O Seminário e a formação de Pastores – Parte 8

6. Um pouco de História

Introdução

A história é cheia de mistérios. Analisar o passado e prever o futuro, são atividades repletas de risco, principalmente a segunda. O passado não pode ser idealizado, mas, compreendido. O futuro, humanamente falando, tem a ver, ainda que não exclusivamente, com as nossas construções presentes.[1] Parece que enquanto avançamos no tempo, ampliamos a nossa visão do passado que, se nos torna mais humana, vulnerável e, por vezes, perspicaz.

Por isso, é de grande pertinência, além de fidelidade às nossas fontes, cultivarmos uma humildade epistemológica que não deve ser confundida com agnosticismo. Afinal, o nosso conhecimento é mediato – repleto de preconceitos –,[2] indireto, inferencial e conjectural.[3] Além disso, as nossas teorias devem sempre cultivar o saudável e renovado hábito de se submeter aos fatos. E, um outro ponto dificultoso: somos do presente; nem do passado, nem do futuro. Por si só isso já nos delimita.[4]

Outra questão é, que os mesmos documentos não nos levam necessariamente às mesmas conclusões. Dois historiadores de épocas e escolas diferentes, dão o seu testemunho:

Burckhardt (1818-1897), referindo-se à sua obra magna sobre o Renascimento (1855), admitiu que: “…os mesmos estudos realizados para este trabalho poderiam, nas mãos de outrem, facilmente experimentar não apenas utilização e tratamento totalmente distintos, como também ensejar conclusões substancialmente diversas”.[5]

Delumeau (1923-2020), autor contemporâneo, reflete: “Identificar um caminho não implica achá-lo sempre belo, como não implica que não haja outro possível”.[6]

Isso deve nos levar à modéstia interpretativa, admitindo sempre a possibilidade de sua transitoriedade. De modo decorrente, devemos aprender a ouvir o outro e nos valer criticamente de suas contribuições que, em muitíssimos casos, podem lançar luzes sobre os buracos negros e hiatos de nossas teorias e interpretações.

Noll, tomando outra vertente, que julgo ser complementar, assim se expressa:

O estudo da história da igreja deve aumentar a nossa humildade sobre quem somos e aquilo em que cremos. Não há nada que a igreja moderna desfrute que não seja uma dádiva das gerações anteriores do povo de Deus. Na realidade, nós modificamos, adaptamos e ampliamos essas dádivas do passado, mas não as criamos.[7]

Há determinados períodos da história que são marcados por ganhos e perdas mais sensíveis. Nem sempre seus contemporâneos conseguem perceber isso de modo imediato.

Nos séculos 5º e 4º antes de Cristo, vemos florescer Sócrates (469-399 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), os filósofos mais importantes da Antiguidade. Nada se comparou a isso na Antiguidade.

Nos séculos 14 a 16, vemos a coincidência de grandes personagens nas mais diferentes áreas do saber, que vão formar o Renascimento e a Reforma: Petrarca (1304-1374), Leonardo da Vinci (1452-1519); Pico della Mirandola (1463-1494); Erasmo (1466-1536);  Copérnico (1473-1543); Miguel Ângelo (1475-1564); Lutero (1483-1546); Calvino (1509-1564), Galileu (1564-1642),  Kepler (1571-1630), entre tantos outros.

Os anos de 1920 e 1921, foi um período de perda no campo teológico. Morreu Kuyper (1837-1920), Trajano (1843-1921),[8] Strong (1836-1921), Bavinck (1854-1921) e Warfield (1851-1921). Mas, também, em 1919 nasceu Boanerges Ribeiro (1919-2003) e em 1921, nasceram John Stott (1921-2011) e Gerard Van Groningen (1921-2014).

Deus é o Senhor criador e preservador de todas as coisas, conduzindo a realidade de forma teleológica de maneira que os fins estabelecidos por Ele mesmo se consumem por meio das causas secundárias conforme as suas propriedades e, no caso do ser humano, de acordo com o uso de sua livre agência.

Assim Deus dirige a história. Ele é o Senhor dos fins e dos meios. A sua obra será executada de forma infalível, porque os meios que estabelece tornam-se infalíveis dentro de seu propósito.

 

          6.1. A palavra “Seminário”

Inicialmente gostaria de tecer alguns comentários sobre o sentido e o significado da palavra Seminário.

