário da Bíblia, 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1976, p. 84.

[39] “A origem da humanidade não é, de acordo com o nosso texto [Gn 1.26], o resultado de acontecimentos fortuitos que ocorreram por meio de eras prolongadas de tempo” (Gerard van Groningen, Criação e Consumação, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, v. 1, p. 76).

[40]Como indicativo histórico do conceito judeu referente à criação do mundo como sendo proveniente do nada, citamos o livro apócrifo de Macabeus, que diz: “Suplico-te, meu filho, que olhes para o céu e para a terra e para todas as coisas que há neles, e que penses bem que Deus as criou do nada, assim como a todos os homens” (2Mac 7.28).

[41]Stephen Charnock, Discourses Upon The Existence and Attributes of God, 9. ed. Michigan: Baker Book House, 1989, v. 2, p. 36.

[42]Cf. Stephen Charnock, Discourses Upon The Existence and Attributes of God, v. 2, p. 38.

[43]Cf. William Gesenius, Hebrew-Chaldee Lexicon to the Old Testament, 3. ed. Michigan: WM. Eerdmans Publishing Co. 1978, p. 138-139; Thomas E. McComiskey, )frfB: In: R. Laird Harris, ed. Theological Wordbook of the Old Testament, 2. ed. Chicago: Moody Press, 1981, v. 1, p. 127b; H.H. Esser, Criação: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 1, p. 536; C.F. Keil; F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, [s.d.], v. 1, (Gn 1.1), p. 47; G.L. Archer Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1974, p. 208; William G.T. Shedd, Dogmatic Theology, 2. ed. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1980, v. 1, p. 465-466; A.H. Strong, Systematic Theology, p. 374-376; Walter C. Kaiser Jr. Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1980, p. 76; Millard J. Erickson, Christian Theology, 13. ed. Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1996, p. 369. Outras características do verbo e seu emprego no AT., podem ser encontradas em W.H. Schmidt, )frfB: In: Ernst Jenni; Claus Westermann, Diccionario Teologico Manual del Antiguo Testamento, Madrid: Ediciones Cristiandad, 1978, v. 1, p. 489-490; Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 2, p. 425; François Turretini, Compêndio de Teologia Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 548; Bruce K. Waltke; Cathi J. Fredericks, Gênesis, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, (Gn 1.1), p. 67-68. Quanto ao costumeiro exagerado peso dado ao verbo, veja-se: Raymond C. Van Leeuwen, Br’: In: Willem A. VanGemeren, org. Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 705-711 (especialmente, p. 707ss.).

[44] W.H. Schmidt, )rb: In: Ernst Jenni; Claus Westermann, Diccionario Teologico Manual del Antiguo Testamento, v. 1, p. 489; Veja-se também: In: W. Foerster, kti/zw: In: G. Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, v. 3, p. 1005-1028.

[45] Veja-se: Derek Kidner, Gênesis: introdução e Comentário, São Paulo: Vida Nova; Mundo Cristão, 1979, (Gn 2.7), p. 57.

[46] Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 73.

[47]Agostinho, Confissões, São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, v. 6), 1973, XI.5-6. p. 238-239.

[48]S. Charnock, Discourses Upon The Existence and Attributes of God, 9. ed. Michigan: Baker Book House, 1989, v. 2, p. 47ss.

[49]Devo esta expressão ao teólogo luterano Philip J. Hefner. No entanto, deve ser observado que o autor emprega a expressão numa acepção distinta da minha. (Veja-se: Philip J. Hefner, A Criação: In: Carl E. Braaten; Robert W. Jenson, editores, Dogmática Cristã, São Leopoldo, RS.: Sinodal, 1990, v. 1, p. 327).

[50]Ver: Gerard van Groningen, revelação Messiânica no Velho Testamento, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1995, p. 97.

[51] É muito interessante a abordagem deste exercício de Adão analisado pelo campo da semiótica. Veja-se: Umberto Eco, A Busca da Língua Perfeita na Cultura Européia, 2. ed. Bauru, SP.: EDUSC, 2002, p. 25ss.

[52] Vejam-se: Gn 3.24; 30.31; 2Sm 15.16; Sl 12.7; Is 21.11-12.

[53]Vejam-se: Francis A. Schaeffer, Poluição e a Morte do Homem, São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 48-50; Gerard van Groningen, Criação e Consumação, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, v. 1, p. 90.

[54]Anthony A. Hoekema, Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 95.

[55] Anthony A. Hoekema, Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 96.

[56] Ver: Gerard Van Groningen, Revelação Messiânica no Velho Testamento, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1995, p. 97.

[57] É muito interessante a abordagem deste exercício de Adão analisado pelo campo da semiótica. Veja-se: Umberto Eco, A Busca da Língua Perfeita na Cultura Europeia, 2. ed. Bauru, SP.: EDUSC, 2002, p. 25ss.

[58] Cf.  Abraham Kuyper,  Sabedoria & Prodígios: Graça comum na ciência e na arte,  Brasília, DF.: Monergismo, 2018, p. 47-62.

[59]Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 18.

[60] Rollo May, Poder e Inocência, Rio de Janeiro: Artenova, 1974, p. 57-58.

[61]Veja-se, conforme já indicado: Stuart Olyott, Jonas – O missionário bem-sucedido que fracassou, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2012,  p. 75.

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