As definições em geral são bem parecidas:  “Estabelecimento de ensino e formação onde se preparam os eclesiásticos”.[9] “Uma instituição para treinamento de candidatos para o sacerdócio ou ministério”.[10] “Estabelecimento onde se educam os mancebos que se destinam à vida eclesiástica”.[11]

Recorrendo à gramática, vemos que  o nosso termo Seminário, utilizado desde o século XVI (1595),[12] provém do latim seminarium, “viveiro de plantas”, estando associado a seminarius, “que serve para plantar”;  “Seminal,  “sementeira”, “semeadura” e, por fim à  Semem, “semente”.

Semem, por sua vez, é a tradução do grego Spe/rma (sperma), que significa, ”semente”, “descendência”, “posteridade” (Mt 13.24,27,32,37,38; 22.24).  Assim, o Seminário é uma “semeadura” onde se semeia a “boa semente” (kalo\n spe/rma). (Mt 13.24).

Há uma figura aplicada à palavra seminário que bem pode ilustrar o nosso conceito: “Viveiro de plantas; espaço em que se semeiam as plantas e donde se transportam, depois de certo crescimento, para o terreno próprio em que hão  de desenvolver”.[13]

 

Conceituação de Seminário

Biblicamente, a Palavra de Deus é a semente por meio da qual Deus gera espiritualmente novas criaturas, constituído, assim, a sua igreja. (1Pe 1.23[14]/Tg 1.18[15]). Desse modo, podemos pensar em Seminário como a Instituição de ensino que semeia a Palavra, formando pastores para que, nutridos pela Palavra, alimentem as suas ovelhas com a semente do Evangelho. Aliás, pastor no Novo Testamento, poimh/n, é aquele que  alimenta, apascenta, conduz e protege (poimai/nw)[16] o rebanho (poi/mnh) e (poi/mnion).

Tratando de modo mais específico do ofício de pastor, Paulo fala aos presbíteros de Éfeso: “Atendei por vós e por todo o rebanho (poi/mnion) sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes (poimai/nw) a igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28).

A Igreja é de Deus. O Sumo Pastor; o modelo perfeito, é Jesus Cristo. Percebam a nossa responsabilidade. Enquanto escrevo esse parágrafo, sinto-me duplamente pequeno. Primeiro por ser pastor. Segundo, por ter a responsabilidade de “formar” pastores. Certamente Deus tem sido misericordioso para que meus pecados e limitações não sejam perpetuados em meus alunos  e em seu ministério e, ao mesmo tempo, tem me corrigido…. vagarosamente, mas, tem corrigido.

 

A figura do pastor

Na Antiguidade o nome pastor é empregado de forma literal e figurada. White explica de forma simples: “Uma vez que, desde tempos remotos, a ocupação comum na Palestina era o pastoreio, o termo é fundamental para a descrição das pessoas do campo em todos os períodos da história”.[17]

Essa figura quando empregada para governantes, indica, por analogia, a sua responsabilidade de cuidado, proteção, paciência e honestidade para com o seu “rebanho”.[18] “O pastor devia cuidar incansavelmente dos animais indefesos. A devoção ao dever era posta à prova ao montar-se guarda sobre o rebanho, noite após noite, contra as feras e os salteadores. Neste aspecto, os pastores mercenários frequentemente decepcionavam os seus empregadores”, comenta Beyreuther (1904-2003).[19]

De fato, esta metáfora é bastante usada para juízes, sacerdotes, chefes do povo, príncipes e reis no Antigo Testamento, por vezes indicando a sua infidelidade (2Sm 5.2; 7.7; 1Cr 11.2; 2Cr 18.16; Jr 2.8; 3.15; 10.21; 22.2; 23.1-4; 25.32-38; Ez 34.1-9; Zc 10.3; 11.5,15-17; 13.7).

Nesses casos, entre os pagãos, a figura era associada às divindades e a governante. No caso, como aquele que deveria cuidar, guiar e proteger os que estão sob o seu comando. Tal utilização não se restringia à Palestina; antes, era comum, por exemplo, entre os babilônios, assírios, egípcios e gregos.[20]

Conforme atesta Homero, esse é um emprego comum também entre os gregos, que por vezes se referem aos líderes como “pastor do povo”.[21]

Em passagem extremamente curiosa, Deus se refere ao rei pagão, Ciro, que iria ser agente no cumprimento de sua vontade, como pastor: “Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado” (Is 44.28).

 

A figura do pastor aplicada a Deus

Ainda que talvez não tenhamos dado a devida atenção, no Antigo Testamento a figura de Deus como pastor não é exclusividade do Salmo 23.1.

Jacó na velhice, dias antes de morrer, recapitula o cuidado e a provisão de Deus:[22]E abençoou a José, dizendo: O Deus em cuja presença andaram meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou (h[‘r’) (ra’ah) (pastoreou) durante a minha vida até este dia” (Gn 48.15/Gn 49.24).

O salmista Asafe o faz da mesma forma em sua súplica: “Dá ouvidos, ó pastor (h[‘r’) (ra’ah) de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor” (Sl 80.1).

O Senhor apascenta seu povo (Sl 28.9). Israel é o rebanho do Senhor. O Senhor como Pastor vai à frente do seu rebanho guiando, protegendo e alimentando (Sl 23; 68.7).[23]

O profeta Isaías, bem antes do cativeiro de Judá, considera que Deus como pastor e senhor apascenta o seu rebanho, cuidando carinhosamente dele. Escreve então consolando o povo que seria tirado de sua terra: “Como pastor (h[‘r’) (ra’ah), apascentará (h[‘r’) (ra’ah) o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente” (Is 40.11).

Posteriormente Jeremias e Ezequiel escrevem demonstrando que Deus como pastor busca suas ovelhas e ajunta o rebanho:

Ouvi a palavra do SENHOR, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor (h[‘r’) (ra’ah), ao seu rebanho. (Jr 31.10).

Como o pastor (h[‘r’) (ra’ah) busca o seu rebanho, no dia em que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e de escuridão. (Ez 34.12/Is 56.8; Zc 10.8).

A figura do pastor assume um status messiânico, apontando para aquele que viria como o Pastor, o “Davi Ideal”, da semente de Davi,  que cuidaria definitivamente de seu povo:[24]

21 Visto que, com o lado e com o ombro, dais empurrões e, com os chifres, impelis as fracas até as espalhardes fora,  22 eu livrarei as minhas ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas.  23 Suscitarei para elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor.  24 Eu, o SENHOR, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o SENHOR, o disse. (Ez 34.21-24).

22 Farei deles uma só nação na terra, nos montes de Israel, e um só rei será rei de todos eles. Nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos.  23 Nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com qualquer das suas transgressões; livrá-los-ei de todas as suas apostasias em que pecaram e os purificarei. Assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.  24 O meu servo Davi reinará sobre eles; todos eles terão um só pastor, andarão nos meus juízos, guardarão os meus estatutos e os observarão. 25 Habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual vossos pais habitaram; habitarão nela, eles e seus filhos e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente. (Ez 37.22-25).

No Novo Testamento Jesus Cristo encarna perfeitamente a figura do pastor, aplicando a si mesmo o texto de Zc 13.7:[25] “Então, Jesus lhes disse: Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas” (Mt 26.31/Mc 14.27/Jo 10.11).

A igreja, desde bem cedo, reconheceu a Jesus como o seu Supremo e Bom Pastor que  conduz as suas ovelhas em segurança (Sl 23.1; 28.9; 78.71-72; 80.1/Hb 13.20; 1Pe 2.25; 5.4),[26] inclusive, vocacionando e preparando seus pastores auxiliares para  que cuidem do seu rebanho: A “Igreja de Deus” (At 20.28).[27]

Van Dam, exulta:

É maravilhoso ver que Deus usa essa imagem compassiva e positiva do pastor para descrever suas expectativas básicas para vários ofícios de liderança, incluindo o de presbítero. A mensagem é clara. O presbítero, ou ancião, juntamente com outros ofícios de liderança, como o rei, o profeta e o sacerdote, deveriam refletir características do supremo Pastor que é o Senhor.[28]

 

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

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[1] Veja-se de forma ilustrativa, C. S. Lewis, Cartas do Inferno, São Paulo: Vida Nova, 1964, p. 160-161.

[2] “Por mais que lutemos arduamente para evitar os preconceitos associados a cor, credo, classe ou sexo, não podemos evitar olhar o passado de um ponto de vista particular. O relativismo cultural obviamente se aplica, tanto à própria escrita da história, quanto a seus chamados objetos. Nossas mentes não refletem diretamente a realidade. Só percebemos o mundo através de uma estrutura de convenções, esquemas e estereótipos, um entrelaçamento que varia de uma cultura para outra” (Peter Burke, Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro: in: Peter Burke, org. A Escrita da História: novas perspectivas, São Paulo: UNESP., 1992, p. 15).

[3] Veja-se: Carlo Ginzburg, Mitos, Emblemas, Sinais: morfologia e história, São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 150.

[4] Veja-se: Edward Hallet Carr, O que é história?,  3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (7ª reimpressão), p. 60-61.

[5]Jacob Burckhardt, A Cultura do Renascimento na Itália: Um Ensaio, São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p. 21.

[6]Jean Delumeau, A Civilização do Renascimento, Lisboa: Editorial Estampa, 1984, v. 1, p. 21.

[7]Mark A. Noll, Momentos Decisivos na História do Cristianismo, São Paulo: Cultura Cristã, 2000, p. 20.

[8] O Rev. Antonio Bandeira Trajano, português, fez parte da primeira turma de pastores formados no Brasil no “Seminário Primitivo” (1870). Professou a sua fé e foi batizado na organização da Igreja Presbiteriana de São Paulo (5/3/1865). Foi licenciado em 22/08/1870, designado para os campos das Igrejas de Brotas, Jacutinga e Rio Novo. Ordenado em 10/8/1875. Foi empossado como Pastor da Igreja de Brotas em 03/10/1875. Publicou vários livros de aritmética e álgebra que continuaram sendo impressos durante muitos anos após o seu falecimento.

[9] Seminário: In: Hugo Schlesinger; Humberto Porto, Dicionário Enciclopédico das Religiões, Petrópolis, RJ.: Vozes, 1995, p. 2341.

[10] Seminary: In: William Alan Nelson, ed. In Chief., Webster’s New International Dictionary of the English Language, (Unabridged), 2. ed. Springfield, Mass.: G & C. Merriam Company, Publishers, 1951, p. 2275b

[11]Seminário: In: António da Costa Leão, et. al. (dir.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, v. 28, Lisboa; Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia  Limitada, 1960, v. 8, p. 234a.

[12] Cf. Sembrar: In: J. Corominas; J.A. Pascual, Diccionario Crítico Etimológico de la Lengua Castellana, Madrid: Editorial Gredos, 2007, v. 5, [p. 198-199], p. 198.

 

[13]Seminário: In: António da Costa Leão, et. al. (dir.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, v. 28, p. 234b.

[14] No texto de Pedro a palavra utilizada é spora/, termo que só ocorre aqui. É da mesma raiz de spe/irw, “semear”.

[15] No texto de Tiago a palavra é spe/irw. (Mt 6.26; 13.3,4,18,19,20,22,23,24,27,31,37,39; 1Co 9.11; 2 Co 9.6,10; Gl 6.7,8).

[16] * Mt 2.6; Lc 17.7; Jo 21.16; At 20.28; 1 Co 9.7; 1 Pe 5.2, Jd 12; Ap 2.27; 7.17; 12.5; 19.15.

[17] Willian White, Rã‘â: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 1438.

[18] Cf. Louis Jonker, Rhl: In: Willem A. VanGemeren, org., Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 3, [p. 1132-1137], p. 1134-1135;

[19] E. Beyreuther, Pastor: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 3, [p. 469-474],  p. 470.

[20] Cf. E. Beyreuther, Pastor: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 3, [p. 469-474],  p. 469; J. Jeremias, poimh/n, etc.: In: G. Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, 8. ed. Grand Rapids, Michigan: WM. B. Eerdmans Publishing Co., (reprinted) 1982, v. 6, [p. 485-502], p. 486-487; G. Wallis, Ra’ah: In: G.J. Botterweck, Helmer Ringgren, eds., Theological Dictionary of the Old Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, © 2004, v. 13, [p. 544-553], p. 547-549.

[21] “Pois já eu com homens mais valentes que vós me dei — e nunca esses me desconsideraram. De resto nunca homens assim eu alguma vez verei: homens como Pirítoo e Driante, pastor do povo; Ceneu e Exádio e o divino Polifemo” (Homero, Ilíada, São Paulo: Companhia das Letras (Penguin), 2013, I.260-264).

“Por seu lado se levantaram e obedeceram ao pastor do povo os reis detentores de cetro; e por seu lado se apressava o povo” (II.85-86).

“Hermes soberano, que o deu a Pélope, condutor de cavalos; por sua vez de novo o deu Pélope a Atreu, pastor do povo” (II.104-105).

“Assim falou Tersites, insultando Agamêmnon, pastor do povo” (II.243)

“Mas ele encontrava-se junto das naus recurvas, preparadas para o alto-mar, encolerizado contra Agamêmnon, pastor do povo, filho de Atreu” (II. 771-773).

[22]“O idoso pastor reconhece o pastoreio especial de Deus em sua vida” (Bruce K. Waltke, Comentando o Antigo Testamento: Gênesis, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, (Gn 48.15) p. 747). Veja-se:  Cornelis Van Dam, O Presbítero, São Paulo: Cultura Cristã, 2019, p. 30.

[23] “Ao saíres, ó Deus, à frente do teu povo, ao avançares pelo deserto” (Sl 68.7). “Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente” (Is 40.11).

[24] “Ora, quem pode ser esse Davi senão Cristo? Qual Davi é príncipe eternamente, senão aquele que é o filho de Davi e o Senhor de Davi? Consequentemente, ele é chamado de a Raiz e a Geração de Davi. Ele é sua Raiz como Deus, sua Geração como homem que dele descende. É evidente que, por Davi, se pretende indicar Cristo” (Matthew Meade, Sermons, 104-105. In: Carl L. Beckwith, Comentário Bíblico da Reforma – Ezequiel e Daniel, São Paulo: Cultura Cristã, 2014, p. 225). “’Davi’ não pode ser uma referência a Zorobabel, pois Zorobabel não foi rei. Mesmo que tivesse sido rei, o fato é que ele não foi príncipe deles para sempre, como é dito deste ‘Davi’. ‘Davi’, aqui, é uma referência a Cristo, como ocorre com frequência na sagrada Escritura (Ez 34.23; Os 3.5; Is 37.35; 2Rs 19.34; Jr 30.9” (William Greenhill, Exposition, 750. In: Carl L. Beckwith, Comentário Bíblico da Reforma – Ezequiel e Daniel, São Paulo: Cultura Cristã, 2014, p. 224). Bauer sustenta a mesma posição quanto ao fato do texto se referir messianicamente a Jesus Cristo. (J.B. Bauer, Pastor: In: Johannes B. Bauer, Dicionário de Teologia Bíblica, 4. ed. São Paulo: Loyola, 1988, v. 2, [p. 821-823], p. 821).

[25] “Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para os pequeninos” (Zc 13.7).

[26]As catacumbas cristãs dos primeiros séculos, registram com frequência a imagem do Bom Pastor, associando-a  a Jesus Cristo que se identificou como Bom Pastor (Jo 10.11), aquele que cuida permanentemente de suas ovelhas, voluntariamente dando a sua vida por elas. Essas imagens, por vezes, eram estilizadas com uma mistura da figura cristã com as vestes pagãs (Veja-se: W.H. Withrow, Catacombs of Rome, and their Testimony Relative to Primitive Christianity,  3. ed. London: Hodder & Stoughton, Paternoster Row, 1877, p. 213, 243-251, 312, 328, passim).

[27] A igreja não foi instituída por causa de nossa vocação e trabalho, a fim de atender uma demanda, como um bairro que cria uma praça com brinquedos a fim de atender a carência de lazer em uma região populosa e com poucos recursos. Antes, nós fomos chamados para servir a Deus por meio da igreja. De outro modo, nós existimos para o bem da igreja. O povo que nos foi confiado pertence a Deus que é o Senhor da Igreja (1Pe 5.3). Não há como servir positivamente à igreja sem nos tornarmos servos da sua Palavra. Essa fidelidade prazerosa proporciona frutos magníficos para a igreja porque Deus é misericordioso nos chamando, equipando e abençoando o nosso, por vezes, rude e frágil trabalho.

[28]Cornelis Van Dam, O Presbítero, São Paulo: Cultura Cristã, 2019, p. 27.  Por sua vez, continua Van Dam: “Os portadores de ofício, como os estabelecidos sobre o rebanho, devem imitar esse amor pastoral. Na verdade, eles precisam fazer ainda melhor. Eles precisam adotar o padrão do amor de Deus, seu interesse pelo rebanho como o interesse de Deus para com seu povo. Afinal, o Senhor Deus é o Pastor das ovelhas, e o padrão de trabalho dos portadores de ofício. E ele quem dá aos diferentes ofícios de seus pastores auxiliares seu conteúdo e significado. Eles devem representar e refletir os desejos, os critérios e os interesses de Deus. É a agenda do Senhor que eles devem promover” (Cornelis Van Dam, O Presbítero, São Paulo: Cultura Cristã, 2019, p. 29).

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